“Cada pessoa tem a sua historia. - Cada pessoa tem uma familia. - Cada familia tem origems. - Você não é apenas o que você imagina que é!"

SEJA GENTIL !

CITE SEMPRE A FONTE QUANDO GOSTA E USA AS MINHAS INFORMAçÕES.

NAO COPIE AS FOTOGRAFIAS E PESQUISAS SEM DAR CREDITO Á AUTORA E O BLOG.

MUITO OBRIGADA !

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Maria Paes de Barros, née Souza Barros, autora de No tempo de dantes.

atualizado 25.05.2022



Em seu livro " No tempo de dantes" Ela fala de sua infância em torno de 1850 a 187o, do seu pai, o Comendador Luis Antonio de Souza Barros, do seu tio Francisco, o Barão de Souza Queiros como tambem de sua tia, Mafalda de Sousa Queiroz, Marquesa de Valença. Todos tambem  parentes do tronco dos Paes de Barros de Sao Paulo.
Descrive pessoas importantes, que iam e vinham na casa de seu pai. Fala de uma São Paulo como uma pequena cidade de ritmo lento, alguns sobrados e apenas escravos transitando por ruas silenciosas....Conta dos métodos de ensino em casa, em seguida, os passeios em São Paulo a pé, a vida domestica no dia-a-dia, os viagens pelas fazendas e dos trabalhos dos escravos.
Com lindas fotos dela e seu marido, o senador Antonio Paes de Barros junior, um outro parente. Jà que ele foi um primo de sua esposa, filho do 1° Baráo de Piracicaba, Antonio Paes de Barros, irmão do 2° Barao de Piracicaba, Rafael Tobias Paes de Barros e irmô do major Diogo Paes de Barros que fundou a primeira fabrica de tecidos na cidade de Sâo Paulo entre 1872-74.....
Fotos da velha São Paulo, velhas carruagens e utensílios com descriçao de vida de uma São Paulo no liberalismo brasileiro com as contradiçoes de seu tempo na élite paulistana.



Um livro interessante que deixa uma impressâo dessa epoca em Sao Paolo, de ponto de vista de uma senhora que foi "filha de sua epoca" com os varios problemas politicos e morais.

A sua biografia:


Quando dona Maria Paes de Barros fez 100 (cem) anos, em 1951, os jornais dedicaram-lhe grandes espaços para entrevistas. De extraordinária lucidez, ela conseguira notoriedade com a publicação de livros, já em idade avançada, e com atitudes políticas ousadas como as manifestações públicas de simpatias à extinta União Soviética, atitudes surpreendentes para quem pertencia a uma das mais aristocráticas famílias paulistas.
Dona Maria Paes de Barros

Aos 94 anos, Dona Maria editara, "Nos Tempos de Dantes", livro prefaciado por Monteiro Lobato. E´ uma obra preciosa, pois continha sua memória de infância, plenas de revelações sobre os costumes familiares de São Paulo do século XIX.
Ela era filha do comendador/Brigadeiro Luís Antonio de Sousa Barros, (o da avenida), que foi irmão do Barão de Limeira (Vicente de Sousa Queiroz) e do Barão de Sousa Queiroz (cel. Francisco Antonio de Sousa Queiroz). Nomes de aristocracia imperial paulista. Familia de cafeicultor, senhor de escravos e moderno capitalista.

O brigadeiro foi casado 2a vez com Felicissima de Almeida Campos. Ele foi um rico e famoso cidadão paulistano de sua época.  Brigadeiro Sousa Barros foi o primeiro prefeito de São Paulo, de 5 de maio a 21 de novembro de 1835. O cargo, após a passagem de alguns outros titulares, também de breves mandatos, foi logo extinto para ressurgir só vários anos depois. Foi filho de Genebra de Barros Leite, (irmã do barão de Itu, do barão de Piracicaba, do cap. Chico de Sorocaba Francisco Xavier Paes de Barros e outros) e do brigadeiro Luiz Antontio de Sousa.

Dona Maria Paes de Barros passara os seus dias de criança numa  chácara no, hoje, centro da cidade. A chácara dos Sousa Barros tinha sua frente entre as atuais praça do Correio e Largo do Paissandu. Estes dois logradouros, inclusive chamados na época, respectivamente de Acu e Largo do Tanque de Zuniga, estavam dentro da propriedade.

Os fundos da Chácara estendiam-se até os limites do bairro de Santana. No Largo do Tanque Zuniga, tinha nascente o rio Iacuba, cujo nome, transformou-se por modificações e simplificações, na palavra Acu, denominação antiga da área ocupada pela praça do Correio e redondezas.

O riacho Iacuba, na sua rota para encontrar-se com o rio Anhangabaú, logo abaixo, passava próximo à confluência da rua Brigadeiro Tobias com a Ladeira Santa Efigênia. Ali a chácara do comendador Sousa Barros confrontava-se com a chácara do brigadeiro Tobias de Aguiar (que foi um tio do Barao de Tatui, cuja mãe, Rosa de Aguiar, foi irmã do Brigadeiro).

Casada, em segundo núpcias, com o brigadeiro Tobias de Aguiar (cunhado de Genebra e dos barões de Itu e Piracicaba), a Marquesa de Santos foi morar numa casa construída junto à esquina daquelas duas ruas. Em frente à casa, ficava a Biquinha do Acu.

No livro Nos Tempos de Dantes, ao falar no casarão em que passou sua infância, Dona Maria Paes de Barros cita-o como "um grande sobrado, um tanto fora da cidade". Naquela época, São Paulo mal ultrapassara o seu núcleo original.

Em 1882, retalhada a chácara, demoliu-se o seu casarão. Sete anos depois, aos 78 anos, Antonio Luis de Sousa Barros morreu.


As memorias de nossa prima Maria Paes de Barros se referem ao periodo entre 1851 até 1889/1892 (repubblica), quando as famílias começaram a sofrer a desintegração econômica (primeira crise do café), o abandono e a venda de terras e as mudanças de hábitos e interesses dos filhos do sexo masculino.

Acostumada a conviver, na infância, com as grandes personalidades políticas, parentes e amigas do seu pai, Dona Maria Paes Barros casou-se em 1868 com um primo, Antonio Paes de Barros . Ele era 11 anos mais grande dela. Ele hàavia estudado  engenharia na Suiça (Zurique) e também tornou-se vereador, depois senador em 1904, já no período republicano. Ele nasceu em 1840 e era filho do 1° Barao de Piracicaba, Antonio Paes de Barros (mesmo nome do filho) e de Gertrudes Eufrosina de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar). Era  irmâo do 2° barão de Piracicaba (Raphael), da marquesa de Itu (Anna), de Diogo de Barros que lutou na guerra em Paraguai e depois fundou a primeira fabrica de técidos na cidade de Sâo Paulo, de Gabriella, e de  Maria Raphaela casada com o Dr. Antonio Francisco de Paula Souza, (Estes ultimos foram os pais do  engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza (com quem Diogo havia estudado na Suiça) e o qual casou com Ada Herwegh conhecida em Suiça.. Mais sobre Antonio Francisco aqui : 

A carreira de Antonio Paes de Barros, porém, logo seria interrompida por uma doença que o afastou da vida ativa, vivendo invaldo por uma parte de sua vida. Assim dona Maria foi obrigada a assumir a liderança da família retirando-se para uma das fazendas de famiia em Pirassununga. O senador Antonio Paes de Barros era 
o primeiro dono da fazenda Santa Gertrudes da Barra  a "fazenda da Barra" em Pirassununga SP. Doava terras pela construçâo da estação Emas. Hoje em estas terras tem a aéronautica militar. 


Antonio faleceu em 21.09.1909 em São Paulo e foi enterrado no cemiterio da Consolação em São Paulo.



Antonio Paes de Barros e Maria de Sousa Barros, em ca 1886., foto tirada do livro "no tempo de dantes".



senador Antonio Paes de Barros, primo e marido de Maria Paes de Barros.
foto tirada do Correio Paulistano 1909 em occasão do seu falecimento.


Esvanecida a riqueza familiar, ela, jà dona matura, encontrou forças para realizar alguns trabalhos significativos, entre eles, a publicação, em 1932, de uma "História do Brasil". Foi ainda a fundadora do primeiro Tênis Clube de São Paulo, diretora da Maternidade de São Paulo e membro ativo da Igreja Presbiteriana de São Paulo.



Cinco gerações da família paulista Souza Barros. Ao centro, Dona Felicíssima, com sua tataraneta Evangelina no colo. Maria Paes de Barros está à esquerda, sua filha Maricota Barros Wright, à direita. De pé, sua neta Elisa Oliveira, c.1920. (Imagem do livro No Tempo de Dantes)


Maria de Sousa Barros nasceu em 9.7.1851, casou em 1868 com seu primo Antonio Paes de Barros (o senador para distinguir os muitos Antonios na familia)  e faleceu 11.9.1951. Foi enterrada no cémiterio da Consolação.

Foram pais de  9 filhos : 

- Antonio Paes de Barros  ( 1870-?) , apelidado Tonicao, era funcionàrio da Segreteria de Agricoltura,

- Maria Luiza (Maricota) 1872-1924, casada com o ingles, o Coronel Edmundo Wright  (ela supra na foto).

- Luiz Paes de Barros,(1874-?)

- Ottilia Paes de Barros (1875-=) casada com Sideny Crowthes Smith em 1899 na igreja Presbiteriana na rua 24 de Maio em Sao Paulo,

- Dr. Eduardo Paes de Barros, (1880-1913)  delegado da Policia em Faxina, casado com Olivia Lobato;

- Dr. Gustavo Paes de Barros,(1881-?) deputado estadual, casado com Guilhermina (?) ;

- Gertrudes Paes de Barros  (1883- 1973) casada com o Dr. Carlos Pereira Magalhães.

