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sábado, 29 de outubro de 2011

José de Barros Penteado de Itu SP 1739-1789 e descendentes . Era irmão de Antonio de Barros Penteado (o 5° avô de Tiffany)

atualizado 03.12.2022 por Tiffany

o 6° avô de Tiffany, o Capitão Fernão Paes de Barros foi morador em Parnaíba onde faleceu em 1755. Foi casado (1731) em S. Paulo com Angela Ribeiro Leite, falecida em 1749, (f.ª de Francisco Leite Ribeiro e de Maria de Cerqueira).  
Silva Leme refere : "É tradição corrente entre seus descendentes que foi o capitão Fernão Paes fiador de um espanhol que, tentando desviar o rio Tietê, no lugar denominado Rasgão, abaixo da capela de Pirapora, perdeu todo o seu trabalho comprometendo ao mesmo tempo os haveres do seu fiador deixando-o em condições precárias de fortuna. Entretanto, seus filhos (José Antonio e Francisco de Barros Penteado, nota por Tiffany) : se dirigiram às minas e adquiriram grande cabedal em ouro" . 

Seus filhos foram: 
  • 1) Maria de Cerqueira Paes que foi casada com o guarda-mor Calixto do Rego Souza e Mello
  • 2)Anna foi freira em Santa Theresa em S. Paulo com o nome de Anna Mathilde.
  • 3) Francisco de Barros Penteado foi moço de instrução e foi às minas com seus irmãos José de Barros e Antonio de Barros Penteado e ficou morando em Vila Boa de Goiás, onde casou-se e deixou f.ºs. Deste é bisneto do governador de Mato Grosso coronel Antonio Paes de Barros. segundo Silva Leme (genealogia paulistana).
  • 4)Custodia Celia de Cerqueira casou-se com o sargento-mor Francisco Ribeiro de Moraes Pedroso, de Sorocaba, viúvo de Maria do Belem, f.º do sargento-mor Ignacio de Almeida Lara e de Anna Pedroso de Cerqueira
  • 5) que segue Capitão José de Barros Penteado, natural de São Roque, foi às minas onde demorou-se três anos e por doente voltou a S. Paulo, trazendo boa soma de ouro com que comprou terras na vila de Itu onde se estabeleceu e casou-se em 1775 com Maria Dias Leite f.ª de José Gonçalves de Barros e da 1.ª mulher Maria Dias Leite.  Faleceu o capitão José de Barros Penteado em 1789 com testamento em Itu (óbitos de Itu) e teve (C. O. de S. Paulo) os 6 f.ºs.
  • 6) o 5° avô de Tiffany , o Capitão Antonio de Barros Penteado, f.º do capitão Fernão Paes  foi às minas com seu irmão o capitão José de Barros n.º 5) supra e, na exploração da mina da Melgueira, conseguiu tirar em alguns anos uma arroba de ouro, com o que, voltando para S. Paulo, comprou terras em Itu onde ficou estabelecido. Casou-se em 1778 em Itu com Maria Paula Machado f.ª do capitão-mor Salvador Jorge Velho e de Genebra Maria Machado. Tit. Jorges Velhos. Faleceu o capitão Antonio de Barros em 1820 em Itu e teve 9 f. 
  • 7) Manoela Perpetua de Cerqueira Leite, casada e moradora na Meia Ponte; era já viúva em 1755 e em 1789 figurou como legatária no testamento de seu irmão José n.º 5.
  • 8) Potencia Leite estava casada com Bento Domingues Maciel.
  • 9) Ignacio de Barros Penteado, natural de S. Roque, f.º do § 2.º ficou residindo em Parnaíba e casou-se 1.º em 1768 (C. Ec. de S. Paulo) com Anna de Arruda (mais tarde Anna de Almeida Bueno) f.ª de Luiz Pedroso de Barros e de Escholastica Pedroso, Tit. Taques: 2.ª vez estava casado, quando faleceu, com Anna Xavier de Barros f.ª de Salvador Corrêa de Lemos Xavier e de Luzia Leme de Barros. Tit. Quadros. Faleceu Ignacio de Barros com testamento em 1783 em seu sítio em Parnaíba (Resid. de test. C. Ec. de S. Paulo) com f.ª única da 1.ª mulher
  • 10 ) Maria Rosa de Cerqueira e Camara, última f.ª do § 2.º casou-se em 1769 em S. Paulo com Manoel Affonso Guerra f.º de Francisco Rodrigues da Guerra e de Maria Nunes de Siqueira. 
5) O Capitão José de Barros Penteado, 
nasceu em 1739 em São Roque. Segundo Silva Leme "foi às minas onde demorou-se três anos e por doente voltou a S. Paulo, trazendo boa soma de ouro com que comprou terras na vila de Itu onde se estabeleceu e casou-se em 1775 com Maria Dias Leite f.ª de José Gonçalves de Barros e da 1.ª mulher Maria Dias Leite. "
Faleceu o capitão José de Barros Penteado em 14.6.1789 à 50 anos com testamento em Itu (óbitos de Itu) e teve (C. O. de S. Paulo)  6 filhos. 
Declarou no testamento 4 f.ºs. legítimos - José (filho), - Anna, - Maria e - Fernando. Os filhos Francisco e Ignacio muito provavelmente haviam falecido prima do pai. Refere Silva Leme que haviam falecidos em Goias.)

