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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paes de Barros - Raizes de familia em Bruges, Belgica, ascendencia de Luzia Leme casada com Pedro Vaz de Barros

Esta attualizaçâo de hoje, 13.09.2017 sostitui o postagem do 6.10.2011


OS LEME família de mercadores de origem flamenga

Entende o caso : Pedro Vaz de Barros, 10° avó de Tiffany, foi casado con Luzia Leme ou Fernandes. Este ultima (segundo Silva Leme na genealogia paulistana) seria descendente da familia Leme de Bruges e Madeira.

A família Leme, de São Paulo, originária a partir de Pedro Leme (nascido no Funchal, Madeira), deixou um legado significativo para o Brasil colônia. Seus descendentes ajudaram a construir não apenas a capitânia de São Vicente, mas todo o estado de São Paulo, e as regiões Sudeste e Sul. Seus descendentes constituem-se em grande parte de brasileiros, de todas as origens.

A familia dos Leme no Brazil e na Europa ou seja as suas origens são objeto de estudo de muitos genealogistas e historiadores. Ainda existem mais de um aspecto que até hoje não e claro sobre os patriarcas dos Lemes brasileiros : Antão Leme (pai) e Pedro Leme (filho).


Tambem tem variàs pontos de polèmica sobre a ascendência de Antão Leme até os Lem, de Bruges (Flandres), hoje Belgica. As poucas fontes bibliográficas sobre as filiações em Portugal e Ilha da Madeira não deixam uma cronologia exacta. A origem flamenga ainda è claro, mas não há consenso entre histoiradores e genealogistas em Belgica, Olanda e Inglaterra e Lisboa entre as varias téorias sobre os 2 Martim Lem (pai e filho) ou Martim ou comerciante e Maertin o politico em Bruges.

Esta disscussão nasceu sobretudo após a publicação do ensaio em 2006 de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, Lisboa : “Os Lemes - a Percurso familiarizado de Bruges a Malaca “ , no qual ela escreveu de apenas um Maertin Lem em Portugal e Bruges.



1. Objecto da disscução: comerciante em Lisboa e Bruges no século XV

Martin I era um comerciante, nascido em Bruges. viveu a partir de ca 1450 em Lisboa e tive filhos com Leonor Rodrigues. Deixou Portugal em 1466 para Bruges.

Martin II (filho) viveu em Bruges, casou com Adrienne van Nieuwenhove e foi 'burchmeester' (burgomestre) de Bruges e em 1479 conselheiro de Maximilian da Áustria.

A grande questão é ; qual é a relação entre Martin o commerciante e Martin o burgomestre?


Teoria A : Martin  o comerciante e Martin o burgomestre  são pai (Martim I)  e filho (Martim II).
Martin Lem I nasceu antes de 1385 e foi filho de Willem. Por volta de 1440 entre a Bélgica e Portugal; casou com “Joanna de Barroso” e viveu na Bélgica .O seu filho Martin II nasceu em Portugal ou a Bélgica.
Após a morte de sua esposa “Joanna” em Bruges, Martin I voltou para Lisboa e tem 7 filhos para fora de sua relação com Leonor Rodrigues. Essas crianças foram legitimados em 1464; as cartas de legitimação estão descansando nos arquivos reais. Em 1466 Martin voltou para Bruges.

Seu filho Martin II deveria ter ficado em Bruges, após a morte de sua mãe, onde ele obteve sua educação. mas até hoje nenhuma fonte em Bruges foi encontrada por essa teoria.

Um Martin Lem foi menzionado pela primeira vez em Bruges, Bélgica, em registros do ano 1467 quando se casou com Adrienne van Nieuwenhove e diventou burgomestre/ prefeito de Bruges.

Este teoria diz que Martim Lem I o pai tive dois filhos do mesmo nome. Um Martim IIa com Joana em Bruges e outro Martim IIb com Leonor Rodrigues em Portugal. A teoria diz tambem que Martim IIa foi o burgomestre de Bruges. Não tem nenhuma prova para um casamento com Joana e nascimento de Martim IIa.

A1). Esta teoria baseia-se em uma única pessoa, “Joanna Barroso”
Mas uma pessoa com este nome não foi encontrada em outros documentos !

Nada é documentado em fontes primárias históricos. Toda a informação que temos em varias sites genealogicos vem de genealogistas e historiadores posteriores de Sueyro, cujas fontes são desconhecidas.Ele - Sueyro- foi o primeiro a escrever em 1625 sobre Martim e Antonio Leme, filhos de outro Martim Lem. Isso mais de 150 anos depois a morte do primeiro Martim Lem (1485).
A s suas informações foram copiados ainda em modo incorreto tambem por Taques e Silva Leme e depois de todos os outros. A confusao é ainda major porque também muitos filhos, netos, bisnetos etc. do primeiro Maertim Lem tem o seu mesmo nome e sobrenome.


A2). Mais tarde em 1850 Jean Jacques Gaillard, genealogista em Bruges no sec. XIX (!), escreveu a genealogia da família Lem em Bruges onde ele menziona que este Martim que foi em Portugal por algum tempo, foi casado com uma Jeanne, "natif de Portgual" = é frances e significa :Joanna natural de Portugal. Não se sabe nada sobre a fonte de Gaillard para este nome Jeanne, natural de Portugal !
E de seguro assim que outros pesquisadores após Gaillard, copiaram e ainda formaram este nome fantomatico de “Jeanne Barroso”.

Mas Sueyro nunca escreveu este nome.na sua obra "Anales das Flandres" !
Ele escreveu que a esposa de Maertim foi uma senhora do linhagem da família Barroso,

Isso nunca pode fazer dela Joanna Barroso com vem ainda hoje referido em muitos sites. Seguindo as genealogias portuguesas sabemos que em esta epoca não existiam sobrenomes….Em um linhagem encontram-se também hoje muitos sobrenomes differentes. Um linhagem significa ser membro de uma família com um ancestral comum, mas não siginifica ter o mesmo sobrenome.


Em Portugal até 1911, com efeito, a dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o sacramento do Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro. Até 1911, pois, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que iria assinar como adulto. Esses registos eram exclusivamente os da Igreja Católica, que serviam oficialmente quando preciso na vida civil.

No século XIV é adotada em Portugal a língua portuguesa para os registos oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para esse efeito. Isto paralelamente a outras nações europeias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra "sobrenome" em documentos, nas respectivas línguas locais.

Mas um sobrenome significando ainda e apenas, então, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido, não necessariamente transmissível. Ou seja, não o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.- 
A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome veio a partir de certa altura a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinónimo em português de alcunha) por que os outros as distinguiam, ou então a sua terra de origem, por exemplo. Assim, o João Anes, filho do ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes. O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães. Este processo é paralelo e análogo ao da nobreza, que em muitos conhecidos se assina pelo nome das terras de senhorio da respectiva família (João Anes de Sousa, ou seja: João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa), ou Afonso Vaz Correia (Afonso, filho de Vasco, da linhagem tornada conhecida pelo epíteto/alcunha/apelido Correia). - Assim há dois tipos básicos de sobrenomes, os que eram dados, ou chamados pelos de fora a alguém, para o distinguir (apelido, o mesmo que alcunha), e aqueles que são escolhidos pelo próprio para se afirmar, ou distinguir perante os outros (toponímicos).No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas até então pequenas cidades medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas urbes subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas, que em alguns lugares era mal considerado não se ter um sobrenome. Mas mesmo tendo sido este fenómeno o começo para todos os sobrenomes que existem atualmente, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registo civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911. Note-se que até ao século XVII nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo apenas os seus membros tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos.E com isso estou convencida que este „Jeanne ou Joana“ não tive o appelido Barroso , mas, era talvez membro ou descendente de nobre familia Barroso com outro appelido ou sobrenome que não sabemos. Attenção : a familia Barroso nao tem nada a ver com a familia de Barros !!