- Dr. Raphael Penteado do Barros (1887-1958)  foi professor da faculdade de Medicina em Sao Paulo e Chefe de Servicio da radiologia. , casado com Luiza; 
Foi também introdutor da fisioterapia no Brasil! Durante muitos anos o curso de fisioterapia na Universidade de São Paulo teve seu nome.

- Rosalina Paes de Barros (?-1966) casada com o Prof. Othaniel Motta (ele era tambem pastor de igreja presbiterana),



Raphael Penteado de Barros , filho do senador Antonio Paes de Barros e de Maria Paes de Barros,
, foto tirada da Academia de Medicina em Sao Paulo.





Gertrudes, filha do senador Antonio Paes de Barros e Maria Paes de Barros, née Souza Barros, , foto enviada-me por a prima Leda Magalhâes de Oliveira, neta materna de Gertrudes.



Obrigada Leda pelas muitas informações !

sábado, 30 de julho de 2011

Paes de Barros - tambem descendentes de Pedro Vaz de Barros, vindo do Portugal

Atualizado 12.07.2018

é muito interessante para a pesquisa da família, descobrir as histórias pessoais de nossos antepassados ​​na história do mundo e tentar colocar o quebra-cabeça.
Faltam muitos informações.
Em parte, apenas pequenos fragmentos estão presentes. Tento collocar toda informação possivel para obter uma visão global dos varios membros dos nossos ancestrais.

Faço isso como um hobby. De nenhuma maneira as minhas pesquisas são profissionais e pode ser que eu mesmo cometo erros ou desinformação na coleta de dados e nomes.

Portanto, ficarei feliz com qualquer informação ou correcção. 
Somos descendentes de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, que foi descendente de Antonio Leme, meio-irmão de Martim Lem II de Bruges na Belgica, descendentes de Willem Lem.
Dos descendentes de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme resultam varios ramos no Brasil e muitos são interligados entre os varias familias.

Pedro Vaz de Barros, o nosso “patriarca”  brasileiro. 

Sobra a sua ascendencia tem muito polémica que foi inicidada no inicio do XIX seculo por Americo de Moura em um texto do ASBRAP. Este autor parece que possuía muitas informações interessantes e originais, quando escreveu o artigo. Não se sabe se conseguidas através de pesquisas, leitura ou tradição oral familiar ou social.???? Porém, foi displicente, não pensando na contribuição histórica que poderia realmente dar para o futuro; simplesmente desleixou nas referências/fontes de onde, supõe-se, extraiu suas informações. Algumas destas fontes, simplesmente não menciona; outras, cita de passagem, sem precisar. Ele cita o nome dos pais do primeiro Pedro Vaz de Barros: diz serem Jerônimo Poderoso (sic) e Joana Vaz de Barros. Esse Poderoso poderia ser, inclusive, uma má leitura paleológica de Pedroso; mas ele reforça a afirmação ao dar o nome do primeiro filho do casal como Antônio Poderoso (e acrescenta...”depois Antônio Pedroso de Barros”), aquele que conhecemos por Pedro Taques e Silva Leme também como Antônio Pedroso de Barros. Se essa informação fosse acompanhada pela fonte onde a colhera, seria de grande interesse histórico e genealógico. Mas cai no vácuo de profunda dúvi-da. Outra notícia que dá sobre esse par ancestral é que eram “ambos meio cristãos novos”. Mas também não declara de onde tirou essa informação.....

Pedro Vaz de Barros foi natural do Algarve, Portugal. Residia em Lisboa quando veio para o Brasil, com o irmão Antônio Pedroso de Barros, com provisões do Donatário Lopo de Sousa para servirem no respectivo Governo.
Em 18-AGO-1603 já se encontrava na qualidade de Capitão-Mor Governador da Capitania de São Vicente, onde se radicou definitivamente, castando com Luzia Fernandez (LEME), filha de Fernando Dias Pais e Lucrécia Leme, estabelecendo-se com uma fazenda em Pinheiros, além de possuir o Sítio Itacoatiara e grande número de escravos índios.

Em essa epoca nasceu o movimento dos bandeiristas. Fez nova bandeira em agosto de 1611 com autorização de D. Luís de Sousa à região do Guairá, assaltando no final do ano a redução jesuítica de Paranambaré, ou Paranambu, e apresando 500 índios. Trazia os índios para São Paulo quando foi atacado pelo militar espanhol D. Antonio de Añasco, que lhe retomou a presa.

Em 1615 voltou outra vez à região do rio Paraná e Guairá e de novo em 1623. Sebastião Preto, ali morto, e seu irmão Manuel Preto, haviam descoberto a vantagem de prender índios aldeados, já com hábitos de trabalho rural. Além do rio Tietê e do rio Paraná surgiam como outras vias as Sete Quedas, o «caminho do Piabiru« ou das cabeceiras do rio Paranapanema às do rio Ivaí e por este ao Piquiri e ao Paraná.

Foi vereador em 1619, capitão da vila em 1624, grande bandeirante (com famosa bandeira desde 1603), pois socorrera Santos quando de ataques corsários em 1614 e 1626, dono da Fazenda de criar gado do rio Pequeno desde 1640.

Por duas vezes (em 1614 e 1626) foi com gente armada à sua custa em socorro dos habitantes de Santos, ameaçados por corsários holandeses.

Em 1628, foi o chefe da vanguarda da grande expedição de Antônio Raposo Tavares e Manoel Preto ao Guairá, salientando-se pela sua audácia e infatigabilidade.

Em 1640, fundou a fazenda de criar do Rio Pequeno. Foi um dos maiores sertanistas dos primórdios do Século XVII.


Colonização da Região de São Paulo: Índios, colonos, jesuítas e bandeirantes


(Texto e foto: PDF:Maria Aparecida Papali, Maria José Acedo del Olmo 
e Valéria Zanetti de Almeida )


Acolonização da região de São Paulo teve início com a fundação da cidade litorânea de São Vicente, sob o comando de Martin Afonso de Sousa. Colonos e jesuítas revezavam-se na busca pela conquista do indígena, imprescindível como mão-de-obra barata, passível de escravização e disponível para o trabalho árduo dos primeiros tempos. A partir de 1553, a colonização portuguesa se consolida na região, possibilitando a constante penetração pelo continente, movimento de interiorização da Colônia, o qual encontrou em terras paulistas um forte impulso.

Subindo a serra, clérigos da Companhia de Jesus, sob a liderança do padre Manuel da Nóbrega, alcançaram o planalto e efetivaram o antigo projeto de instalação de aldeias na região. Sendo assim, fundaram em 25 de janeiro de 1554 o Colégio de São Paulo de Piratininga, com a expectativa de expandirem a evangelização dos índios pelo sertão adentro. No planalto, dois grandes grupos indígenas, Tupiniquim e Tupinambá, eram inimigos ferrenhos e, em boa parte do século XVI e XVII mantiveram-se em guerras sangrentas. Colonos portugueses e jesuítas aliaram-se aos Tupiniquins, numa política de aliança e aproximação. João Ramalho, português bastante indigenizado, casado com a filha de Tibiriçá, chefe Tupiniquim, pai de muitos filhos mamelucos, favoreceu bastante tal processo de aliança Os combates e conflitos entre Tupiniquins e Tupinambás eram fomentados pelos colonos portugueses que, valendo-se de sua aproximação com os Tupiniquins utilizavam os prisioneiros de guerra, que, ao invés de serem sacrificados, conforme o costume das tribos, eram transformados em cativos e vendidos como escravos. A partir de 1560 o projeto jesuítico de aldeamento e constituição de missões alastrou-se ganhando força e adeptos entre os representantes da Coroa. Num primeiro momento, os próprios colonos aceitam pacificamente o comando dos jesuítas sobre as populações indígenas, desde que tal atitude não atrapalhasse a disponibilização da mão-de-obra representada pelo nativo.

O projeto jesuítico de aldeamento visava construir uma forte estrutura na qual o indígena, uma vez submetido ao cristianismo, desse continuidade ao trabalho nas roças e lavouras, e assim, mediante salários módicos, servir aos colonos nas mais diversas modalidades de trabalho. Não obstante a desestruturação social que tal mecanismo engendrou entre as comunidades indígenas, os aldeamentos assim concebidos significavam uma possibilidade de existência de mão-de-obra livre.

Apesar das boas expectativas iniciais, tal experiência de aldeamento tende a desmoronar a partir do final do século XVI. Cada vez mais os colonos paulistas mostravam-se impacientes com a ingerência dos jesuítas sobre os trabalhadores indígenas. Tem início o conflito entre colonos e jesuítas que prolonga-se pelo século XVII, até a expulsão destes da região de São Paulo, em 1640.

Não tardou para que o findar do século XVI surgisse com os colonos paulistas adentrando sertões com suas “bandeiras” de apresamento, ao encalço do índio. Muito embora medidas legais proibissem a escravização do indígena, os colonos a efetivavam, a revelia de instituições e da perseguição dos jesuítas.

Com a crescente utilização da mão-de-obra indígena, a região do planalto se solidifica economicamente, intensificando cada vez mais a rota comercial com o litoral. No início do século XVII, D. Francisco de Sousa, nomeado governador da então Capitania de São Paulo, busca revitalizar a produção paulista, quando inicia política de transformar São Paulo no “Celeiro do Brasil”, incrementando a produção de trigo para abastecimento da Colônia. Junto a essa política, D. Francisco buscou também recuperar o já desestabilizado projeto de aldeamento dos jesuítas. Para tanto, incentiva a criação de novas aldeias, entre elas a de Barueri e Santo André..