Baptismo de José de Barros Penteado em 1739 em Sao Roque, filho de Fernão Paes de Barros e Angela Ribeiro.


Filhos do capitão José de Barros Penteado e Maria Dias Leite

5-1 
 Capitão José de Barros Penteado II,  nasceu em 1776 em Itu. mesmo nome do pai.
Casou com Maria Francisca Martins de Almeida, natural de S. Paulo de quem se divorciou em 1805 !. (varios processos em Itu)  uficialmente sem geraçâo com ela, mas parece que tive pelo meno uma filha. Segue mais informação  embaixo com 2) *)
Era um homem de posses e influência na Vila de Itu. Possuía bens tanto na vila como no sítio, neste último, em especial, possuía engenho que era herança de sua mãe Maria Dias. Foram arrolados os valores dos bens em móveis, animais, ferramentas, casas, objetos em prata, ouro, folhas, cobre estanho, e escravos. José de Barros Penteado II faleceu em 1830 em Itu.(fonte: seu testamento)

5-2 Anna de Barros Leite, nascida em 1778 em Itu. Casou-se em 1790 em Itu com o tenente Francisco Galvão de França, f.º do sargento-mor, licenciado José Galvão de França e de Maria Xavier de Barros.
Faleceu Anna em 1830.

5-3 Maria de Barros Leite nasceu em 1781 em Itu, foi casada em 1794 em Itu com o tenente Joaquim Galvão de França f.º do sargento-mor, licenciado José Galvão de França e de Maria Xavier de Barros.


5-4 Tenente Fernando Paes de Barros, Nasceu em 1783 Era ouvidor, cavaleiro da ordem de Cristo, proprietário de grandes fazendas de cultura em Itu e Capivari. Em seu palacete em Itu hospedou-se S. M. o Imperador Dom Pedro .
Casou-se em 1807 em Itu com Maria Jorge de Almeida Barros f.ª de Alexandre Luiz de Almeida Pedroso e de Anna Jorge de Barros. 
Faleceu em 1851. Teve os 11 f.ºs. 


5-5 Francisco Xavier de Barros Penteado (memo nome do tio paterno), faleceu em Goiás, antes do pai, porque não é mencionado no testamento.

5-6 Ignacio de Barros Penteado faleceu em Goiás na companhia de seu irmão Francisco supra n.º 5.


5-1 ) José de Barros Penteado filho 1776-1830
Com o senhor Rubens, que muito provavelmente é um meu primo, e que pesquisa as orgens de Policena Soares de Barros, encontramos os seguintes informações : 
O senhor Rubens encontrou no Museu Republicano de Itu, cópia digitalizada do testamento de 2) José de Barros Penteado (II),  onde ele descreve seus antepassados e os dados de sua irmã, além de outras informações gerais e determinações. 
José de Barros Penteado (II) que faleceu em 1830 em Itu SP, era o 1°  filho do meu 5° tio-avó Jose de Barros Penteado, irmâo de Antonio de Barros Penteado, o "patriarca" do meu ramo Paes de Barros em Sao Paulo. 

José de Barros Penteado [era primo dos meus antepassados Bento e futuro barâo de Itu] e Francisco Xavier Paes de Barros], era um homem de posses e influência na Vila de Itu. Possuía bens tanto na vila como no sítio, neste último, em especial, possuía engenho que era herança de sua mãe Maria Dias. Foram arrolados os valores dos bens em móveis, animais, ferramentas, casas, objetos em prata, ouro, folhas, cobre estanho, e escravos.
O senhor Rubens e eu encontramos tambem um texto de um mestrado na Unicamp do 2005 por Aline Antunes Zanatta, sobre a "elite" de Itu SP e alguns divorcios deles, nos anos de 1800. 
Basicamente este mestrado, mostra um divórcio da elite ituana, e mais precisamente do casamento de José de Barros Penteado (o filho) e Maria Francisca Martins de Almeida, nos anos de 1805. 