Teoria B -    Martin I, o comerciante em Portugal é também Martim II, o burgomestre em Bruges depois 1467.
Em esta teoria, Martin Lem I foi por volta de 1450 em Lisboa Portugal, Sobre um Martim Lem se podem encontrar documentos em Portugal que contam que ele a partir de 1456 tive o monopólio sobre a compra e venda de cortiça contra o pagamento de 2.000 ‘dobrões’ de ouro.. Obtive este monopoloio do rei D. Afonso V por um período de 10 anos, Metade da cortiça comprado foi exportada para a Flandres.. Os historiadores supoem que Maerten Lem I falava Português, bem como a idioma flamenga e francesa, e se tornou um porta-voz dos comerciantes ambulantes e capitães dos barcos flamengos, holandeses e da ZelândiaComo referem documentos registrados na Chancelaria de D. Afoso V ele tive activiade em Portugal sempre ligada ao comércio. Ao chegar a Lisboa, tras tambem uma procuraçao de Rombout de Wachtere , outrossim comerciante flamengo, para lhe resolver um assunto relacionado com a venda de joias. Mas tarde, em 1466-1567, terà uma questão juricial a este respeito em Bruges, com o dito Wachtere.
Não se sabe quando ele teve com Leonor Rodrigues os 7 filhos que foram legitimados em 1464, ano em qual ele tambem foi comdecorado com brasão cavaleiro da casa real portuguesa. ( Cartas de legitimaçao datadas de Tentugal, 6.9.1464, em ANTTT- Chancelaria de D. Afonso V, liv. 8, fls. 66v-67)
São 7 cartas, uma para cada um dos fihos, diferindo apenas o nome do respectivo legitimado, sem data de nascimento).

Martim I foi bem conhecido em Portugal porque havia emprestado também dinheiro ao rei.Em 1466 Martin regressa à Bruges e parece levar com ele o filho Antonio e talvez tambem o filho Martim . (Apenas Sueyro em 1624 (!) diz que Martim tambem vai com o pai para Bruges ). 
Em Bruges Martim Leme casa em 1467 com Adrienne van Nieuwenhoven . Nasceram outros filhos e ele toma parte na vida polticial e municipal em Bruges.
Até hoje não foi encontrada uma conexão entre Martin I e Martin II nas fontes em Bruges . Este téoria diz que Martim Lem o comerciante em Portugal e Martim Lem o burogmestre em Bruges são a mesma pessoa, Martim Lem I,pai de Martim Lem II que foi negociante, com registros na Ilha da Madeira, o qual ele tive com Leonor Rodrigues, dama solteira, em Lisboa no periodo entre 1450-1466.



Escudo de Martim Lem I ,concedido por D. Afonso V de Portugal em 1464,

A merleta (ave héraldica) não aparece na héraldica medieval portuguesa mas foi bastante comum na héraldica flamenga e inglesa.


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2. Antão Leme, o patriarca em Brasil

Alguns genealogistas, discutem se Antão Leme era filho de Catarina de Barros, em razão de uma suposta cronologia conflitante. Além disso, o Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, escrito em 1700, não apresenta Antão Leme descrito no título dos Lemes. Ambas as ressalvas, constam no site “Capitão Domingos da Silva e Oliveira”, indicado nas referências.

Como “contra-argumento” ás indagações acima apresentadas, há apenas a petição de Pedro Leme, em 02 de Outubro de 1564, perante o desembargador Braz Fragoso. No documento apresentado por Taques, e, posteriormente, Silva Leme, consta:


'Diz Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de todas as pessoas que razão têm de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme, mulher de Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais outrossim são fidalgos, primos do capitão donatário da Ilha da Madeira; os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propínquo de Dom Diniz de Almeida, contador-mor, e de D.Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo de Cablera, f.° de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno Fernandes, veador do mestrado de Santiago, e dos filhos de Claveiro por ser a mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante, os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos; pede a Vmce. lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar todas as honras, privilégios e liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E. R. M.'

Primeiramente, devemos questionar: o que é “irmão direito”? De acordo com a enciclopédia Larousse Cultural, dentre as definições de “direito” (adjetivo), especialmente, em heráldica, significa “das armas do chefe de geração ou linhagem, sem quebra nem diferença; diz-se também do brasão apresentado em sua posição normal. Portanto, creio que podemos entender que Antão Leme foi apresentado como irmão “direto” dos demais.

Como reflexão, é importante revisarmos e enfatizarmos o parentesco com os irmãos Almeida, exposto por Taques. D. Diogo de Almeida, e D. Diniz de Almeida (contador-mor do reino), eram filhos do casal Antônio de Almeida (contador-mor do reino) e Maria Paes, sendo esta filha de João Rodrigues Paes (também contador-mor do reino) e Catharina Leme. Esta última era irmã de Antônio Leme, bisavô de Antão Leme, conforme exposição de Pedro Taques.


Além da citação de parentesco com os Almeidas, Pedro Leme, em sua justificação, apresentou como tias Antônia Leme e Leonor Leme, casadas respectivamente com Pedro Affonso de Aguiar e André de Aguiar, primos dos donatários da Ilha da Madeira. No Nobiliário das Famílias de Portugal (Felgueiras Gayo), no título dos Aguiares (arquivo 40102 – página 197), consta o casamento de André de Aguiar com Leonor Leme, sendo esta descrita como filha de Antônio Leme, neta de Martim Leme e bisneta de Antônio Leme, o flamengo. A descrição é compatível com a apresentada por Montarroyo in Pedro Taques. Quanto a André de Aguiar, o mesmo era, de fato, ligado aos Câmaras; sua avó era Isabel Gonçalves da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco.

É interessante notar que Pedro Leme comprovou sua nobreza não apenas pela ligação com os Lemes, e não descreveu com detalhes sua genealogia; sua comprovação foi totalmente embasada em parentescos relativamente recentes e colaterais, em especial, com os Almeidas, Aguiares e Câmaras.


De acordo com Montarroyo in Taques, Martim Leme II é o formador do tronco dos Lemes na Ilha da Madeira, citando, inclusive, o ano de 1483 como data de sua mudança para a ilha. Portanto, Antão Leme seria seu neto, e, Pedro Leme, seu bisneto.

Silva Leme, no título de Lemes, cita:


F-1 Pedro Leme, que passou da dita ilha a S. Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves, como escrevemos adiante. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme como o 1.º chegado a S. Vicente, porém frei Gaspar da Madre de Deus assevera ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de S. Vicente (não consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na dita vila em 1544; portanto, este (e não seu f ° Pedro Leme) deve ser considerado como o tronco dos Lemes em S. Paulo.

Há testemunhos de Antão Leme ser juiz em São Vicente em 1544 (conforme informação seguinte), sendo que Pedro Leme, seu filho, já estava em 1550 em São Vicente com sua mulher, Luzia Fernandes, e filha, Leonor Leme (neta de Antão), já casada com Braz Esteves, e justificou sua fidalguia em 02 de outubro de 1564, é possível supormos:

- Leonor Leme, talvez, seria nascida por volta de 1530, ou pouco depois.

- Pedro Leme seria nascido por volta de 1505-1510, ou depois [faleceu em Março de 1600]

- Antão Leme poderia ter nascido, por volta de 1485.


Se Antão Leme é realmente neto de Martim Leme, que imigrou para a Madeira em 1483, de fato, a cronologia só é pertinente se Martim Leme levou para a ilha seu filho Antônio, já com idade para casamento. Se Antônio nasceu na Ilha da Madeira, há equívocos na apresentação da linhagem.

No entanto, no magnífico trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme foi realizada a reconstituição da genealogia e cronologia dos Lemes
De acordo com suas ponderações, a linhagem correta dos mesmos seria :

1- Martim Lem, cavaleiro flamengo, mudou-se para Lisboa, em ca 1450. Com Leonor Rodrigues, dama solteira segundo Taques, tiveram 6 filhos que foram leigitimados em 1464. Em 1466 Martim voltou em Bruges onde ele casou com Adrienne Nieuwenhoven, com a qual tive outros 6 filhos.
Os filhos com Leonor Rodrigues são :
1.1. – Luís Leme;

1. 2 – Martim Leme, o moço….Negociante, com registros na Ilha da Madeira; talvez, participou da conquista de Tanger, em 1471. Falecido antes de 13/08/1485, mesmo ano do pai e isso tambem è ainda polemico. !!!!