No entanto, com a morte de D. Francisco, em 1611, o projeto de aldeamento desintegra-se definitivamente. A grande aldeia de Barueri, não respeitada pelos colonos, sofre invasões de bandeiras, dilui-se, formando outros pequenos núcleos de aldeamento, como a Aldeia de Nossa Senhora da Escada (atual Guararema) e a Aldeia do Rio Comprido (núcleo que deu origem a cidade de São José dos Campos) Grandes bandeiras de apresamento do indígena adentram-se cada vez mais pelo sertão e, a partir de 1640, com a expulsão dos jesuítas da Capitania de São Paulo, um novo impulso de busca por novas tribos indígenas tem início, quando bandeirantes paulistas avançam pelo Vale do Paraíba. Novas Vilas são edificadas, como Taubaté, Guaratinguetá e Jacareí, tendo início um núcleo urbano que desencadeia o surgimento das demais cidades do Vale do Paraíba paulista.

Sobre Pedro Vaz de Barros escreveu Pedro Taques na Genealogia Paulistana Vol. III, em Tit. Pedroso de Barros, pag. 442:

“Porém, Pedro Vaz de Barros já tinha vindo a S. Paulo muito antes daquelas épocas, pois consta que era capitão-mor governador da dita capitania pelos anos de 1602 (Cart. da provedoria da fazenda real, e arquivo da câmara de S. Paulo). Neste arquivo da câmara de S. Paulo se vê que para se tomar um assento em câmara sobre a vinda de quatro soldados espanhóis de Vila Rica do Espirito Santo da província do Paraguai, foi neste ato presidente Pedro Vaz de Barros, como capitão-mor governador de S. Paulo. Caderno de vereanças tit. 1601.Em 1605 voltou para Portugal, mas retornaria ao Brasil.”

« Pedro Vaz de Barros e seu irmão Antônio Pedroso de Barros foram pessoas de qualificada nobreza e vieram ao Brasil providos, Antonio em capitão-mor da capitania de São Vicente e São Paulo, e o irmão Pedro Vaz de Barros em ouvidor da mesma capitania, com cláusula que, falecendo Antônio Pedroso, fosse capitão-mor governador e também ouvidor o irmão Pedro Vaz, e falecendo este acumulasse Antônio Pedroso os dois cargos, como se vê da carta patente passada em Lisboa em 1605, pela qual tomou posse Antônio Pedroso na câmara de São Vicente em 1607, que está registrada no arquivo da câmara de S. Paulo.

No cartório do tabelião da vila de São Vicente se acham autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, nascido em 1643, e escrivão deles o tabelião Antonio Madeira Salvadores. E também os autos de justificação do capitão Fernão Pais de Barros, ano de 1678, escrivão deles o mesmo tabelião Salvadores. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de São Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara à mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antônio Pedroso viera à vila de São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma filha de Jerônimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de São Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antônio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de São Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros.

Estes dois irmãos Antonio Pedroso e Pedro Vaz (pelos autos referidos) eram naturais do reino do Algarve, de onde passaram a ser moradores de Lisboa”.


“Nesta corte tiveram um primo direito, que foi o licenciado Antônio de Barros, presbítero secular e capelão que foi de el-rei. Este Padre Antônio de Barros teve duas irmãs: Helena de Mendonça e Maria de Mendonça, casadas com pessoas cavalheiras; elas fundaram na vila de Almada o convento de Nosssa Senhora da Piedade, onde se recolheram ditas fundadoras, que também foram irmãs de Jerônimo Lobo e de Antônio Lobo, que, seguindo o real serviço na milícia, foram ambos despachados para a Índia. Destes mesmos foi irmão frei José de Jesus Maria, religioso da Cartuxa, como consta dos referidos autos, de que se deu instrumento a Fernão Pais de Barros, registrados em 1762 na câmara de S. Paulo."


O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros faleceu com testamento em 1644 e foi casado com Luzia Leme, falecida em 1655, filha de Fernão Dias Paes e de Lucrécia Leme. Somos tambem descendentes de familia Leme com patriarca Martim Lem de Bruges na Belgica.

Filhos de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme:

· 1 - Capitão Valentim de Barros saiu de S. Paulo no posto de alferes de infantaria da companhia do mestre de campo Antonio Raposo Tavares, que no ano de 1639 foi socorrer Pernambuco em poder dos holandeses. Chegando Valentim de Barros à Balia, nela se embarcou na armada com o conde de Castelo Novo, e marquês de Montalvão D. Jorge de Mascarenhas, contra os holandeses. Estando estes já de posse do centro da cidade de Pernambuco e seus contornos, voltou o alferes Valentim por terra usando suas armas contra o inimigo até a Balia na companhia do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra. Seus serviços de valoroso soldado, com os índios que levou de S. Paulo, mereceram-lhe por parte do marquês vice-rei a promoção do posto de alferes ao de capitão de infantaria.

Casou-se o capitão Valentim na Balia com Catharina de Góes e Siqueira, natural da Balia, irmã de João de Góes de Araujo, ouvidor do cível da relação daquela cidade em 1666, f.ª de Jorge de Araujo de Góes e de Angela de Siqueira, ambos naturais da Balia, n. p. de Gaspar de Araujo, natural de Ponte de Lima, e de Catharina de Góes, natural de Lisboa, n. m. de Sebastião Pedroso de Barros, natural de Viana do Minho, e de Leonor de Siqueira, natural da Balia. Depois da morte de seu pai, resolveu o capitão Valentim Pedroso vir morar em S. Paulo trazendo sua mulher Catharina, que foi acompanhada de sua irmã Leonor de Siqueira e do irmão André de Góes de Siqueira que veio depois provido no cargo de provedor e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, por provisão passada por D. Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos e vice-rei, em 1666.

Faleceu o capitão Valentim de Barros em S. Paulo em 1651 e teve 2 f.ºs:
1-1 Fernando
1-2 João

A viúva Catharina casou-se 2.ª vez com dom João Matheus Rendon, viúvo de Maria Bueno de Ribeira e foram morar na Ilha Grande


2 - Antônio Pedroso de Barros, bandeirante, filho de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme.

Faleceu em 1652 com testamento. Foi potentado pelo número de 600 índios que possuía nas suas fazendas de cultura.
Em 1650 já havia muitas fazendas pela região conhecida por Caioçara, nome conservado até hoje. Confinam-se os bairros Caioçara de Jarinu e de Atibaia. Os bandeirantes, contornando pela esquerda o morro da Cangica, teriam atingido o altiplano onde foi construído o prédio da estação de Campo Largo, da Estrada de Ferro Bragantina. Nas imediações situava-se a próspera fazenda de Antônio Pedroso de Barros e dessa propriedade teriam partido os movimentos conducentes ao desbravamento da região.

O aparecimento do burgo de Atibaia data de 1665. Em 1653 (doze anos antes, portanto), no inventário de Antônio Pedroso de Barros, constam as divisas da região denominada Caioçara, cujas terras pertencem, hoje, parte ao município de Jarinu e parte ao de Atibaia.
Nas terras situadas antes de Juquerí (hoje Mairiporã), para quem parte de São Paulo, havia propriedades de bandeirantes notáveis como Antônio Pedroso de Alvarenga, Brás Cardoso, Paulo Pereira, Pedro Fernandes, Mateus Luís Grou, Francisco Rodrigues Velho e seus irmãos e outros sertanistas.
A aventura de sua vida é narrada em «Marcha para o Oeste», livro de Cassiano Ricardo, onde o autor afirma: «Outros bandeirantes no rumo oeste e noroeste foram os Pedroso (Pedroso Xavier e Pedroso de Barros). Antônio Pedroso de Barros e Luís Pedroso de Barros, dois irmãos, penetraram, via fluvial, os oestões matogrossenses, o primeiro conduzindo uma bandeira em que havia 500 índios e o segundo 1.200.
As bandeiras eram famílias inteiras. o objetivo estava muito distante e as tribos indígenas eram das mais ferozes e destemidas. Pelos rios Tietê, Paraná, Pardo[desambiguação necessária], Coxim e Taquari, 520 léguas tinham a percorrer. E os índios eram os paiaguás e os guaicurus, os primeiros eram senhores dos rios ("índios peixes") e os segundos eram os famosos índios cavaleiros. Os "paiaguás eram os muros fechando as minas de Cuiabá" e "bugres terríveis, quanto mais matavam, mais queriam matar".

Silva Leme conta de sua família na «Genealogia Paulistana». Como consta de seu inventário com testamento (Cartório de Ofícios de São Paulo) morreu em 1652, sendo seu testamento escrito por seu concunhado Francisco Dias Velho, por estar o testador em artigo de morte. Nele declarou ser filho de Luzia Leme, ser irmão dos capitães Fernão Pais de Barros e Pedro Vaz de Barros, e ser genro de Inês Monteiro de Alvarenga.

Casou em São Paulo em 1639 com Maria Pires de Medeiros, filha do capitão Salvador Pires de Medeiros e de Inês Monteiro de Alvarenga, chamada «a matrona». Deixou 4 filhos legítimos e quatro bastardos:

Os filhos legítimos de 2. Antonio Pedroso de Barros:

2- 1 - Pedro Vaz de Barros (antepassado do meu ramo de familia)
2- 2 - Antônio Pedroso de Barros.
2- 3 - Inês Pedroso de Barros
2- 4 - Luzia Leme de Barros.

Os filhos bastardos:
2-5 - Sebastiana, filha de Maria pequena.
2-6 - Paulo, filho de Maria pequena.
3-7 - Pascoal, filho da índia Vitorina.
3-8 - Ventura, filho da índia Iria.

3 - Luís Pedroso de Barros, f.º do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim Pedroso (Cap. 1.º) que de S. Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Levou o capitão Luiz Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antonio Raposo Tavares. Na Bahia casou-se o capitão Luiz Pedroso de Barros com Leonor de Siqueira, irmã inteira de Catharina casada com o capitão Valentim Pedroso do Cap. 1.º, e voltou a S. Paulo trazendo sua mulher que faleceu em 1699, e o capitão Luiz Pedroso em 1662 no sertão dos Serranos, no reino do Peru, para onde tinha feito uma entrada, depois que voltou da Bahia. Teve de seu consórcio 2. f.ªs.


