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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Artur e Fernando Paes de Barros fundaram Mato Grosso

Dois irmãos sorocabanos fundaram Mato Grosso.
Fernando e Artur Paes de Barros. 

Sobre as suas origens tem pouco e não é muito claro. Muitas vezes se pode ler que foram naturais de Sorocaba sem saber quem foram os pais.
Tem uma téoria que descendam de Fernão Paes de Barros, irmão de Pedro Vaz Guassu e Antonio Pedroso de Barros, o 9° avó de Tiffany.
Segundo esta téoria Artur e Fernando Paes de Barros seriam primos segundos de Beatriz de Barros, casada com Manoel Correa Penteado (
7°s avós de Tiffany). Beatriz era neta de Antonio Pedroso de Barros supra e sobrinha-neta de Fernão Paes de Barros (avô de Artur e Fernando).

Grafico parentesco Penteado e de Barros segundo Silva Leme sem Artur e Fernando Paes de Barros



Fernão Paes de Barros era o fundador da capela Santo Antonio em Araçariguama (hoje Sao Roque), e foi filho de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, 10°s avós de Tiffany. Outro seu irmão era Pedro Vaz Guassu, o fundador da capela de São Roque do Carambei.


Segundo Pedro Taques na Genealogia Paulistana : Fernâo Paes de Barros "Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. 
Faleceu Fernão Paes de Barros em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:
1-1 Ignacia Paes de Barros que
1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º (= Pedro Vaz Guassu, tio paterno de Ignacia), Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a
2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo"
A informação supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros não fez vida marital com Maria de Mendonça por esta ser crista-nova, fica assim debilitada... Parece ter  mantido relações amigaveis com a sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristaã-novo nao seria "justa causa" para separação de corpos. 

Fernão Paes de Barros havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo. Ela era irmã do capitão Lucas de Mendonça, e ambos tinham 1/4 de sangue cristâo-novo. (= um dos 4 avós foi talvez judeu convertido ou judeu)


O capitâo Fernão Paes de Barros constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, foram padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonça (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). 
Fernão Pais de Barros nao deixou geração com sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma ou mais "crioulas do Pernambuco"em tempo de solteiro. 
          (citado do livro "Cristaos-novos em Sao Paulo, seculos XVI-XIX 
- assimilaçâo e nobilitação, pg.143)

nota:  A procura do ouro, dos metais preciosos e diamantes parece sempre a preocupação máxima dos colonos, os "leais vassalos de Sua Majestade", sonho de riquezas descomunais, que os embalou de meados a fins do século XVII. Daí a intensa atividade das bandeiras paulistas nesse período. 
Outra preocupação era a questão racial ou de "pureza do sangue" pelo que, nas justificações feitas em cartório, era importante que os colonos declarassem que seus antepassados descendiam das principais cepas ibéricas ! D. Maria Mendonça, descrita como católica, virtuosa espôsa e companheira do Cap . Fernão, teve por certo, esta pequena mácula imperdoável para um "nobre", o que determinou a separação do casal. Operada a separação, Fernão Paes de Barros deixou descedência ilustre pelo lado de sua filha ilegítima, Inácia Paes, a quem parece Dona. Maria criou como filha.
Silva Leme não faz menção de estes 2 irmãos Artur e Fernando na descendencia de Inacia Paes de Barros: !


Na Enciclopedia Sorocoabana  (sito nunca mais visibel em 2019, griffo Tiffany) se podia ler anos atràs:
BARROS Artur Pais de
Natural de Sorocaba, nascido em 1698, filho do sargento-mor João Martins Claro e de sua mulher Inácia Pais de Barros, foi bandeirante que agiu nas minas de Cuiabá, nos primeiros anos do descobrimento. Com seu irmão Fernado Pais de Barros e seus sobrinhos João Martins Claro e José Pinheiros de Barros, internou-se na conquista dos índios parecis, que vinha atacando desde 1731 e foi descobrir as minas de ouro que ficaram conhecidas pelo nome de Mato Grosso, originando-se após daí o nome de todo o atual Estado.
Fontes:
-Rev. Inst. Hist. São Paulo – XV – 60
-Cônego Luiz Castanho de Almeida – Livros paroquiais de Sorocaba – Ver. Inst. Hist. São Paulo – nº 5 – 1939, p. 130
-Basílio de Magalhães – Expansão, p 286
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 54.
BARROS Fernando Pais de
Paulista, filho do sargento-mor João Martins de Barros e de sua mulher Inácia Pais de Barros, nasceu em Sorocaba, cerca de 1700 e com seu irmão Artur Pais de Barros, seguiu para as minas de Cuiabá, onde se distinguiu em vários descobrimentos de ouro e na conquista dos índios parecis. Era licenciado em direito.
Fontes:
-Rev. Inst. De Estudos Genealógicos de São Paulo – nº 5, p. 130
-José Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá – IV, 74 –81
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 56.
BARROS José Pinheiro de
Sobrinho do licenciado Fernão Pais de Barros, descobridor das minas de ouro de Mato Grosso, em 1734, andou sempre com o mesmo na explorações desses sertões.
Fontes:
- Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá, Ver, cit., IV, 78-81
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 59.
Infelizemente este sito com esta informação é desaparecida....e infelizemente eu não tenho acesso à estes fontes citadas online, sendo em Europa. Estou sem possibilidade ir aos Acervos ! 
Sería muito legal se tem alguém aqui entre os interessados que pode referir mais !