1.3 – Antônio Leme, o flamengo. Assim como o irmão, participou da conquista de Tanger, em 1471. Obteve carta de fidalguia em 12/11/1471 com proprio brasão. Em 1483, foi para a Ilha da Madeira. Casou-se segundo Henrqiue Henriques de Noronha com Catharina de Barros, . Seus filhos seriam:

    1.3.1 – Antão Leme - imigrou para São Vicente com sua filha Leonor Jà casada com Braz Esteves. Antão faleceu 1560.
    1,3.2 – Pedro Leme - sem maiores informações.
    1.3.3 – Martim Leme - sem maiores informações.
    1.3 4– Aleixo Leme, casou com Mécia de Melo.
    1.3.5 – Ruy Leme; casou com Leonor Vieira (1º) e Maria Franco Cabreira (2º).
    1.3.6 – Antônia Leme, casou com Pedro Afonso de Aguiar.
    1.3.7 – Leonor Leme, casou com André de Aguiar da Câmara.

1.4.– João Leme. Foi para a Ilha da Madeira, sendo enterrado na Igreja do Convento de São Francisco.

1.5. – Rui (Rodrigo) Leme, testemunha, em 1497, do Tratado de Tordesilhas. Cavaleiro de D. Manoel em 19/09/1497. Rendeiro da Alfândega de Funchal em 1506.

1.6 – Catarina Leme. Casou 1 vez com Fernão Gomes da Mina, cavaleiro de conselho, 2.vez com João Rodrigues Paes (2º), contador-mór do Reino. Deste casamento, foram descendentes os irmãos Almeidas, citados na justificação de Pedro Leme.

1.7. – Isabel ou Maria Leme casou com Martim Dinis – mãe de Henrique Leme, este ultimo nomeu toda a sua familia no seu testamento que foi......


3. Antonio Leme, patriarca dos Leme no Brasil.




Para a ingestão de Arzila em 24 de Agosto 1471e a ocupação de Tânger em 29 de Agosto 1471, Antonio Leme foi condecorado pelo príncipe D. João I, por o seu heroísmo, de acordo com um documento que está localizado na Torre do Tombo, ANTT – Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90.

Na carta de armas do 1471 o rei D. Afonso V de Portugal declara que concede as referiias armas:

Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90
>>Amtonio Leme carta por que lhe foy dado huum escudo tymbrado d’armas novas
“”e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio”” (é o nosso caso).
Dom Afomso etc. A quamtos esta nossa carta virem fazemos saber que comsiramdo nos em como ho principe meu sobre todos muito preçado e amado filho de seu propio querer e vomtade por seus serviços fez Antonio Leme cavaleiro de sua cassa nos avemdo respeito aa sua booa vomtade e desejo com que nos veo de Framdes servir em a tomada da nossa villa d’Arzilla e çidade de Tamger com çertos espyngardeyros e homens em huuma hurca em a quall o seu pay Martym Leme o enviou a nos servir na dita guerra e queremdo mais aimda honrrar como theudo somos fazer aos que nos no semelhante bem servem como elle dez desy querendo lhe fazer graça e merçee de nosso propio querer vomtade e poder absoluto queremos e a nos praz darmos lhe huum escudo timbrado de novas armas .s.
huum escudo do quall o campo he d’ouro com çinquo merlletas de sable em santoir segundo he comtheudo em este escudo aquy em esta nossa carta patente blasonado e pyntado posto que nos bem em conheçimento somos que elle da parte de seu pay pode trazer armas com deferença mas porque elle verdadeiramente as tenha e possa trazer como chefe dellas sem deferença alguma como aquelle que por seus serviços e mereçimentos gaanhou nos lhe damos as dittas armas novamente para elle e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio.
E por esta nossa carta mandamos ao nosso primeiro rey d’armas e ofiçiaes dellas que assy o notefiquem e em seus livros registem porque assy he nossa merçee e vomtade e por sua guarda e memoria e seer notorio para sempre como todo passou lhe mandamos dar esta nossa carta por nos asynada e scellada do nosso scello do chumbo.>>

Se trata de uma concessão muito honrosa sob a original forma de evitar - segundo as regras de héraldica - que o armigéro Antonio Leme tenha de usar as armas paternas (veja o escudo de Maertem Lem I) com a respetiva diferença do segundogenito e possa ostentar armàs proprias como verdadeiro chefe de linhagem. A diferença são os cores e o numéro das figuras, as merletas.

A conceder a Antonio Leme o brasão das cinque merletas (o que do pai tive três) D. Afonso procedia conforme o melhor conhecimento das regras héraldicas medieval e ao mesmo tempo como acrescimento honroso.

Segundo Margarida Ortigão, António Leme, foi o terceiro filho de Maertem Lem I e Leonor Rodrigues, seguindo as cartas da ordem das legimitações (Torre de Tombo).

Sobre Antonio Leme, filho de Martim Lem I 
" Durante os anos 80, encontramo-lo plenamente fixado na Madeira, para onde terá ido possivelmente como representante dos interesses da família naquela ilha vocacionada para o comércio do açúcar. Segundo notícias que nos chegam por via do cronista dos feitos de Cristóvão Colombo, Bartolomeu de las Casas, um dos informadores do descobridor da América foi “un Antonio Leme, casado en la isla de la Madera [que] le certificó que habiendo una vez corrido con una sua carabela buen trecho al poniente, había visto tres islas cerca de donde andaba...”
António instala-se no Funchal como cultivador de açúcar e toma parte na vida municipal, tendo sido vereador por diversas vezes entre os anos de 1485 e 1491. É, nos documentos que nos chegaram, chamado de “homem bom” e “cavaleiro”, o que o mostra plenamente integrado nos extractos superiores da sociedade madeirense.
Na Madeira Antonio Leme casou com Catarina de Barros, filha de Pedro Gonçalves da Clara e de sua mulher Clara Esteves de quem teve, pelo menos, sete filhos
1) Martim (III), 2) Antão, 3)Pedro, 4) Aleixo, 5) Rui, 6) Antónia e 7) Leonor.

Não sabemos quando Antonio morre, mas terá sido depois de 1514, ano em que assina um conhecimento de dívida de 15.000 rs de um moio de trigo recebido do feitor da terça parte da renda das Ilhas".

Sobre Pedro Leme, patriarca dos Leme em Brazil, e seu pai, Antão Leme, é referido em "Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil", outro trabalho por Margarida Ortigão Ramos Paes Leme o seguinte:

" Em novmebro de 1542, em Lisboa, Pedro Leme e sua mulher Luzia Fernandez vendiam algumas propriedades que possuiam em Sáo Mamede, termo da vila de Obidos, Portugal, com o intuito de partir para o Brasil na companhia do pai dele, Antão Leme, que testemunha o ato, lavrado em Lisboa a 22 de novembreo de 1542. . (Torre de Tombo, Colegiada de Santa Maria de Obidos, mç, 17, doc 80, fl1 - Revista ASBRAP nr.22).Alguns dados preciosos nos transmite o documento que pai e filho partiram de Lisboa (e não da Madeira como se acreditava) para o Brasil, em finais de 1542, o mais tardar em principios de 1542. Em seguida sabemos que Luzia Fernandes não era madeirense (como todos os antigos genealogistas pretenderam) mas natural de São Mamede, termo de Obidos, onde vivera com o marido e onde a sua familia (mãe e irmão, pelo menos) ainda vivia. Leonor Leme, a filha de Pedro e Luzia (à data da escritura com cerca de dois anos) confirma aliàs, ter nascido em Obidos, quando em 1622, com mais de 80 aos, foi interrogada em Sao Paulo, no àmbito do processo de canonizaçáo do padre José Achieta..Entre as testemunhas que assinam a escritura da venda, encontra-se Roque Dias de Aguiar, expressamente designado <genro do dito Antão Leme>. Considerando o sobrenome de Roque, parece-nos que ele pertenceria aquela familia madeirense de que dois membros jà tinham casado com as irmãs de Antão, a saber: André de Aguiar com Leonor e Pero Afonso de Aguiar com Antonia..Antão Leme, pai de Pedro Leme, era filho de Antonio Leme e de Catarina de Barros, neto paterno de Martim Leme e de Leonor Rodrigues e materno de Pedro Gonçalves da Clara e de Isabel de Barros, todos moradores na Madeira. Tal como Pedro Leme, seu filho, informarà na petiçao que fez ao rei em 1564 para lhe ser justificada a fidalguia, Antão era irmão de outro Pedro Leme, do Aleixo Leme, de Antonia Leme e de Leonor Leme, mas tambem de Rui Leme e de Martim Leme. Antão não é referido entre os filhos de Antonio Leme, como tambem não o é este seu irmão Martim. (sabe-se da existencia deste Martim por um documento designado "Relação dos fidalgos e cavaleiros que aompanharam João Gonçalves da Càmara na expediçao a Azamor" - Torre do Tombo, Fragmentos, cx, 9, mç1, n° 18, publicado por FARINHA, Antonio Dias 1986).Antão Leme poderà ter vindo novo para o continente e portanto não ter deixado memoria nas genealogias da ilha. Pelo documento que é referido (ABRASP) ficamos a saber que de Lisboa partiu para o Brasil, na companhia do filho, da nora e certamente a neta ainda criança, reinava em Portugal D. João III e havia poucos anos que a Martim Afonso de Sousa fora doada a capitania de São Vicente, para onde Antão se dirigiu e onde em 1544, jà era juiz ordinario. (MADRE DE DEUS, Gaspar de) "