4 - Pedro Vaz de Barros (filho) o Vaz Guaçu, com o mesmo nome do pai, que foi fundador e padroeiro da capela de São Roque, termo da vila de Parnaíba, depois comarca de São Roque. A este opulento fazendeiro se deve a fundação do povoado de São Roque, entre Parnaíba e Sorocaba, no vale do rio Tietê e, mais tarde um pouco, entre São Roque e São Paulo de Piratininga começou o núcleo de Cotia, capela curada em 1662 e vila em 1664.

"Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque"
Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?
Não foi casado mas deixou nove filhos bastardos que seguem, de diversas mulheres, como consta do seu inventário em 1676. Foram eles:
(4-1) Brás Leme de Barros, filho da mameluca Justina;
(4-2) Joana Vaz de Barros, filha da mameluca Justina;
(4-3) Maria Vaz de Barros (filha da mameluca Justina;
(4-4) Isabel, filha de Catarina;
(4-5) Lourença, filha de Teresa;
(4-6) Margarida, filha de Rufina;
(4-7) Mariana, filha de Maria;
(4-8) Páscoa de Barros (filha de Bárbara do Amaral)
(4-9) Leonor, idem.

4-1 Brás Leme de Barros foi instituído herdeiro do grande cabedal de seu pai, e casou com sua prima irmã Iñácia Pais de Barros filha bastarda de Fernão Pais de Barros, irmão de Pedro, e de uma crioula de Pernambuco; Inácia casou, ao enviuvar, com o sargento-mor João Martins Claro.
A seu respeito, escreveu Pedro Taques na «Nobiliarquia Paulistana»:
«Nesta sua capela teve sua maior assistência. Foi a sua casa e fazenda uma povoação tal que bem podia ser vila, e ainda hoje as casas que foram de sua residência servem de padrão que lhe acusam a maior magnificência, como obra daquele tempo. Teve muito grande tratamento, correspondente aos grossos cabedais que possuía, entre cujos móveis teve uma copa de prata de muitas arrobas. A sua casa era diariamente freqüentada de grande concurso de hóspedes, parentes, amigos e estranhos, que todos concorriam gostosos a fazer-lhe uma obsequiosa assistência. Todos eram agasalhados com grandeza daquela mesa, na qual com muita profusão havia pão e vinho da própria lavoura, e as iguarias eram vitelas, carneiros e porcos, além das caças terrestres e voláteis, das quais os seus caçadores atualmente conduziam com fartura, e por isso de tudo havia com abundância, e com tanta prevenção que, a qualquer hora da tarde que chegavam novos hospedes, estava a mesa pronta, como se para estes fora conservada. Foi cognominado - Grande - chamando-se-lhe assim pelo idioma brasílico: - Pedro Vaz Guaçu.»
A ele dirigiu o rei uma carta pedindo seu auxilio a frei Pedro de Sousa que em 1682 fora incumbido de examinar as minas de ouro, prata e cobre no termo da vila de Sorocaba. Continua Taques: « O seu nome foi respeitado em todo o Brasil com veneração. Governando a cidade da Bahia Alexandre de Sousa Freire, escreveu este a Pedro Vaz de Barros em 1669, expondo-lhe os danos e hostilidades que experimentavam os moradores do recôncavo da Bahia dos bárbaros índios que, em repetidos assaltos, iam acabando aos ditos moradores, pedindo-lhe quisesse ir de socorro para conquistar os reinos dos ditos bárbaros, e fazer nisto particular serviço a S. Majestade, e resgatar a Bahia da infecção destes índios. Teve efeito este socorro no mês de Maio de 1671, em que na vila de Santos se embarcou a recruta desta gente que, chegando à salvamento à Bahia, penetraram o sertão, onde conseguiram tão feliz vitória contra os bárbaros que o governador geral se antecipou a dar conta dela em 1673 aos oficiais da câmara de S. Paulo, para que aplaudissem a glória dos seus naturais, que inteiramente tinham destruído os principais reinos e aldeias, que havia muitos anos, infeccionavam aquele estado. Destruídos os inimigos, morreram dos prisioneiros acima de 800 homens no mesmo sertão de uma quase peste, e só chegaram a cidade 1.500, os quais foram repartidos pelos soldados e cabos de guerra, (da qual tinha sido encarregado com caráter de governador Estevão Ribeiro Baião Parente) na forma do assento que antes desta guerra se havia tomado sobre o cativeiro destes inimigos, com presidência do Governador geral do mesmo Estado, depois de ouvidos os teólogos que na matéria deram o seu voto.»

Comenta Taques: Tal era a moral e direito das gentes daquele tempo. Mas sem o interesse do serviço dos índios não teriam feito os paulistas tão dilatadas e pasmosas jornadas pelo sertão, que ocasionaram os descobrimentos que hoje estão povoados. «Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque.»

Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?

5-Fernao Paes de Barros foi um dos cavalheiros de maior respeito e tratamento. Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678. A natureza dos seus serviços consta dos autos de justificação que fez deles em S. Paulo em 1685, sendo escrivão o tabelião Roque Mendes da Silva e juiz ordinário Diogo Barbosa do Rego. Deles consta que Fernão Paes de Barros assistira sempre com a sua pessoa, fazenda, criados e escravos, e acudira a todos os rebates da praça de Santos em tempo que os holandeses infestavam a costa. Vindo a S. Paulo o doutor Damião de Aguiar, corregedor da capitania, a prender a Manoel Coelho da Gama, régulo facinoroso, como com efeito o prendeu, intentaram os sequazes do mesmo régulo tirá-lo em caminho,matando ao dito corregedor, e para se evitar este risco foi Fernão Paes de Barros acompanhar até a vila de Santos o dito doutor desembargador, escoltando-o a sua custa com um grosso corpo de armas, que para isso formou. Achando-se em S. Paulo o corregedor Sebastião Cardoso de S. Paio, o acompanhou três léguas a pé para se destruir uma casa forte, guarnecida por criminosos réus de culpa capital, para cuja ação levou Fernão Paes de Barros muitos dos seus parentes, criados e escravos. Escrevendo o príncipe dom Pedro em 1664 que desse ajuda a favor ao governador Agostinho Barbalho Bezerra, que vinha enviado para o descobrimento das minas das esmeraldas, lhe deu Fernão Paes de Barros da sua fazenda mil varas de pano de algodão, armas e mantimentos para a jornada que fazia dito Barbalho, com sessenta arrobas de carne de porco, que tudo consta da certidão que do conteúdo se lhe passou em 1666 em 9 de agosto. Quando chegou a S. Paulo o tenente-general Jorge Soares de Macedo, e apresentou em câmara aos 30 de Novembro de 1678 as reais ordens que trazia para a diligência a que vinha, de ir a Montevidéu a descobrimento de minas de prata, por se achar a real fazenda da província de Santos sem dinheiro algum, comunicando Jorge Soares esta matéria com Fernão Paes de Barros, este entregou aos oficiais da câmara de S. Paulo 300$ em moeda corrente, oferecendo também toda a praia de sua copa para que se vendesse, fundisse ou empenhasse, de sorte que por falta de dinheiro não parecesse o real serviço na diligência para que vinha destinado dito Jorge Soares. Isto consta de um termo lavrado no livro das vereanças; e do mesmo livro consta mais que o mesmo Fernão Paes dera três homens do gentio da terra, bons sertanistas, para acompanharem dito Soares na jornada, para a qual fez grande despesa, sem fruto algum. No mesmo livro ainda se lê que Fernando Paes andava no real serviço gastando a maior parte de sua fazenda.

Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção, o hospedou todo o tempo que dom Manoel Lobo esteve em S. Paulo, com tanta grandeza, como se vê da carta que ele escreveu da Nova Colônia em 25 de fevereiro de 1680, registrada no arquivo da câmara de S. Paulo. E como o mesmo dom Manoel Lobo ia fundar a sobredita colônia do Sacramento, lhe deu Fernão Paes de Barros, para ajuda dos gastos, 100$ em dinheiro e três cavalos dos melhores que tinha em sua cavalariça.

Querendo passar da vila de Santos para S. Paulo dom Rodrigo de Castello Branco, superintendente geral dos descobrimentos das minas de ouro e prata, lhe faltavam para conduzir a fábrica de S. Alteza, os índios das aldeias do real padroado, e a tudo supriu Fernão Paes de Barros, mandando para o Cubatão a sua custa o troço de gente que bastou para a condução do dito dom Rodrigo e a fábrica que trazia, pertencente à fazenda real, a cuja provedoria poupou Fernão Paes o melhor de 100$, como consta das certidões do seu serviço ".

Teve sua fazenda de cultura em Araçariguama, onde fundou a capela de Santo Antonio, com altar mór de excelente talha dourada.

Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. Faleceu em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:

5-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º. - Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo


6.Sebastiano Paes de Barros, capitão Sebastião Paes de Barros foi também muito notável pelos serviços prestados à coroa; esteve na qualidade de cabo em Tocantins e no Maranhão com o governador Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Foi casado com Catharina Tavares f.ª de Francisco de Miranda Tavares e de Izabel Paes Borges de Cerqueira, por esta, neta de Simão Borges de Cerqueira e de Lucrecia Leme. Faleceu Catharina Tavares em 1671 e seu marido em 1674.