Mas seguindo a téoria supra, témos assim:

1-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, . Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo. Teve:

Do 1.º marido f.º único:
2-1 Pedro Vaz de Barros (o coxo) que casou com Catharina do Prado e faleceu sem geração. 

Do 2.º marido teve 5 filhas: sem referimento algum de outros filhos !
2-2 Catharina Mendes casada em 1714 em Itú com Christovão Monteiro de Carvalho, natural da Bahia, f.º de Manoel Monteiro de Carvalho e de Maria Coelho Duarte, naturais de Freixo de Espada a Cinta. 

2-3 Joanna Pedroso casada em 1703 em Itú com Matheus de Mattos Cardoso. Faleceu em 1766 com testamento. Sem geração. (C. P. S. Paulo).

2-4 Maria de Barros Silva casada em 1703 em Itú com o tenente José da Silva Preto, irmão de Matheus do n.º 2-3.

2-5 Anna Paes da Silva casada em 1720 em Sorocaba com Domingos Nogueira Homem f.º de José Nogueira Homem e de Maria Leme do Prado. Tit. Bicudos.

2-6 Luzia Leme de Barros casada em 1726 em Sorocaba com José de Borba Gatto f.º de Balthazar de Borba Gatto e de Marianna Domingues, moradores na Cotia.

segundo a wiki e a enciclopedia Sorocabana (supra) Ignacia Paes de Barros teve com Joao Martin Claro os seguintes filhos: 

2-7 Arthur Paes de Barros, sem fontes

2-8 Fernando Paes de Barros, sem fontes


2-9 filha 1 casada com Francisco Nogueira

2-10 filha 2 casada com João de Sousa e

2-11 filha 3 casada com Luís Teixeira

Não encontrei nenhum riferimento por estes filhos Artur e Fernando Paes de Barros.

Sobre o genro de Fernão Paes de Barros, o Joao Martins Claro tem informação interessante: 
Mineralogista lustiano. Foi natural de Miranda d'Ouro (Portugal) e foi o primeiro administrator de imensa fazenda que Inacia depois herdou do seu pai ! João Martins Claro veio no Brasil com ca 25 anos com patente de capitão. Foi sargente-mor e hospedado em fazenda do seu futuro sogro. Casou com Inacia, viuva do seu primo Braz. 
João Martins Claro dedicava-se à mineralogia e segundo um manuscrito, uma espécie de diario, ele esplorou em procura de ouro o morro do Saboó nas imediações de Sao Roque. 
Depois a morte de Fernão Paes de Barros em 1709 a sua esposa Inacia herdou a enorme propriedade do seu pai. 

Faleceu João Martins Claro em 1725 em Sorocaba (!)  (registro de obitos de N.Sra. da Ponte de Sorocaba) e està enterrado na capela da Ordem Terceira em Itu SP.
 "Aos 21 de março de 1725 faleceu desta vida presente João Martins Claro, natural da cidade de Miranda do Douro, fez testamento e ordenou que deixava na disposição dos testamenteiros os legados q lhe pudecem fazer porque as dividas excedião os bens que restara. Foi sepultado na capela da Ordem Terceira da Vila de Itu de N. Sra do Carmo, donde era terceiro; foram testamenteiros o Padre e Frei João Baptista de Jesus, o C. Matheus de Mattos, o C. Christovão Monteiro."
Fonte: Artigos  sobre o sitio  e  capela S. Antonio, Sao Roque,
de propriedade de Fernâo Paes de Barros 
por Paulo da Silveira Santos, Istituto Historico e Geographico de Sâo Paulo 


Outro documento interessante sobre o casal, datado de 30 de outubro de 1724 é  um testamento : Fonte https://digitarq.ahu.arquivos.pt/details?id=1205079
que diz :
Requerimento de Mateus de Matos Cardoso *) , morador na Vila de Parnaiba Capitania e Comarca de São Paulo, a (D. João V), quem pede, como testamenteiro do defunto Fernando Paes de Barros, provisão para poder vender uma chàcara, no sitio denominado Os Pinheiros, no termo da cidade de São Paulo. Segundo o testamento aqulea chàcara deveria ser para o primeiro clérigo que houvesse na descendencia de João Martins Claro e de sua mulher Inacia Pais . Como não hà sequer a esperança de o haver, pede ao rei que se venda a dita chàcara e que o dinheiro obitdo se ponha à razão de juros até se poder comprar, com ele, outra propriedade mais rendosa.
*) Matteus de Matos Cardoso era genro de Joâo Martins Claro, esposo da filha 2-3 Joana Pedroso (supra). 
Notas 
1. é curioso que este pedido foi feito antes o falecimento em março 1725 de João Martins Claro ! 
2. interessante que aqui vem escrito "Fernando" e não "Fernão"..