(fonte: Texto do trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, "Antão Leme e Pedro Leme rumo ao Brasil")

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4. CURIOSIDADES: As armas de Antonio Leme em Brasil:


4.1)  escudos do marquês de São João Marcos e do marquês Quixeramobim.

Eles foram ambos:

- trisnetos do "caçador das esmeraldas" Fernão Dias Paes Leme (filho de Pedro Dias Paes Leme e Maria Leite),

- bisnetos de Garcia Rodrigues Paes que em 1702 foi agraciado com o fora de cavalheiro fidalgo da casa real,-
- netos de Mestre de Campo Pedro Dias Paes Leme o qual tirou brasão de armas em 1750, que é o mesmo dos Lemes, (genealogia paulistana Silva Leme, e nobiliarquia paulstiana Pedro Taques).

escudo do Marquès de São João Marcos (Pedro Dias Paes da Câmara)
por decreto do Rei D. João VI de 5 de Fevereiro de 1818 :

escudo do Marquês Quixeramobim (Pedro Dias Paes Leme), Barão com grandeza por decreto de 12 de outubro de 1825. Visconde com grandeza por decreto de 4 de abril de 1826. Marquês por decreto de 12 de outubro de 1826 e primo do Marquês de São João Marcos

Escudo: Em campo de ouro, cinco melros negros, sem pés, sem bicos, póstos em santor. coroa: a do Marquês.Alvarã de 1471, confirmado em 20-XII-1750.
(fonte: Anuario genealogico brasileiro - titulares do Império)


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4.2. Na Fonte Luminosa de Belém, Lisboa, Portugal, tem a pedra de armas de Antonio Leme. Segundo informações na Internet, todos os 32 brasões em essa fonte rapresentam provincias do império de Portugal.

a minha pergunta é: porque o brasão de Antonio Leme ésta para uma provnincia (Madeira) ?

CoA de Antonio Leme, Fonte Luminosa, Belém, Portugal

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4.3Existe hoje em Sao Paulo este brasão da Rota de São Paulo e 1° batalhão choque de Tobias de Aguiar.


Este brasão foi criado por decreto Nº 20986 de 1º de Dezembro de 1951. 
Não tem nada a ver com nobreza ou genealogia. 
Encontramos aqui o escudo de Antonio Leme, alvarà 1471....

....talvez porque segundo a genealogia Paulistana por Silva Leme, a avó materna do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar 
 foi descendente de Leonor Leme,  (irmã de nossa Luzia Leme ) e tambem filha de Fernando Dias Paes e Lucrecia Leme a qual veio com seu pai Pedro da ilha Madeira para o Brasil ?

Gostaria, por meio deste texto, de incentivar discussões e investigações sobre as origens de uma família tão ilustre na história de São Paulo e do Brasil e de approfondir as pesquisas em nova forma sobre a descendencia em Brasil. Uma familia a qual entre muitos outras familias se ligou por casamento de Luzia Leme ou Fernandes aos antepassados dos Paes de Barros, o cap.Pedro Vaz de Barros,
Sobre este ultimo não foi encontrado NADA que poderia confermar ou elucidar o que escreveu Silva Leme na genealogia paulistana. !




OBRIGADA
Wil Lem, Maastricht, Lem family association com
(Margarida Ortigão (Uni, Lisboa), Jacques Paviot (Uni  Paris-Est Créteil),
Anibal de Almeida Fernandes (website genealogia historia)
Ruud Lem, Inglaterra
André Claeys



Fontes:

- Os Lemes – um percurso familiar de Bruges a Malaca. Margarida Ortigão Ramos Paes Leme. Seminário de História Política do Mestrado em História, área de História e Arqueologia Medievais, no ano letivo de 2005-2006. SAPIENS - Revista de História, Património e Arqueologia, n.º 0, 2008. Página 27. 

- Famílias da Madeira e Porto Santo. Câmaras de Lobos. AUTOR: Compilação de Carlos Agrela.

- Martin Leme, La Carte du Duc, le contrat de blé, Bruges e Madeira, Philppe Garnier

- Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil, Margarida Ortigão Ramos Paes Leme
- Anibal de Almeida Fernandes, website« Genealogia historia »
- Wil Lem, Maastricht, Lem family association

- GAIO, Felgueiras, 1750-1831,Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm; Digitalizado e disponível em: http://purl.pt/12151

- Genealogia Paulistana - Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)Vol II - Pág. 179 a 229 - Tit. Lemes (Parte 1)

- Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. Pedro Taques de Almeida Paes Leme. Tomo III. Título LEMES. Editora: USP. Ano: 1980. OBS: A obra original, é do Século XVIII.

- Ruud Lem, Inglaterra

- André Claeys

- Capitão Domingos da Silva e Oliveira (website)

- http://genealogiaeorigens.blogspot.it/2016/01/os-lemes-e-ligacao-aos-barros-e-camaras.html

sábado, 24 de setembro de 2011

Dr. Raphael de Aguiar Paes de Barros e a Avenida Paes de Barros no Mooca, o Jockey Club e a fazenda em Leme SP

a Avenida Paes de Barros

atualizado 30.05.2023 por Tiffany


A Avenida "Paes de Barros" na São Paolo, é um símbolo da memória e do desenvolvimento. A conhecida avenida no bairro de Mooca guarda fatos importantes em suas origens.Recebeu esse nome  para homenager o meu tio-trisavô, Dr.Raphael Aguiar Paes de Barros
Segundo o site Portal de Mooca, a princípio chamava-se  Avenida Dr. Raphael de Barros.


AVENIDA PAES DE BARROS, Sao Paulo



O protagonista



Raphael Aguiar Paes de Barros, filho de Bento Paes de Barros, 1° Barão de Itu, e de Leonarda Francisca de Aguiar (4°s avós de Tiffany)tinha posse de várias terras em Sâo Paulo que se estendiam da Vila Prudente até a Alpina. Foi casado com sua prima Francisca de Azevedo de Barros (neta do Dr. Miguel Antonio Azevedo Veiga e Escholastica Joaquina de Barros. Este ultima era irmã  mais velha do Barão de Itu)- O pai de Raphael, Bento Paes de Barros, recebeu o titulo de barão em 1846 e foi o primeiro ituano com um titulo de nobreza. 
[Mais sobre o 1° barâo de Itu aqui : Bento Paes de Barros, 1° Barão de Itu, 4° avô de Tiffany]

Sei de uns primos em Sâo Paulo que Raphael e o barão de Tatui (trisavô de Tiffany) foram muito pertos. Além de ser primos, foram também cunhados, sendo Gertrudes de Aguiar Paes de Barros - a esposa do barão de Tatui - a irmâ mais velha do Raphael.
Depois: alguns filhos e netos do Raphael casaram com seus primos, netos do barâo de Tatui....entrelaços entre os descendentes dos dois primos entre os meus parentes em São Paulo.