7. Jeronimo Pedroso Em 1641, chegou ao oeste do Rio Grande do Sul a última expedição de vulto, com o objetivo de capturar índios e saber notícias dos membros da expedição anterior. O líder da bandeira era Jerônimo Pedroso de Barros e como seu lugar tenente Manoel Pires, sogro de Antônio Raposo Tavares.
Nessa altura, os índios já estavam bem armados e instruídos sobre táticas de guerra. O principal confronto se deu nas barrancas do rio Uruguai, na sua margem direita, entre os arroios M’Bororé e Acarágua.
O exército missioneiro contava com proximadamente 4.000 índios, vindos de várias reduções, dos quais 300 estavam armados com arcabuzes e contavam também com peças de artilharia feitas com bambu, recobertas com couro. O índio que o chefiava se chamava Inácio Abiuru, auxiliado pelo também índio Nicolas Neenguiru, que basearam-se num plano militar bem urdido pelo Irmão Domingo Torres, ex-militar, que, junto com outros religiosos, treinara os índios. A bandeira era composta por 400 paulistas e perto de 2.500 índios tupis, além de mamelucos e escravos negros. Não tardou para ocorrer o embate, sendo os bandeirantes derrotados. Os que conseguiram fugir foram perseguidos e novos confrontos ocorreram. Um deles chegou a demorar oito dias. Em 25/03/1641, numa sexta-feira santa, o combate findou, com a plena derrota dos invasores.


No dia 28/03/1641, na Páscoa, o exercito missioneiro retornou glorioso e comemorou a vitória.
Na primeira fase das reduções do Paraguai estima-se que mais de 300.000 índios foram aprisionados pelos bandeirantes paulistas e transformados em escravos.
Na segunda fase, quando do surgimento das missões que constituíram os sete povos, a organização jesuítica teve mais consistência, mais força material, mais condições para lutar pela cateques. Os paulistas já não mais eram uma ameaça.


8.Lucrecia Pedroso de Barros foi casada com Antonio de Almeida Pimentel de conhecida nobreza pela qual teve em S. Paulo e na Bahia grandes estimações. Foi natural de Portugal. Segundo refere Pedro Taques, Antonio Pimentel, enviuvando em 1648 de Lucrecia Pedroso, passou para a cidade da Bahia onde casou 2.ª vez e deixou f.ºs com descendência ali muito conhecida pela sua qualidade. Da Bahia passou Antonio de Almeida Pimentel para o reino de Angola onde faleceu em 1653. Lucrecia Pedroso Cap. 8.º teve a f.ª única. (C. O. de S. Paulo):

8-1 Maria de Almeida Pimentel, com um mês e meio de idade quando faleceu sua mãe, batizada em 1648 em S. Paulo, casou com o capitão-mor Thomé de Lara e Almeida e foram moradores em Sorocaba. Com grande geração em Tit. Taques Pompeus.


SUPLEMENTO :

O fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade nós faz ánalisar que cada um de nós tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, etc, etc numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás! -
Racionalizando este fato científico/matemático pode-se afirmar que esse fluxo contínuo de avós nos transforma a TODOS em parentes com um ancestral comum através do qual somos primos em algum grau de todos os seres humanos existentes na terra no dia de hoje....


Existem alguns estudos sobre a ascendencia ainda muito discutida (!) de Pedro Vaz de Barros de ser "judeu sephardita" (leia aqui :polemica Pedro Vaz de Barros - . Entre certos historiadores e genealogistas ainda há polêmicas e, sobretudo, nenhum fato claro e provado, nem cartas incontradas. O téma nasceu no inicio do sex XIX e sim, é muito interessante,  mas acho tambem interessantes as historias de estes patriarcas NO BRASIL, e sobretudo as interligações das varias familias, culturas, os indios e seus descendentes mamlucos etc etc.

Acredito que a genealogia e a história não devem ser usadas para questões religiosas ou políticas de vários lobbies de história, nem para sociedades religiosas e privadas ou por protagonismo pessoal de certa gente para "classificar" de novo duas religiões. Hà algo de "racista" na minha opinião. São nossos antepassados de sanguee não importa a religão "a raça" (palavra tambem polemica) ou o estado social .
Eu gostaria discutir objetivamente e possivelmente cientificamente fatos dados em documentos na historiografia e, claro, continuar pesquisando e discutir sobre membros da familia, terras, lutas etc. É por isso que estou sempre entusiasmada com as memórias familiares, bem como documentos escritos e fotográficos, que são uma parte importante da pesquisa na vasta historiografia.



Abraços Tiffany

terça-feira, 26 de julho de 2011

Os Paes de Barros em São Paolo Imperial

Este artigo escrito por Eudes Campos no "Informativo do Arquivo Histórico Municipal", explica em grande detalhe a história dos nossos antepassados ​​em São Paulo. Um deve lê-lo.
Aproveite!
As pesquisas desenvolvidas sobre a história urbana e a arquitetura da cidade de São Paulo no período imperial levaram-nos a reparar na presença crescente, e cada vez mais atuante, de destacados ituanos na capital paulista, a partir do último terço do oitocentismo.

O funcionamento da ferrovia de Santos a Jundiaí, iniciado em 1867, e a construção dos ramais ferroviários ligando Jundiaí a Campinas (1872) e a Itu (1873) propiciaram a rápida expansão da cultura cafeeira pelo Oeste da Província e facilitaram em muito a vida dos fazendeiros do interior. Na década de 1870, a economia agroexportadora paulista ingressava em sua etapa capitalista – o preço do produto sendo dado desde então pelo agricultor e não mais pelo intermediário, o comissário de café – e os grandes produtores que começavam a se transferir para São Paulo, já suficientemente imbuídos de mentalidade burguesa, puseram-se a aplicar seus excedentes de capital em empreendimentos urbanos de variada natureza, tornando-se assim responsáveis pela rápida transformação econômica, social e física da cidade.

A partir daqueles anos passou a ser, portanto, possível para os cafeicultores desfrutar uma vida urbana mais amena em São Paulo, sem perder o controle do trabalho das lavouras e da comercialização do produto. Os agricultores não só participavam de diferentes atividades empresariais, inclusive negócios imobiliários na Capital, como também, a partir daí, seguiam o andamento da faina nas fazendas, acompanhavam os negócios das casas comissárias estabelecidas em Santos e fiscalizavam o embarque das sacas nas docas do porto dessa cidade; exerciam ainda pressão política sobre o governo da Província e os deputados na Assembléia, além de poderem levantar crédito nos estabelecimentos bancários estabelecidos na Paulicéia, sempre que necessário.

Certamente era esse tipo de vida que pretendia levar um dos maiores e mais antigos produtores de café da época, o Capitão Antônio Pais de Barros (1791-1876), 1º Barão de Piracicaba (1854), um dos fundadores da cidade de Rio Claro (1827), quando, já idoso, decidiu transferir-se para São Paulo por volta de 1870. Com ele vieram filhos, genro e sobrinhos, que logo alcançaram cargos de destaque e posições de prestígio na sociedade paulistana daquele tempo, passando a manejar o poder político e o prestígio social que detinham das formas mais variadas, e dando início a um processo de migração das elites paulistas para a Capital que se prolongaria por décadas.

Salvo engano, a família Pais de Barros não foi até hoje objeto de estudo aprofundado por parte de nenhum historiador, ao contrário de seus rivais, os Silva Prado, e em nossa opinião urge reconstituir a saga familiar desses ituanos, que por um longo período de tempo dominaram a sociedade, a política e a economia paulista, alcançando um de seus membros o cargo executivo de maior expressão do País durante a Primeira República.
                          por Eudes Campos               





Clica e leia aqui todo o artigo sobre os nossos avós:
Os Paes de Barros na São Paolo Impérial


sábado, 2 de julho de 2011

Dr. med. Bento Xavier Paes de Barros, bisavô de Tiffany, e os seus filhos em Europa

atualizado em 27.09.2019

Ramo dos Paes de Barros Suiços

1. Dr. med. Bento Xavier Paes de Barros e seus filhos em Europa

O avó de Tiffany, Victor Franz Xavier de Barros e os seus irmãos Luiz Bento e Paolo Xavier tenham uma historia pelo contrário de muitos brasileiros.

Eles tenham a medade dos seus antepassados e parentes em Hungria e Austria e a outre medade no Brasil e viveram no Europa.

Entanto muitos brasileros pesquisam Europa para os seus ancecstrais, nos em vez pesquisamos o Brasil para encontrar a nossa outra medade de historia e outros membros de familia.

Meu pai foi Suiço e minha mãe foi brasileira, uma descendente do Barão de Tatui de São Paolo. Ainda ela nunca tem sido no Brasil.


Uma velha caixa

Em uma velha pequena caixa de Silvia de Barros, mãe de Tiffany, eu encontrei muitos documentos, fotografias e velhas cartas. Foram do avó Victor de Barros. Lembro-me, o que minha mãe e os meus avós haviam dito sobre os parentes do Brasil, da Viena (Austria) e Hungria, quando eu era pequena. Lembro-me de uma prima de minha mãe que "retornou" no Brasil em 1942 e que veio a cado ano para visitar-nós.

Hoje eu tento reconstruir a história desta família Paes de Barros.

Muitas coisas interessantes eu descobri! Mas ainda faltam muitos contextos


trisavôs brasileiros de Tiffany :


O avô de Victor Franz Xavier de Barros, avô de Tiffany, era Francisco Xavier Paes de Barros, Barão de Tatui, São Paolo, casado com Gertrudes Aguiar Paes de Barros.

Encotrei a descendencia com eles em documentos de nascimento e batismo do meu avô Victor que são em nosso archivo de familia. 