Então : Seria interessante saber se existe um testamento de Inacia Paes de Barros para saber mais dos supostos filhos Artur e Fernando, "naturais" de Sorocaba !


ORIGEM DO NOME MATO GROSSO

Autor: Paulo Pitaluga Costa e Silva

TEXTO INTEIRO DO WEBSITE : chapadadosguimaraes

"Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes paulistas fundaram Cuiabá a 8 de abril de 1719, num primeiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxipó em sua confluência com o rio Cuiabá.

Em 1o. de janeiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de vila por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.

Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolveram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé.

Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos em 1754 pelo escrivão da Câmara dessa vila, Francisco Caetano Borges, citando o nome Mato Grosso, assim nos explicam:

"Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu irmão Artur Paes, naturais de Sorocaba, e sendo o gentio Pareci naquele tempo o mais procurado, [...] cursaram mais ao Poente delas com o mesmo intento, arranchando-se em um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre do Nascente a buscar o rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas da Serra chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier do Mato Grosso, da parte Oriental, fazendo experiência de ouro, tiraram nele três quartos de uma oitava na era de 1734."

Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do Mato Grosso, pela primeira vez o histórico dessas minas foi relatado num documento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, e identificado o local onde as mesmas se achavam.
Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona porque os irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com o nome de Mato Grosso.

Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca, em seu trabalho escrito por volta de 1780, Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1866, que assim nos explica a denominação Mato Grosso:

[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente para poente; e como estas montanhas são escalvadas, logo que baixaram a planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo muito elevado e corpulento, que entrando a penetrá-lo, o foram apelidando Mato Grosso; e este é o nome que ainda hoje conserva todo aquele distrito.

Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de espessura, toparam com o agregado de serras [...].


Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera, percorrido pela primeira vez em 1734 pelos irmãos Paes de Barros.

Acostumados a andar pelos cerrados do chapadão dos Parecis, onde apenas havia algumas ilhas de arbustos agrestes, os irmãos aventureiros, impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso. Perto desse mato fundaram as Minas de São Francisco Xavier e toda a região adjacente, pontilhada de arraiais de mineradores, ficou conhecida na história como as Minas do Mato Grosso.

Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia de 9 de maio de 1748, o governo português assim se manifestou:

"Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, [...] Faço saber a vós, Gomes Freire de Andrade, Governador e Capitão General do Rio de Janeiro, que por resoluto se criem de novo dois governos, um nas Minas de Goiás, outro nas de Cuiabá [...]."

Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de consolidação e institucionalização da posse portuguesa na fronteira com o reino de Espanha, Lisboa resolveu denominá-las tão somente de Cuiabá. Mas no fim do texto da referida Carta Régia, assim se ex-prime o Rei de Portugal [...] por onde parte o mesmo governo de São Paulo com os de Pernambuco e Maranhão e os confins do Governo de Mato Grosso e Cuiabá [...].
Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o nome de Mato Grosso, somente referindo-se às minas de Cuiabá, no fim do texto da Carta Régia, é denominado plenamente o novo governo como sendo de ambas as minas, Mato Grosso e Cuiabá. Isso ressalva, na realidade, a intenção portuguesa de dar à Capitania o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos Paes de Barros. Entende-se perfeitamente essa intenção.
Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio rápido. A Rainha D. Mariana de Áustria, ao nomear Dom Antonio Rolim de Moura como Capitão General, na Carta Patente de 25 de setembro de 1748, assim se expressa:

[...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o nomeio no cargo de Governador e Capitão General da Capitania de Mato Grosso, por tempo de três anos [...].

A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro, entrega a Dom Rolim a suas famosas Instruções, que determinariam as orientações para a administração da Capitania, em especial os tratos com a fronteira do reino espanhol. Assim nos diz o documento:

[...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de Mato Grosso [...] § 1o - [...] atendendo que no Mato Grosso se requer maior vigilância por causa da vizinhança que tem, houve por bem determinar que a cabeça do governo se pusesse no mesmo distrito do Mato Grosso [...]; § 2o - Por se ter entendido que Mato Grosso é a chave e o propugnáculo do sertão do Brasil [...].

E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo colonial mais longínquo, mais ao oriente em terras portuguesas na América, passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto nos documentos oficiais como no trato diário por sua própria população. Logo se assimilou o nome institucional Mato Grosso em desfavor do nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste era mais importante que as combalidas minas cuiabanas. A prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá.

Com a independência do Brasil em 1822, passou a ser a Província de Mato Grosso, e com a República em 1899, a denominação passou a Estado de Mato Grosso.

As Minas do Mato Grosso, descobertas e batizadas ainda em 1734 pelos irmãos Paes de Barros, impressionados com a exuberância das 7 léguas de mato espesso, dois séculos depois, mantendo ainda a denominação original, se transformaram no continental Estado de Mato Grosso. O nome colonial setecentista, por bem posto, perdurou até nossos dias.

Bibliografia:
1-FONSECA, José Gonçalves da. Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro: tomo XIX, 1866
2-MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai, primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1983
3-MENDONÇA, Estêvão de. Datas Mato-grossenses. 1a edição. Niterói: Salesianas, 1919, vol I "