Raphael de Aguiar (Paes de) Barros nasceu em Itu (SP) em 28.12.1835. Ele era
 filho de Bento Paes de Barros 1° barão de Itu e de Leonarda Francisca de Aguiar. Este ultima era irmâ do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar de Sorocaba.


batismo de Raphael de Aguiar Barros em Itu SP, Nossa Senhora da Candelaria
em dia 13 de janeiro 1836 com 14 dias.





Raphael era  irmão:
- do Dr, Antonio de Aguiar Barros, o futuro  2°barão, conde e depois Marquês de Itu, (1823-1899)  casado com a sua prima Antonia de Aguiar (1838-1917), futura marquesa de Itu . Antonia era filha do tio de Raphael, do 1° barão de Piracicaba (que era irmâo do barâo de Itu) e de Gertrudes  de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Rafael Tobias).. 
- de Gertrudes Aguiar Paes de Barros, trisavó de Tiffany, (1830-1878) casada com seu primo, o barão de Tatui, filho do seu tio, Francisco Xavier Paes de Barros, o cap. Chico de Sorocaba (outro irmâo do barâo de Itu) e de Rosa de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Rafael Tobias)..
- do Dr. Francisco Xavier de Aguiar Barros, (1839-1890), casado com a sua prima Maria Angelica de Souza Queiros, filha do barão de de Souza Barros. Este ultimo era um filho de Genebra de Barros Leite, uma tia de Francisco, outra irmâ mais velha do barâo de Itu.
- de Leonarda de Aguiar, (falecida em 1856) casou com o seu primo o coronel Raphael Tobias de Barros, 2° barâo de Piracicaba, filho do 1° barâo de Piracicaba (ele irmâo do barâo de Itu). Depois viuvo o futuro 2° barão de Piracicaba casou com Maria Joaquina de Melo Oliveria, filha dos Viscondes de Rio Claro.
- de Anna de Aguiar Barros, falecida em 1927. Ela casou tambem com um primo, Joao Tobias de Aguiar e Castro; era o filho do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e de Domitilia de Castro Canto e Mello, a marquesa de Santos.

[Nota: 4 irmãs de Aguiar de Sorocaba casaram com 3 irmãos Paes de Barros de Itu. Mais sobre o duplo parentesco entre os Paes de Barros de Itu e os de Aguiar de Sorocaba aqui.Itu e Sorocaba, origens de familia]

Após os primeiros estudos em Itu, transferindo-se para São Paulo, Raphael matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo onde se tornou bacharel em direito no ano de 1858 (ano em que morreu seu pai, o barão de Itu,). Nesta mesma época seu pai o hàvia enviado para a Europa, mais precisamente para a Inglaterra, onde a intenção era a de buscar modificar o extremismo político do jovem Rafael.  
De lá ele acaba voltando entusiasmado com as corridas de cavalo,  e a história do Jockey Club de São Paulo tem então o seu início com o Clube de Corridas Paulistano. 


Raphael casou em Itu SP com dispensa para consangunidade, em 28.4.1863 com sua prima, Francisca Azevedo no oratoria particular na casa de sua tia Escolastica Joaquina de Barros.. Escolastica Joaquina, era irmã mais velha do barão de Itu, era tia de Raphael e era a avó de Francisca de Azevedo.(Escolastica Joaquina foi casada com Miguel Antonio de Azevedo Veiga, ouvidor geral. Tiveram um filho, Miguel, casado com Candida de Campos, pais da jovem Francisca de Azevedo )


3°s tio-avós de Tiffany, Raphael de Aguiar Barros e Francisca de Azevedo


Historia do Jockey Club de São Paulo

De um encontro que reuniu no salão do Club Paulista, na antiga rua do Rosário, ilustres representantes da sociedade paulistana da época, o nome de Rafael Aguiar Paes de Barros se sobressaiu como idealizador do Clube de Corridas Paulistano. A ata dessa reunião foi redigida por Antônio da Silva Prado, neto do Barão de Iguape e filho de Dona Veridiana – o futuro Conselheiro Antônio Prado. 

A primeira competição aconteceu em 29 de outubro de 1876, com animais trazidos do Reino Unido e da França, que eram criados na fazenda Paes de Barros. Para atender a demanda do público, foi inaugurada uma linha de bonde com o percurso Mooca-Centro. O espaço foi importante para a popularização do bairro, por ter sido ponto de encontro da elite paulistana e dos barões do café, apostadores assíduos; o turfe permaneceu até 1941, quando foi transferido para Cidade Jardim; atualmente, no local está situada a Subprefeitura da Mooca. 
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A primeira corrida oficial do Jockey Club de São Paulo aconteceu em 29 de outubro de 1876, no Hipódromo da Mooca, na rua Bresser. Com direito a apresentação de banda de música e presença de um grande público. Os dois únicos cavalos inscritos, Macaco e Republicano, tiveram a honra de inaugurar as raias instaladas nas colinas da Zona Leste da Capital. Apesar do favoritismo de Republicano, Macaco levou o primeiro prêmio da Província.


Hipodromo Sao Paulo


Hipodromo Sao Paulo, foto Illustração Brasileira em 1922

Hipordromo Sao Paulo, foto tirada do site Saudosa Mooca em facebook.


Vários foram os fatos que ajudaram a construir a história do Jockey Club de São Paulo. Uma das grandes passagens se deu em 10 de julho 1877, quando ocorreu a primeira vitória de um cavalo tendo uma mulher como proprietária. O animal vencedor foi Corisco, pertencente à Maria Domitila de Aguiar Castro, uma prima do Dr. Raphael, filha de Brasilico de Aguiar e neta paterna do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e da Marquesa de Santos. Maria Domitila foi prima em 2° grau de Raphael Aguiar Paes de Barros (o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar foi tio materno dele).

Atravessando altos e baixos causados pela Abolição dos Escravos, Proclamação da República e, mais tarde, com as Revoluções de 24, 30 e 32, o Jockey Clube sofreu sucessivas suspensões de suas corridas, mas, mesmo assim, foi se firmando dentro da rotina e da história da cidade de São Paulo. Foi de lá, também que, em 28 de abril de 1912, levantou vôo o aeroplano pilotado por Edu Chaves que ia tentar pela primeira vez fazer o percurso Rio-São Paulo via aérea. Já em 1920 passa a ter a capacidade de abrigar 2.800 espectadores e, em 1923, é criado o Grande Prêmio São Paulo, até hoje uma das disputas mais importantes do turfe brasileiro.No ano de 1875 na cidade de São Paulo fundou o Hipódromo Paulista, onde mais tarde passa-se a ser chamado de Jockey Club de São Paulo.

Recordações  em 1957  clique na foto para ler


Raphael Aguiar de Barros, além de fundador do Jockey Club foi também o primeiro presidente do clube, vale ainda salientar que este 1a sede do Jockey Club de São Paulo foi construído em terras de sua propriedade, localizadas no bairro da Mooca.
Devido à enorme paixão pelo esporte e principalmente pelos cavalos Raphael Aguiar Paes de Barros foi o iniciador da criação de cavalos puro sangue inglês na cidade de São Paulo.
Outro fato marcante na vida do Dr. Raphael de Barros era que ele apoiava o abolicionismo, do qual participou e assinou a famosa declaração da Convenção Republicana de Itu em 1873. Em pleno regime monárquico Dr. Raphael elege-se vereador pelo partido Republicano Paulista.
Em 1875 ele ajuda a fundar o jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”.
Dr. Raphael tornou-se Diretor do Museu Provincial no ano de 1877, e em 1878, juntamente com o senhor Joaquim Egydio de Souza Aranha, “O Marques de Três Rios”, unira-se para a abertura de uma empresa cujo objetivo era o de canalizar as nascentes da Cantareira para que fosse feito o abastecimento de água na Capital.



Um pouco mais tarde preside "a Sociedade Promotora da Imigração"(fundada em 1886)  junto aos muitos primos e tios entre as familias dos Paes de Barros e os Souza Queiroz e com os Silva Prados.  A Sociedade Promotora de Imigração se caracterizou como um projeto de uma elite de produtores de café que, ao se articular em torno dela, consegue tornar realidade seu intuito de trazer imigrantes europeus para trabalhar nas suas fazendas de café em substituição à mão-de-obra cativa, visto que, nos seus nove anos de atividade localizada, contrata e introduz 266.732[*7] imigrantes no Estado de São Paulo com colocação inicial total de 100% em fazendas. 
Raphael Aguiar de Barros foi também provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, fato esse ocorrido entre os anos de 1886 e 1889.