Aqui a ascendencia  segundo a genealogia paulistana do Pedro Taques:

Pedro Vaz de Barros c/c Luzia Leme. pais de

Antonio Pedroso de Barros c/c Maria Pires de Medeiros, pais de:

Pedro Vaz de Barros (neto) c/c Maria Leite de Mesquita, pais de:

Beatriz de Barros c/c Manoel Correia Penteado, pais de:

Fernão Paes de Barros c/c Angela Ribeiro Leite, pais de:

Antonio de Barros Penteado c/c Maria Paula Machado, pais de:

Francisco Xavier Paes de Barros, (o capitão Chico de Sorocaba) foi irmão do Barao de Itu, do Barao de Piracicaba e de Genebra de Barros Leite. Francisco Xavier Paes de Barros c/c Rosa Candida de Aguiar,pais de:

Francisco Xavier Paes de Barros (filho), Baraõ de Tatui, c/c com sua prima Gertrudes Aguiar Paes de Barros,  os trisavós de Tiffany


Gertrudes Aguiar Paes de Barros era filha do Bento Paes de Barros, Barão de Itu e Leonarda Francisca de Aguiar. irmã de Dr. Rafael Aguiar Paes de Barros, fundador do Jockey Club em São Paolo, e irmã de Antonio de Aguiar Barros, o marques de Itu) e membro de opulente familia de fazedeiros em Itu e Sorocaba que foi tambem familia importante na São Paolo de fine sec. XIX.


(leia aqui um artigo de Eudes Campos Os Paes de Barros em Sâo Paolo)

3°s avós de Tiffany:

Francisco Xavier Paes de Barros, o Barâo de Tatui e Gertrudes Aguiar Paes de Barros, trisavós de Tiffany, foram pais de:

1.1. Dr. med Bento Xavier Paes de Barros, nascido 1859 em Itu e falecido em 27.6.1945 São Paulo.

1.2. Francisco Xavier Paes de Barros (1860-1920)

1.4. Fernâo Paes de Barros (1864-1897)

1.5. Antonio Paes de Barros (1868 -1899)

1.6. Octavio Xavier Paes de Barros (1876-1921)

1.7. Leonarda, nascida em 1857 e falecida criança

1.8. Anna Rosa, nascida em 1862 e falecida em 1864.

bisavôs de Tiffany:


1.1. O Dr. med Bento Xavier Paes de Barros, nascido em 1859 estudou médicina em Rio de Janeiro onde fiz o grau de doutor em 1884. Entre os anos 1885-1889 ele era em Viena, Austria onde ele estudou medicina forense e onde ele conheceu a sua primeira esposa, Emma Maria Florentina von Körmendy, filha de um nobre hungaro Josef Eduard von Körmendy, de Pinkafö, Hungria, proprietário de minas de "antimonio" com uma fábrica e muitas minas de carvão.Era tambem entre industrias que costruiram feroovias na Hungrai com os condés Erdödy. A sua moradia, um pequeno castelo, ainda existe e é sob proteçâo de edificios historicos. Tive grande familia com 11 filhos todos com titulo de nobres.

Nasceram in esse periodo de 1886-1889 os 2 primeiros filhos de Bento e Emma:
  • - 1.1.1. Luiz Xavier de Barros, 1887, Viena, Austria
  • - 1.1.2. Victor, Franz (Francisco) Xavier de Barros, avô de Tiffany, nascido em 1888 Viena, Austria 
  • - 1.1.3. Paolo Xavier, nasceu 13 de Maio 1993 em Rio de Janeiro, Brasil, 
Temos o registro de nascimento e de cidadania brasileria de Victor Franz Xavier de Barros, que fizeram os pais em 1892 no cartorio civil de Santa Ifigenia de São Paulo, que diz:
Folha 152 do 25° livro de registros de nascimento do Estado de São Paulo  :
"....Victor Francisco Xavier de Barros,filho legitimo de Dr. Bento Xavier Paes de Barros e D. Emma Körmendy de Barros, residentes a Avenida Tiradentes numero quinze, paterna do Barão de Tatuhy (vivo) e de D. Gertrudes Aguiar Paes de Barros (falecida), residente na esta Capital
materno de José Eduardo (Joseph Eduard) Körmendy (vivo) e de D. Johanna Salmutter (falecida) residente Vienna de Austria..."

feito em Santa Ephigena, 23 de Julho 1892

O avô de Tiffany, Victor Franz Xavier de Barros, era brasileiro. Todos os 3 filhos de  Emma von Körmendy de Barros e do Dr.Bento Xavier Paes de Barros (bisavôs de Tiffany) foram brasileiros, 
De acordo com o que dizem a mãe de Tiffany e os  parentes, Emma Florentina Körmendy mudou de novo pela Europa per volta de 1895. Viveu em Viena, depois em Alemanha, Scozia Hungria e Suiça. Ignoramos o fato porque deixou o Brasil e o seu marido Dr. med. B. Xavier Paes de Barros. Mas soubemos sempre que ela e o Dr. Bento nunca divorciaram.
Leia aqui (clique o link)  a interessante historia e a crônica de 2 casamentos do Dr. Bento

os  avós e tio-avós de Tiffany

O avô de Tiffany, 1.1.2. Victor de Barros, nasceu em 22.7.1888 em Viena na "Floriani-Gasse 3", (a rua Floriani nr 3) de fronte de Universidade e perto do "Rathaus", a prefeitura, no antigo bairro de "Josefstadt"
Aqui estam a área da Câmara, o Parlamento, o Palácio da Justiça e a Universidade. No inicio do 1900 atraiu muitos funcionários e estudantes. Mais tarde freqüentou o
colégio na Abadia de Melk, perto de Viena. Temos tambem um cartão postal escrito do Bento Xavier escrito à seu filho Victor que era em Melk em 1904

FLORIANI GASSE 3 WIEN,
CASA NATAL DE VICTOR FRANZ XAVIER DE BARROS; AVÔ DE TIFFANY


VIENA; AUSTRIA, 

ABBADIA MELK
COLEGIO ONDE ESTUDOU VICTOR FRANZ XAVIER DE BARROS, AVÔ DE TIFFANY

Após o colégio em Melk, Viktor de Barros mudou com a sua familha (mâe e irmãos) para Berlim em Alemanha onde ele e Luiz estudaram engeheria entre 1911 a 1916, ou seja, durante os primeiros anos da Primeira Guerra Mundial. Moraram na Hohenstaufer-Strasse em Charlottenburg.

Em 19 de Agosto 1916 depois o final dos estudos casou-se sempre em Berlim (Charlottenburg) com  Lucia Karoline Felicia Benesch, com a qual ele já havia envolvido em Viena e a qual o visitou muitas vezes em Berlim. Ela foi filha de Gerard Benesch, arquiteto em Viena e Friederike Barth cujo pai, Carl Barth, foi um gravisto e pintor bastante conhecido em Viena.

Em 6 de Agosto 1917, cerca um ano depois, Victor viajou com os seus irmãos e as respectivas famílias e com a mãe Emma na Suíça. Os Estados Unidos tinham entrado na guerra, a situação em Alemanha e Áustria foi mais do que precária.

Com a entrada dos EUA na guerra tornou-se uma guerra mundial.
Sem suficiente capacidade de manobra, durante o ano de 1917, Carlos I da Áustria e IV da Hungria manteve à revelia da Alemanha uns polêmicos contatos com o governo francês para tratar de alcançar a paz com os aliados através de seu cunhado, o Príncipe, Sixto de Bourbon-Parma, que fracassaram. Com a derrota da Áustria-Hungria na guerra é iniciada a dissolução do Império, renunciou ao cargo de chefe de Estado em 11 de novembro de 1918 mas não aos seus direitos como chefe da dinastia e ao trono. Partiu para o exílio na Suíça
.

Durante os anos da guerra de 1916 e 1917, a situação do abastecimento havia se deteriorado dramaticamente na monarquia dos Habsburg.. Enquanto a indústria de armas aumentaram continuamente sua produção, foram encontrados na escassez de matérias-primas em primeiro lugar. Començaram com rigorosa ampliaçao de produçao de alimentos muito controlada. Desde 1916. foram por uma restrição no suprimento de alimentos. (Emissão de cartas de pão e farinha, em abril de 1915, 1916 seguido de cartas por leite, gordura e cartões de batata).

Sem embargo, a decadência do império fez que perdessem possessões, reduzindo finalmente a um resquício de todo seu antigo poder: Áustria, Hungria e Boémia. Estes reinos formaram em princípio o Império da Austria (1804-1867), mais tarde passaram a ser o Império Austro-Hùngaro (1867-1918). O colapso do estado austro-húngaro em 1918 pôs fim ao poder da dinastia Habsburgo no mundo.

Em um situaçao politica incerta os avós de Tiffany decideram 1917 de deixar Austria e Alemanha. O projeto tem sido sempre de retornar em Brasil.
De acordo com as histórias da mãe de Tiffany, em 1917 todos os filhos de Dr. Bento estavam no viajem no Brasil. Mas a guerra não permitia um viajem ultramarino pela guerra submarina irrestrita. Os de Barros (todos os 3 filhos com as respetivas esposas) ficavam a Berna em Suiça, a qual  não foi em guerra, sendo um pais neutro.

Todos os filhos e netos (!)  de Bento Xavier Paes de Barros tinham cidadania brasileira até o final dos anos 40.  Viktor e seu filho nos anos 50  se tornaram Suiços e as filhas casando-se.

O  tio-avô de Tiffany, 1.1.3. Paolo Xavier de Barros, emigrou ou "retornou" em Brasil com a sua mulher Hilde Biedermann perto de 1920. Retornou sim, porque havia nasido em Rio de Janeiro. Nas primas cartas do Brasil que ele esreveu ao avô de Tiffany, ele fala do "Pais dos seus antepassados". Em são Paulo visitou(encontrou o pai Dr. Bento Paes de Barros e os meio-irmãos Tito e Affonso Paes de Barros. Em suas cartas podemos ler de sua vida com eles aí e que o Dr. Bento Xavier tive à opérar os olhos.

Os meio-irmãos do Viktor, avô de Tiffany

O bisavô de Tiffany B. Xavier Paes de Barros casou em 15. de Junho 1898 com somente rito religioso com outra mulher, a Anna Maria Luisa Dauer. Ela nasceu em Brusque, Santa Catarina e era, filha de imigrantes alemães. Seu pai veio da Saxônia, da cidade de Nebra, e sua mãe era do Holstein. Ela faleceu em 1956.