Em sua homenagem a cidade de São Paulo denominou como um símbolo da sua memória e do desenvolvimento. a conhecida avenida no bairro de Mooca: A Avenida Paes de Barros.

Dentro os muitos palacetes da familia Paes de Barros témos o palacete de Raphael de Aguiar Barros na entâo rua Brigadeiro Tobias que segundo os estudos por Eudes Campos foi costruido entre 1885-1887 por Mateus Häussler.

"uma ampla moradia de aparência neopalladiana, que se destacava graças ao pórtico suportado por quatro grandes colunas inteiriças de mármore branco existente na fachada (fig.37 a 39). Rafael, na verdade, fazia questão de acompanhar de perto as novas tendências políticas e culturais disseminadas entre os jovens de sua geração e com a mesma posição social, havendo-se tornado abolicionista e republicano. - ...Um edifício, enfim, à altura de nele ter funcionado o Tribunal de Justiça do Estado de 1915 a 1932. Internamente, ao que parece, também apresentava novidades, pois deve ter sido um dos primeiros edifícios residenciais paulistanos a abandonar o conceito de "andar nobre".

O Raphael de Aguiar Barros faleceu em 1889. Viveram no palacete para alguns anos a viuva e alguns dos filhos ainda menores na epoca.
Foi demolido na primeira metade do 20° seculo.





historia em LEME SP

Na cidade de Leme foi proprietário da Fazenda São Rafael, local este o qual ainda hoje mantêm o seu nome, porém sem ter mais sua bela sede e seus mais de um milhão de pés de café distribuídos pelos seiscentos alqueires do local.. F
oi uma das maiores propriedades da região, com uma área total de 902 alqueires de terra. O café foi a principal fonte de renda. Plantio e colheita do café que ele terica aprendido a cultivar com seu tio, o Barão de Piracicaba, grandes nomes do café no Brasil. Com a morte de Rafael a fazenda passou a pertencer a seu filho Annibal Paes de Barros e seus irmãos.

A fazenda desapareceu. 
A fazenda foi desativada e extinta ,virou plantação de cana de açucar.
Infelizmente não tem mais nada no local ,apenas ficou a capela em ruinas. No interior da fazenda existia uma casa sede, colônia de imigrantes (7 em total), escola primária e uma capela para os moradores, todo desaparecido.
Dr. Rafael é tambem homenageado pela cidade de Leme, tendo seu nome em uma das principais ruas da cidade, a qual ficou carinhosamente conhecida como “Rafael”.


fazenda São Rafael em Leme SP e, ca. 1920
foi uma das maiores propriedades da região, com uma área total de 902 alqueires de terra. O café foi a principal fonte de renda. 




Capela na fazenda São Rafael em Leme SP.
Foto tirada do site de João Corrêa historiador no facebook
Muito obrigada.

Fazenda São Rafael em Leme SP em 2008, foto tirada do video de Fonrosobrasil em youtube. Obrigada.


Raphael Aguiar de Barros e Francisca de Azevedo de Barros tiveram os seguintes 14 filhos .
Procuro mais informação sobre eles e seus descendentes, meus primos :

  • Lucia c/c Joao Ramos Penna Firme,

  • Fabio c/c Sylvia Almeida. pais de:  - Sylvia Paes de Barros que casou em 1937 com o jornalista Ità Ferraz de Campos filho de José Ferraz de Campos. e de Virginia Franco) . filhos de Sylvia Paes de Barros: - Candido, falecido solteiro com 25 anos em 15.2.1935; - Ulysses;  - Cassio II;  - Fabio filho;  - Maria José, casada com Dr. Carlos A. Maya;
  • Cassio I,

  • Silvio

  • Olavo, (ca 1887-5.5.1960)  c/c Angelina Tufanin (falecida em 1990). Foram pais de 5 filhos: - Nilza nascida em 1920, - Arnaldo, nascido em 1927, - Olavo filho nascido em 1936 (era padre/sacerdote em Rio de Janeiro), de Alcyr e de Orlando.  Olavo Paes de Barros foi para muitos anos director de corridas do Jockey Club em Sao Paulo e parece tambem do de Santos para algum tempo. Foi chamado "turfmen". Era thesoureiro do partido republicano de Leme SP. (ver foto embaixo em homenagem).

  • Lavinia,c/c Antonio de Mesquita de Barros

  • Annibal (1874-1957) c/c Hortencia Simoes. Tiveram : - Rafael (1903-1971) casado com Brasilia Ribeiro de Moraes e Silva;  - Antonio (1905-1907);  - Beatriz (1907-1984)  casada com Joao Baptista do Amaral; - Maria (nascida em 1909)  casada com Eward Charles Adler; -Raul (1913.1939), e - Lucilla (1902-1949) . Lucilia, casou em 1923 com seu primo,  o advogado Affonso Paes de Barros, filho do Dr. Bento Xavier de Barros e de Anna Maria Luiza Dauer. Ramo Tiffany. A filha deles, Lucilita, faleceu jovem em 1964 e era casada com Eudorico Gonçalves.- Annibal Paes de Barros ver foto embaixo.

  • Mario (1873- 1931) c/c Maria Egydio de Souza Aranha.  Uma filha deles, Maria Xavier Aranha, nascida em 1876, casou com Tito Paes de Barros, irmão de Affonso (supra) e tambem filho de Bento Xavier de Barros e Anna Maria Luiza Dauer.-     Mario e Maria Egydio de Souza Aranha tiveram tambem - Marcelo (1892-1939) casado com Olga; - Mario filho (1896-1981) casado com Alcina; - Marina (1901-1943) casada com Sergio Meira de Castro e Murillo (1904-1982) casado com Maria da Gloria..

  • Izabel c/c Dr Ernesto Rodrigues da Costa Vidigal, pais de Maria 1894 (ver foto embaixo. ela era casada com seu primo Marcelo, fiilho de Maria e Francisco Fernando (III), ramo Jose de Barros Penteado ) - Raphael de Barros Vidigal  1896 c/c  Maria do Carmo de Macedo Soares dos quais descende Gloria Rothman; - Helena 1900, Bento 1902 e Adalgisa

  • Maria c/c Francisco Fernando (III) de Barros (o tio de Francisco Fernando III foi o pai de Salto : Francisco Fernando Paes de Barros casado com Maria Alexandrina de Barros. com descendentes em Jau do ramo Jose de Barros Penteado....)

  • Candida (1868-1957) c/c com seu primo o Dr. Fernando de Sousa Barros, filho do comendador Luiza Antonio de Souza Barros e de Felicissima de Almeida Campos. [O dr. Fernando era irmão da memorialista Maria Paes de Barros ; mais sobre ela aquiMaria Paes de Barros

  • Raphael filho nascido em 1866.

  • Francisca c/c Francisco Xavier Paes de Barros III  (ele advogado. Ele foi o irmão do meu bisavô Bento, ambos filhos do barão de Tatui.  )

  • Leonarda c/c Max Erhart.. Um dos seus filhos ( Renato,casou com Ana Rosa Paes de Barros, uma filha do meu tio-bisavô, o advogado Francisco Xavier III (supra). 

  • Tenho assim 4 filhos (Annibal, Mario, Francisca e Leonarda) de Raphael de Aguiar Barros que são ligados com casamentos dos filhos ou / e netos do barão de Tatui, este ultimo primo e cunhado de Rafael.
Raphael de Aguiar Barros faleceu de febre remittente entorno a meia-noite no dia 12.03.1889 e foi sepultado na cidade de São Paulo, no Cemitério da Consolação.
 Hàvia somente 53 anos.
Diario da Noticidas, RJ, 13.03.1889



Raphael faleceu de febre remittente....
Registro de obitos, Nossa Senhora da Conceição em São Paulo (Santa Ifigenia)



Quando sua esposa Francisca Azevedo de Barros faleceu com 81 anos em 11.07.1929, ela tive 42 netos e 35 bisnetos !