Bento Xavier e Luisa Paes de Barros foram pais de:
1. Beatriz, nascida jà em 1894,  2. Affonso Xavier, nascido em 1895 (ambos antes do casamento), 2.Tito Xavier nascido em 1899 e  4. Waldemar nascido em 1902. 

Em vez de emigrar em São Paulo, os irmaõs Victor e Luis permanecevam na Suíça. Tenham mulheres e crianças. As coisas iam bem e não foi facil deixar a tranquilidade! Em muitas cartas de Paolo e Hilda jà no Brasil, eles são chamados "Berner-de Barros" (os de Barros de Berna) que devem reunir-se no Brasil com o pai.

Victor Franz Xavier começou a sua carriera profissonal como engenheiro na fabrica de aquecimento central, "Zentralheizungsfabrik" Ostermundigen, onde ele era ativo tambem na direitoria até sua aposentadoria. Em essa epoca a fabrica Zent era a mais grande em Berna. Foi fundada em 1898 de Jacob Ruef nos arredores de Berna na antiga estação Ostermundigen, e tive filiais em Milão, Nice e Paris. O avô de Tiffany fiz muitos viagens nas respectivas cidades e temos muitas fotografias.

No entanto, os planos para ir para o Brasil mudou pela crise do café e pela crise econômica mundial. Em seguida, foram completamente abandonados por a revolução no Brasil e depois pela segunda guerra mundial. Na segunda guerra mundial o Brasil entrou em guerra. Em Suiça os brasileiros "de Barros" com as resptectivas filhos e filhas (assim tambem a minha mãe) eram declarados stateless = sem pàtria !


Após a Segunda Guerra Mundial, Victor Franz Xavier de Barros deu a sua cidadania brasileira e se tornou um cidadão suíço. Tiffany tem ainda o seu passaporto brasileiro.

Em 1942, faleceu 1.1.1. Luiz Bento Xavier de Barros, tio-avô de Tiffany. Era tambem engenheiro e trabalho na Brown Boveri em Baden, Suiça. Era casado com Mathilda Carolina Bretner e foram pais de três filhos: Luis (1911), Silvio (1917) e Mathilda (1921), apelizada "Tilly". Silvio morreu jovem, Luiz em 1935 foi pelo Brasil. A filha Mathilda "Tilly" de Barros. emigrou tambem em São Paulo ca. 1942 acompanhado de sua mâe. Esta filha era a minha querida tia-prima "Tilly"  - que cada ano veio na Suiça e que Tiffany visitou em 1984 no Brasil ! Ela casou com Renato de Barros Cintra, mas não tivem filhos.
Em 1981 a Tilly escriveu que o Paolo tinha falecido em dia 9 de Fevreiro, na sua casa em Rua Parque Dafonte, 02345 Sao Paolo, onde ela o havia visitado um dia atras. Pena ! Haviam projetando um viajem em Suiça !

Silvia, a mãe de Tiffany contava de muitas viagens do  Victor: na Itália, França e no Norte da Europa. Amou muito viajar. Especialmente com toda a familia para Viena e Hungria onde estava o tio materno, o "Husar" August Körmendy e os parentes mais proximos de sua mulher Lucia. Tambem Tiffany e os pais e parentes  estavam cada ano em Vienna e em Hungria.
Nas lembranças de Tiffany tem o avô Victor que tinha um motor a vapor que ele costruiu e  com o qual ela e os outros netos jogavam. Lembramo-nos vagamente que ele mesmo construiu para si uma rádio. Victor também foi fotógrafo e ele mesmo desenvolveu as fotografias.
Toda a engenharia e tecnologia lhe interessava e ele estava sempre informado sobre .
Em 1969, Victor sucumbiu ao câncer sem realizar mais o seu sonho de encontrar de novo o seu mano Paolo, a sobrinha Tilly no Brasil e sem conhecer os parentes brasileros mais proximos.


Resumo:

O bisavô de Tiffany o Dr. Bento Xavier Paes de Barros casou e, 23. Julho 1892 em São Paulo com 1. Emma Florentina Maria v. Körmendy
Foram pais de:

1. Luiz Bento Paes de Barros (1887 Vienna, Austria - 1942 Zürich, Suiça), casado com Mathilda Carolina Brentner. Foram pais de

  • Luis (Lulu), sem geração . Emigrou em 1935 na cidade de Sao Paulo onde casou com Mas faleceu jà 2 anos apos o casamento. 
  • Silvio, falecido com 16 anos na cidade de Baden perto Zurich, na Suiça.
  • Mathilda, viveu com Renato de Barros Cintra, sem gerãçao. Emigrou com 15 anos e acompanhada pela mae na cidade de Sao Paulo onde viveram junto ao irmão dela alguns anos com o tio, o Paulo Xavier. 

2. Victor Franz Xavier de Barros avô de Tiffany (1888 Vienna Austria - 1969 Berna, Suiça) casado com Lucia Benesch-Barth, pais de 4 filhos:

  • Viktoria Lucia Emma 1918-2012 casada com Max. 3 Filhos Hans-Ulrich, Gabrielle e Rosalind, todos com descendencia
  •  Pedro Francisco Xavier 1921-1997, casado com Margrit,  1 filha Isabella, falecida.
  • Silvia Maria Isabella 1924-2005 casada com Hans, 2 filhos Michel e Stéphanie, com descendencia
  • Felicitas Maria Regina 1933, casada com Alfred, 3 filhos: Jean-Claude, Régine e Jean-Pierre (falecido), com descendentes.

3. Paulo Xavier de Barros (1893 Rio de Janeiro - 1981 São Paulo) foi casado com Hilde Biedermann.Em ca 1920 "voltam no Brasil" e viveram na cidade de Sao Paulo. Faleceram ambos em São Paulo, Brasil. Sem geração.



O Dr. Bento Xavier Paes de Barros (bisavô de Tiffany) casou em 1898  com 2. Anna Maria Luisa Dauer . Foram pais de outros 4 filhos em Brasil, os nossos primos "Paes de Barros" brasileiros :

4. 
Beatriz, nascida 21.02.1894, casada em 1911 e falecida de tifo em 1918. Ela era casada com Archimedes Cajado do Lemos. Sem filhos.

5. Affonso,nascido em fevreiro 1895. Ele foi avogado, e faleceu em 8.7.1980. Foi casado com Lucilla Simoes. Tivem uma filha de nome Lucilita, que morreu jovem antes os pais em 1960.

6. 
Tito Xavier  , nascido 10.08.1899, casado com sua prima Maria  Aranha  ainda muito jovem com 18 anos em 1917 e falecido em 23.07.1979. tivem 4 filhos: Caio 1917, Yone 1918, Maria Luiza "Lisa" e Sergio. Todos com descendencia.

7. Waldemar, nascido em 1902 e falecido em 3.8.1974. Ele formou-se em medicina, doutorando em 1927 e foi pediatra. Foi casado com Francisca Costa Machado e teve um filho de nome Jordano. Este ultimo é agricultor e vive hoje em Goias. Tem pelo meno um filho: Eros Paes de Barros.

Leia mais aqui : sobre a interessante historia dos dois casamentos do Dr. Bento Xavier de Barros na turbulente epoca ao inicio da Republica.


Nós - os descendetes de 2. Victor Franz Xavier de Barros- somos todos Suiços que vivam hoje em varias regiãos na Suiça e tambem na Italia.
Somos Suiços só por parte dos nossos pais ou mães. Outra parte tem o sangue brasileiro do nosso bisavô Dr. Bento Xavier Paes de Barros que estudou medicina forense em Vienna Austria.
Queremos muito descobrir a parte brasileira e a nossa historia !

Abraços

domingo, 12 de junho de 2011

o sobrenome BARROS


BARROS

Sobrenome de origem geográfica.
De barro, subst. comum (Antenor Nascentes,II39,).
Família que começou a ser conhecida em Portugal, no tempo do rei D. Diniz (1281).

É bastante incerta a origem desta família, pois os autores não são consensuais acerca do seu progenitor. O mais antigo deste apelido, de quem parece poder deduzir-se a linhagem dos Barros, é Fernão Dias de Barros, morador no lugar de Barros, no concelho de Regalados, solar da família, que se supõe vivesse nos reinados de D, Afonso IV e D.Dinis.

Pretendem os linhagistas que fosse filho de Diogo Lopez de Haro, senhor da Biscaia, o que a cronologia parece desmentir
"..Fernao Dias de Barros passou ao Reyno de Portugal do de Byscaia por hum delito e foi o prº que uzou do Apellido de Barros q tomou do Lugar de Barros onde fez o seu assento" (Fonte: NFP tomo III, pag.39)
Posto que alguns autores genealógicos e heraldistas façam diferença entre Bairro e Barros, dizendo que são linhagens diversas, assim não é na verdade, porque indistintamente se empregaram as duas formas, a primeira das quais foi muito usada até princípios do séc. XVII.O bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, fez--Ihes os seguintes versos.

“De marca e belicosa /se vê os de Barros solar/gente goda e generosa/em Biscaia não tem par/ e cá é mui valorosa”
Manuel de Sousa da Silva também, numa das suas quintilhas, lhes assinalou o valor, dizendo:

"Lá desse lugar de Barros/ Tomaram o apelido / de todos bem conhecido /Os cavaleiros bizarros/Quetêm seu nome subido"

Em site de Gaio Camargo podemos ler o seguente sobre o nome BARROS:


Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões.
Não se pode considerar que todos os Barros existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, isto porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Barros.