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Algumas fotografias


Leonarda de Aguiar e Bento Paes de Barros, barões de Itu (4°s avós de Tiffany).
 Foram o
s pais do Dr. Raphael de Aguiar Paes de Barros .




a esquedra : Francisca de Azevedo (duvida), Dr. Raphael de Aguiar Barros, Leonarda de Aguiar no meio, a direito: os trisavós de Tiffany: o Barâo de Tatui e esposa Gertrudes de Aguiar (Foto do primo Valerio em familysearch, OBRIGADA) 


Maria, filha de Raphael de Barros e Francisca de Azevedo, aqui com seu filho Marcello
Maria foi casada com Francisco Fernando de Barros (III), um seu primo, foto enviado de um seu descendente para mim. OBRIGADA..



Sylvia Paes de Barros
, filha de Fabio Paes de Barros e Ità Ferraz de Campos no dia de casamento em 29.07.1937 na Igreja Santa Terezinha, São Paulo,




Francisca Aguiar Paes de Barros, filha de Raphael . era casada com o tio-bisavô de Tiffany, o advogado Francisco Xavier Paes de Barros III, filho do barão de Tatui.



Maria Xavier Aranha Paes de Barros, filha do Dr. Mario Paes de Barros e de Maria Umbellina Egydio de Souza Aranha com seu marido e primo o Dr. Tito Paes de Barros, meio-irmâo do avô de Tiffany e neto do barâo de Tatui






Olavo Paes de Barros, filho de Raphael de Aguiar Paes de Barros e de Francisca de Azevedo
o "turfmen" e thesoureiro do partido republicano de Leme SP





 

Annibal Paes de Barros e familia
foto encontrada no familysearch por olavo40





Obrigada à todos os primos
 pelas fotografias dos nossos parentes ou pelas informaçôes. 




terça-feira, 20 de setembro de 2011

do qual DE BARROS você descende ?

Sobrenome no Brasil - Confusão e difficuldades! 


attualizado 10.04.2019 por Tiffany 

Segundo algums descendentes nenhum Pais de Barros grafa o sobrenome dessa forma, mas sim Paes de Barros, que é uma grafia arcaica. Me escreveu um historiador que no Brasil, as normas ortográficas não são muito respeitadas e os sobrenomes muitas vezes são escritos de forma antiquada, como acontece por exemplo em inglês.  



Efeitivamente segundo o Formulario Ortogràfaico : 


"A grafia original do nome de biografados, , deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).

isso significa que nos estudos historicos o nome deve ser escrito PAIS de Barros e no foro privaod na forma arcaica PAES de Barros...

Quando eu comencei a estudar as arvores genealogicas dos vários de Barros, teria muitos diferentes sobrenomes como : Barros, de Barros, Barroso, mesmo Bayros ou Bairros etc. etc. A coisa mais confusional foi o que no Brasil e no Portugal os filhos e as filhas nao teriam sempre o sobrenome de familia paterna como na Europa. Depois na Europa não são permitidos os sobrenomes duplos.

Acredita-se que no Portugal só depois o século XIX, a maior parte das pessoas de qualquer nível social tinha um sobrenome, ou sobrenomes, hereditários, fixos só em alguns casos. Fora da cultura portuguesa, este sobrenome tendia a ser patrilinear, único, e identificava a família como primado de identidade masculina, provendo assim uma ligação com o passado, e preservando sua identidade no futuro. Por esse fato no mundo fora da cultura portuguesa não é surpresa o fato de que antigamente a prioridade das famílias mais importantes fosse ter filhos homens para manter o nome, afinal, os filhos homens eram quem passavam o sobrenome para as novas gerações, e por essa razão era preocupante para uma família não ter nenhum descendente masculino. 

Por isso,em primeiro, eu mesmo tinha que entender como funciona o sistema de sobrenomes em Brasil. Isso é a causa porque eu chamo meu Blog "os Paes de Barros de São Paolo, Itu e Sorocaba...." isso para diferenciar e encontrar possivelmente membros desse ramo dos de Barros e possivelmente fazer mais luz sobre outros ramos e seus descendentes que usam "Paes de Barros".

HISTORIA DOS SOBRENOMES

Desde a Idade Média e até ao século XVIII, em algumas zonas rurais portuguesas as pessoas eram conhecidas apenas pelo nome próprio, ao qual era acrescentado o patronímico (nome do pai), para os rapazes, e o matronímico, (nome da mãe), para as moças. Em casos mais raros podia o rapaz ser conhecido pelo matronímico, por exemplo, se não tivesse pai, ou a moça pelo patronímico, no caso, por exemplo, de o pai ser de uma família mais distinta do que a da mãe. A partir do fim da Idade Média, numa lenta transição das urbes (cidades) para o campo, e do litoral para o interior, os patronímicos tendem a fixar-se, transmitindo-se sempre o mesmo, já como sobrenome de uma determinada família que o usa em comum.

Nos documentos oficiais em Portugal por exemplo, na Chancelaria Régia portuguesa, os registros mencionam sempre o nome da pessoa, seguido do nome do pai dela, de forma a impedir confusões entre homônimos.

A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome próprio veio a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinônimo em português de alcunha ou sobrenome) por que os outros as distinguiam, ou então o nome da sua terra de origem:

Exemplos:

1º) João Anes, filho de um ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes.

2º) O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães.

3º) Este processo é paralelo e análogo aos membros da nobreza, que por serem muito conhecidos se assinam pelo nome das terras cujo senhorio pertence a sua respectiva família, explo: João Anes de Sousa, ou seja, João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa.

No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas, até então, pequenas cidades (urbes) medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas cidades subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas entre sí, que em alguns lugares era mal visto/considerado não se ter um sobrenome.
Atenção: mesmo tendo sido este fenômeno de explosão da população o motivo do começo para todos os sobrenomes que existem hoje, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registro civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911.

No século XIV é adotado em Portugal a língua portuguesa para os registros oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para os registros. Isto paralelamente a outras nações européias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra sobrenome em documentos, nas respectivas línguas locais.
Mas sobrenome significando ainda, e tão somente, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido e não necessariamente transmissível, ou seja, não era o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.

Note-se que, até ao séc. XVII, nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo os seus membros apenas tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos, lembrem dos reis de França que assinavam apenas o nome, como aparece no contrato de casamento de Maria Antonieta em pleno séc. XVIII.

Até 1911, a adoção dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o Sacramento da Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro.
Até 1911, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que passaria a assinar como adulto. Esses registros eram exclusivamente os da Igreja Católica que serviam oficialmente, quando preciso, na vida civil.

E assim : 

Não tem escolha senão verificar meticulosamente os nomes e sobrenomes dos pais para os indivíduos e os registros das igrejas para pesquisar !

Já em Portugal vigorava tanto entre a nobreza quanto entre o povo, o conceito de CASA, que era constituído pela noção de patrimônio familiar comum partilhado sob o comando do filho mais velho (no geral), na ausência de varões, sucediam as mulheres como senhoras da Casa que, em muitos casos transmitiram, e transmitem ainda, esse sobrenome da Casa à sua descendência. É o chamado sistema misto.
Este costume português explica porque é que, atualmente, são raríssimas, se é que ainda existem, as famílias portuguesas, ou de origem portuguesa, que mantenham a varonia do sobrenome, ou sobrenomes usados na atualidade.
Na cultura portuguesa é costume os filhos receberem um ou mais sobrenomes de ambos os progenitores.
Também assim se procede na cultura hispânica porém note-se que, enquanto na portuguesa os sobrenomes maternos precedem os paternos na disposição final do nome completo, na Espanha e na América hispânica a ordem é a inversa.

Entre 1580-1640 sob a dominação da Espanha vigorou em Portugal a praxe espanhola do sobrenome do pai anteceder ao sobrenome da mãe.
(isso tanto para complicar a pesquisa do Pedro Vaz de Barros, 10° avô de Tiffany que deu o nome aos muitos Paes de Barros em minha familia. Depois seu irmâo Antonio Pedroso de Barros tem outra composição com Pedroso... não se sabe se a variante dos sobrenomes era a hispaniola ou portuguesa e até hoje nâo se sabe nada da mãe e familia).