O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Barros, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, isto porque não possuem a mesma origem.
Antigüidade:
Um dos mais antigos indíviduos com este sobrenome, relacionado com o Brasil, foi o donatário João de Barros [1446, Vizeu - 1570, próximo a Pombal, em sua quinta de Alitem].
Sobre João de Barros, escreveu o Prof. Gilson Nazareth, em sua Tese de Doutorado 
«O Imaginário Fidalgo de Uma Sociedade Burguesa [p.95]»: É apresentado, mais usualmente, como pertencente a uma família de letrados sem que estes sejam citdos. É também dado como filho natural de um fidalgo que se chamaria Lopo de Barros, criado e educado no Paço ao tempo de D. Manuel. Em 1522, era Feitor da Fortaleza de São Jorge de Mina. De 1525 1530 foi Tesoureiro da Casa da Índia e da Casa da Mina e Tesoureiro-Mor da Casa de Ceuta. De 1533 1567 foi Feitor das Casas de Guiné e Índias. Em 1535 em sociedade com os também donatários, Alvares de Andrade e Aires da Cunha, enviou esquadra de navios para explorar o Maranhão a procura de ouro. Deixou vasta obra e consagrou-se como escritor. De origem burguesa ou da pequena nobreza se certas as afirmações vagas de sua origem. Letrado e alto funcionário fazendário. Sua descendência natural ocupou altos cargos na colônia e ao menos parte dela se confunde com a dos primeiros povoadores».
Parte de sua descendência assinava Cardoso de Barros (v.s.).

No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Gregório de Barros[c.1593 - 1642, RJ], que deixou descendência do seu casamento com Guiomar Rodrigues (Rheingantz, I,233). Rheingantz registra mais 39 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendências no Rio de Janeiro. Existiram duas importantes famílias, com este sobrenome, estabelecidas na região do médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro.

- A primeira, procede de Manuel José de Barros [c.1775 -], que deixou numerosa descendência do seu casamento com Maria da Luz Siqueira. Entre os descendentes do casal, cabe registrar:

I - o Alferes Antônio José de Barros [Sacavem, Loures, Lisboa -], que emigrou para o Brasil, onde deixou numerosa descendência do seu casamento, com Cândida Esméria de Souza [São João del Rey, MG - 14.05.1842, Quatis, RJ - antigo distrito de Barra Mansa]. Deixou inventário (Cartório do 2º Ofício, Maço 8, pacote 102). Filha de Manuel Ferreira Leite - membro da importante família Leite Ribeiro (v.s.), de Minas Gerais, e de Josefa de Souza Monteiro.

II A segunda, procede do Tenente Manuel Carlos de Barros [c.1806 -], Alferes da Guarda Nacional de Barra Mansa, onde alcançou a patente de Tenente. Foi um dos importantes administradores de Barra Mansa. Idealizou a fundação da Casa de Saúde para asilar pobres, doentes e escravos. Vereador (1841-1845). Presidente da Câmara Municipal de Barra Mansa, para o triênio de 1845 a 1849. A Câmara aprovou a resolução do presidente Barros de criar o "Largo Municipal", no local onde se ergueria o Paço Municipal. Por iniciativa do Tenente Barros, foi fundada, em 1859, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, cujo compromisso foi aprovado por Provisão Episcopal de 08.05.1861 e, confirmado por Carta Imperial de 30 de dezembro do mesmo ano. Alferes da 1ª Companhia da 11ª seção de Batalhão de Infantaria da Reserva da Guarda Nacional de Barra Mansa e Rio Claro, em 1867. Procurador da Câmara Municipal de Barra Mansa (1879). Deixou descendência do seu casamento com Maria Luiza do Espírito Santo [1810 - 09.05.1852, de parto, Barra Mansa, RJ].

Entre outros, foram pais de Amélia Augusta de Barros [1830, Barra Mansa, RJ - ?], que por seu casamento, tornou-se a matriarca da família Barros de Faria (v.s.), da mesma região do médio Paraíba, do Estado do Rio de Janeiro.


Em São Paulo, entre outras: de origem espanhola, a de Jorge de Barros Fajardo [Galiza - 1615], casamento com Ana Maciel (Silva Leme, VIII, 151).
Ainda, em São Paulo, a família Paes de Barros, que vem da Sorocaba e Itu para Sao Paolo e liga-se com a familia Aguiar. (em esse blog) Descendentes de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme.

Em Pernambuco, estão os descendentes de Duarte de Barros, casamento, em Portugal [séc. XVI], com Ana Dias Aranha;
os de Manuel de Barros Maduro [n.Vizeu], que chegou ao Brasil, por volta de 1640. Cas. com Ana Lourença Coutinho.

Na Bahia, entre as mais antigas, a do jesuíta Bartolomeu de Barros, expulso da companhia no século XVII. Nascido na vila de Tomar. Casou na Bahia, com Isabel de Almeida, filha de Adão Francisco Rabelo e de Brites de Almeida. Com geração, por onde corre o sobrenome composto Barros de Almeida (Jaboatão, 898). Francisco Carvalho Franco, em seu Nobiliário Colonial, registra, entre outros:

I - Manuel Gomes de Barros, filho de Pedro Romé. Teve lançamento do hábito da Ordem de Cristo, em 14.03.1647, pelos serviços prestados na cidade do Salvador, Bahia, por ocasião das guerras holandesas; e outros mais, como no cerco de Viana e em companha de D. Gastão Coutinho, na restauração de Portugal (pág. 32);

Ainda na Bahia Afonso da Franca, "o velho", homem honrado e fidalgo de bom procedimento segundo Frei Jaboatão, que veio para a Bahia em 1602. Era casado com D. Catarina Corte Real, com quem tivera vários filhos. Dentre seus filhos destacam-se: João de Barros de Franca, que lutou nas guerras contra os holandeses e faleceu solteiro; Margarida da Franca, primeira esposa do grande Salvador Corrêa de Sá; Leonor da Franca, casada com Manuel Gonçalves Barros, tiveram como filho Manuel de Barros da Franca, militar que se destacou no Brasil e em Portugal, tornando-se fidalgo da Casa Real, “em atenção ao seu grande valor, disciplina militar, e eqüestre muita experiência da guerra”;


II - Paulo de Barros, natural de Ponte de Lima, filho de Gonçalo de Araújo. Teve mercê do hábito da Ordem de Cristo em 16.02.1647, pelos serviços prestados na armada de D. Luís Fajardo, no cerco da cidade do Salvador [Bahia], feito por Maurício de Nassau, e no posto de almirante da armada guarda-costa da Bahia.


Ainda, na Bahia, a antiga família de Pedro de Barros, filho de João de Amorim e de Isabel de Barros. Deixou geração do seu cas. com Joana Rodrigues. Foram:
 
a) pais de João de Barros, casado com Isabel de Veloso, neta de Antônio Veloso, chefe desta família Veloso (v.s.), na Bahia

b) avós de Damião de Barros Galvão, familiar do Santo Ofício, casado com Catarina da Conceição; e

c) bisavós de Francisco Xavier de Barros, natural da freguesia do Santíssimo Sacramento do Pilar, da cidade de Salvador, BA. Capitão de uma das companhias do terço auxiliar da Ilha de Itaparica, BA. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, que segue.


Linha Africana:
Sobrenome também usado por famílias de origem africana.
No Rio de Janeiro, entre outras, a de Ascenço de Barros, «pardo», que deixou filha natural, por volta de 1694, com em Mariana, «parda liberta»; e de Estevão de Barros [1695, RJ- ?], filho de Antônio Cardoso da Silva, «pardo», e Margarida da Fonseca (Rheingantz,,I,233,299). 

Cristãos Novos:
Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. 
No Rio de Janeiro: os descendentes do licenciado Álvaro de Barros [1624 - 1708, RJ], advogado, filho do citado Gregório de Barros, chefe de uma das várias famílias Barros (v.s.), do Rio de Janeiro.
O «sangue cristão-novo», entrou nesta família Barros, através do adv. Álvaro de Barros, por via do seu casamento, em 1665, no Rio, com Beatriz de Lucena [1650, RJ - ?], filha do Dr. Sebastião de Lucena Montarroio e de Beatriz de Paredes. N.p. de Diogo Montarroio, chefe desta família Lucena Montarroio (v.s.), do Rio de Janeiro; e n.m. de Manuel de Paredes da Costa, patriarca desta família cristã-nova, Paredes da Costa (v.s.), do Rio de Janeiro. 
Os descendentes dos irmãos do licenciado Álvaro de Barros, não sofreram qualquer perseguição, o que comprova a entrada do «sangue cristão novo», por via do seu casamento (Rheingantz, III, 58).
Ainda no Rio de Janeiro, a família de André de Barros de Miranda [c.1628 - 1685, RJ], morador no Rio de Janeiro, casamento com Inês Aires da Silva - que teve mais de 10 pessoas de sua família, condenadas e queimadas em estátuas, pelo auto de fé de 1714 (Wolff, Dic.I,20-22). Família de origem judaico-sefardita, expulsa da península Ibéria, em fins do século XV, migrada para o Marrocos, norte da África, de onde passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Breves, estado do Pará. Teve princípio em Jacob Isaac Barros [c.1871, Marrocos -], filho de Isaac Barros e de Zahrá Barros. Comerciante no Pará, no rio Jaburu, município de Breves, Casado. Naturalizado brasileiro a 21.09.1898 (Wolff, Dicionário, II, 32).

É importante observar que não tenho condições de afirmar de qual família se originaram os varios Barros atuais, a não ser que se faça um rigoroso levantamento genealógico das famílias atuais e seus entroncamentos com os ancestrais do tempo da colônia. Isto não ocorre só com os Barros, mas com muitas outras famílias, como por exemplo, os Souza, os Lopes, os Bicudos, os Carvalhos, os Correa, etc. etc.
 
Fontes: 
- familybook of the Freitas de Camargo by Caio Freitas de Camargo in familytree maker.com
- familia Cavalcanti
- geneall.net