Em Portugal o número máximo de sobrenomes permitidos é 4, o que permite o uso de sobrenome duplo quer materno, quer paterno, enquanto que na Espanha é de 2, mas esses dois podem ser duplos, unidos por hífen, resultando na realidade em quatro sobrenomes como em Portugal.
Já no Brasil e nos restantes países de língua portuguesa não existe essa limitação para o número de sobrenomes.

A partir do final do século XIX, por influência da burguesia francesa, tornou-se comum às mulheres portuguesas acrescentarem o sobrenome (ou duplo sobrenome) do marido aos seus sobrenomes sem, no entanto, perderem os seus próprios sobrenomes de solteira.
Assim, como norma geral, os pais têm filhos com sobrenomes completamente diferentes entre si.

Pelo texto o uso dos apelidos em Portugal de Antonio Machado de Farias aprende-se que a confusão sempre foi muito complexa:
Pois muitas vezes os filhos não derivam o sobrenome do patronímico do pai, mas usam o próprio patronímico do pai, outras vezes tomam o mesmo patronímico do avô paterno, ou avô materno, ou bisavô paterno, ou bisavô sogro do avô paterno.
Por conta dessa prática fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia.

SOBRENOMES NO BRASIL:

Exemplo ilustrativo de um meu antepassado, tirado do Título: Penteado, Volume III, pg. 368 a 404, da Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), inspirada em Pedro Taques de Almeida Paes Leme (1714-1777):

Segundo escreveu Pedro Taques: >>A Nobre família de Penteado teve origem em S. Paulo em Francisco Rodrigues Penteado, natural de Pernambuco, para onde veio ser morador seu pai Manoel Corrêa  (9° avô de Tiffany) com casa, saindo de Lisboa; e em Pernambuco se estabeleceu com negocio grande. Tendo este filho Francisco Rodrigues Penteado (8°avô de Tiffany), já bem instruído em artes liberais, sendo excelente e com muito mimo na de tanger viola, e destro na arte da música, seu pai o mandou a Lisboa sobre dependência de uma herança que ali tinha, o filho, porém, vendo-se em uma corte das mais nobres da Europa e com prendas para conciliar estimação, cuidou só no estrago que fez do cabedal que recebeu, consumindo em bom tratamento e amizades: Refletindo depois que não estava nos termos de dar satisfação da comissão com que passara de Pernambuco a Lisboa, embarcou na frota do Rio de Janeiro com Salvador Corrêa de Sá e Benevides em 1648, o qual tendo de passar a Angola, como passou, para a restaurar dos holandeses, o deixou (Francisco Rodrigues Penteado) na cidade do Rio muito recomendado pelo interesse de instruir nos instrumentos musicais a suas filhas e ao filho mais velho Martim Corrêa com quem estava unido pela igualdade dos anos. Do Rio de Janeiro, pela demora em Angola do dito Salvador Corrêa de Sá, que ficou feito general daquele reino, passou para a vila de Santos Francisco Rodrigues Penteado; e já desta vila subia para S. Paulo contratado para casar com uma sobrinha de Fernando Dias Paes, que foi quem o ajustou para este contrato.<<

Pg. 368: Casou-se Francisco Rodrigues Penteado em S. Paulo com Clara de Miranda f.ª de Antonio Rodrigues de Miranda, natural de Lamego, e de Potencia Leite, à pág. 135. Faleceu Francisco Rodrigues Penteado em 1673 com seu testamento em Parnaíba e sua mulher Clara de Miranda em 1682. Teve (C. O. de S. Paulo) os 7 seguintes filhos com 4 tipos diferentes de sobrenome:
Cap. 1.º Francisco Rodrigues Penteado
Cap. 2.º Antonio Rodrigues Penteado (segue abaixo=cap. 2º)
Cap. 3.º Andreza Leite (*)
Cap. 4.º Manoel Corrêa Penteado (segue abaixo=cap. 4º) , 7° avô de Tiffany. que foi casado com Beatriz de Barros, a bisneta do Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme., o "Correa" vem do avó Manoel Corrêa, vindo do Portugal em Pernambuco e do qual não se sabe com quem era casado...
Cap. 5.º Paschoal Leite Penteado  (*)
Cap. 6.º João Corrêa Penteado
Cap. 7.º José Corrêa Penteado
 (* o "Leite" vem da avó, Potencia Leite. Niguém tem o "Miranda" da mãe no sobrenome)


Pg. 373: Cap. 2º) Antonio Rodrigues Penteado, foi morador em Sorocaba onde teve as rédeas do governo e casou-se com Maria de Almeida Lara f.ª do capitão-mor de Sorocaba Thomé de Lara de Almeida e da 1ª mulher Maria de Almeida Pimentel. Tit. Taques Pompeus. Faleceu em 1728. Teve os 11 f.ºs. seguintes com 7 tipos diferentes de sobrenome: (C. O. de Sorocaba).
1-1 Francisco Rodrigues Penteado § 1.º
1-2 Thomé de Lara Penteado § 2.º
1-3 Amaro Rodrigues Penteado § 3.º
1-4 José Rodrigues Penteado § 4.º
1-5 Clara de Miranda § 5.º
1-6 Maria de Almeida Pimentel § 6.º
1-7 Ignacia de Almeida § 7.º
1-8 Andreza Leite de Almeida § 8.º
1-9 Potencia Leite de Almeida § 9.º
1-10 Antonia de Almeida § 10.º
1-11 Anna de Almeida Lara § 11.º

Pg. 375: Cap. 4º) Manoel Corrêa Penteado, (ele é irmão do anterior Antonio Rodrigues Penteado) natural de S. Paulo, que foi morador em Araçariguama, adquiriu riqueza com a exploração de minas de ouro nas Minas Gerais, e foi proprietário de grande fazenda de cultura em Araçariguama termo de Parnaíba onde teve as rédeas do governo e foi pessoa de autoridade e veneração. Foi casado com Beatriz de Barros f.ª do capitão Pedro Vaz de Barros e de Maria Leite de Mesquita. Tit. Pedrosos Barros. Faleceu em 1745 e teve os 7 f.ºs todos os 7 filhos com sobrenomes diferentes: (C. O. de S. Paulo) . note bem :

  • 1-1 Padre José de Barros Penteado
  • 1-2 Capitão Fernão Paes de Barros  6° avô de Tiffany, que tem o mesmo nome e sobrenome do seu "famoso" tio-avó materno ,   que recebeu  " honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678" . Dele prende o nome e sobrenome este capitao Fernao Paes de Barros.
  • 1-3 Manoel Corrêa de Barros § 3.º
  • 1-4 Anna Pires § 4.º
  • 1-5 Maria Leite da Escada § 5.º
  • 1-6 Maria Dias de Barros § 6.º
  • 1-7 Luzia Leme Penteado § 7.º
Todos com sobrenomes DIVERSOS !

o 1-2 Fernâo Paes de Barros (supra) assumiu apenas o sobrenome de seu tio-avô materno, da familia de sua mãe Beatriz de Barros e nenhum  dos Correa Penteado, a sua família paterna !

Ele era casado com Angela Ribeiro ou de Cerqueira. Deles descendem o meu 5° avó Antonio de Barros Penteado  e seus filhos que sâo os meus 4°s avós : o capitão Francisco Xavier Paes de Barros e seu irmão Bento Paes de Barros (o barâo de Itu), meu tronco dos varios ramos Paes de Barros, todos com o sobrenome da familia de Beatriz de Barros, bisneta de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme e tambem bisneta do Pedro Dias Paes Leme, irmâo de Luzia Leme. Da familia Leme  vem o "Paes" no sobrenome Paes de Barros.

Assim sendo, eu concluo, mais uma vez que:
Por conta dessa prática aleatória de dar os sobrenomes fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia no Brasil.

Leia mais curiosidades sobre a união dos Penteado e Vaz (Pedrosos) Barros que sâo os antepassados do meu ramo Antonio de Barros Penteado:Beatriz de Barros e Manoel Correa Penteado


Fontes:

- texto em parte do meu primo: Anibal de Almeida Fernandes em historia genealogia

- Wikipedia sobrenomes portugueses / uso de sobrenomes na Europa (em alemão)

- nomes es sobrenomes Genealogia Freire