E neste episódio, onde existem acusações de ambos os lados do casal de traíção, aparece uma mulata - de nome Policena Soares de Barros, filha de Ursúla Soares de Barros.
Esta Ursula Soares de Barros (nascida em Cotia, ca 1776, era filha de Tereza, escrava preta, e de pai icognito) , Ursula era escrava de José de Barros Penteado e  muito provavelmente Policena erar filha de José de Barros Penteado com ela.

Segundo o relato do trabalho de mestrado da Unicamp, quando do divórcio de José de Barros Penteado (2) e D. Maria Francisca Martins de Almeida, o motivo do divórcio seria a suposta tentativa de envenenamento de José de Barros com o suposto amante de D. Maria Francisa, conforme denúncia da escrava Úrsula. Por sua vez, a D. Maria Francisca acusava José de Barros de caso com a escrava, e que pelo menos uma das filhas da escrava seria na verdade filha de José de Barros, no caso Policena. 

No processo de divórcio (em 1805) consta que José de Barros teria dado liberdade á Ursula e Lino  (Lino,: nos censos de Itu descrito mulato e esposo de Ursula, no processo de divorcio em 1805 ja libertou e fugido),  para que não constassem mais como escravos. Efeitivamente no censo de Itu do 1805 eles não constam como escravos de Jose de Barros.
Fato é que anos mais tarde deste processo de divórcio, e um ano antes da morte de José de Barros Penteado, ele deixou parte principal de seus bens para todos os filhos de Policena, e também deixou a Policena como sua inventariante
No próprio testamento, ele alega não ter descendentes. 
No testamento de José de Barros Penteado II em 1830, aparece como Juiz de Orphãos - Bento Paes de Barros (primo de Jose e tetra-avó de Tiffany)- que cuidou do processo durante anos, desde seu início.

Policena Soares de Barros, nasceu em 06 de Maio 1800 e foi batizado o 11 de Maio. Ela casou-se em 1813 ainda muito jovem com cerca de 13/14 anos com o Alferes Francisco Antonio Romano, tendo como um dos padrinhos, o Tenente Joaquim Galvão de França (casado com Maria de Barros Leite, nr. 3 supra e irma de Jose de Barros Penteado filho) 
 Os filhos deles tinham todos como padrinho o Capitão José de Barros Penteado (o filho), o que demonstra um certo carinho e acompanhamento da vida desta jovem, que ficou viúva em 1829 de seu primeiro marido, o alferes Francisco Antonio Romano. 
Ela casa-se em 1832 com Miguel Scheuermann, um alemão, imigrante da Bavaria. 

As pesquisas de Rubens sâo mais um peço do puzzle na historia  dos meus antepassados: 
Este Francisco Antonio Romano eu jà havia encontrado em alguns artigos antigos dos jornais de 1824 onde referam que lutou com os três irmâos de Barros de Itu ( Bento, Antonio e Francisco Xavier) na Bernarda e foram presos e "convocados" para a corte do Rio de Janeiro, e depois voltam com festejos em Itu. São muito elogiados os irmâos de Barros e Francisco Romano em uma carta de Paula Souza,  parente e cunhado dos irmãos de Barros.


Em fim :
Ursula Soares de Barros, mulata (varios censos de Itu), nascida em 1781, era filha de Tereza que era uma escrava de Luzia Leme de Campos, a qual era esposa de Francisco Soares de Barros de Sao Paulo e que tive fazenda em Cotia . 
No batismo de Ursula  foi padrinho o Joao Soares de Barros. Este ultimo parece ser o filho de Francisco Soares de Barros  e de Luzia Leme de Barros (ou de Campos) que nasceu em 1858 em Cotia.

Ursula obtive o sobrenome desta familia Soares de Barros  (tambem chamados Medela) da qual -dizem alguns pesquisadores- descende o Padre Diogo Antonio Feijó, outro personagem que foi ligado com a historia e "politicas" dos Paes de Barros, vindo de Itu SP. 

Ursula tive mais ou menos a mesma idade do nosso Jose de Barros Penteado, ( o filho ) . Policena foi batizada em 1800 em Itu,e era muito provavelmente uma filha ilegtima dele como acusa a esposa dele nas atas do divorcio. 
Como se pode ler no mestrado de Aline Antunes Zanatta, Ursula e Policena foram escravos da  Maria Francisca Martins de Almeida, esposa de Jose de Barros Penteado. No processo de divorçio ela requera na meaçao das suas escravas Policena e Ursula e no mesmo assunto acusa Ursula ser a amante do seu esposo. 
Mas como se pode ler tambem, Policena era jà forra. Em alguns censos de Itu é registrada com propria casa e depois com seus filhos como agregados na casa de Jose de Barros Penteado !
Mesmo interessante é que os registros sobre Ursula  e Policena Soares de Barros descrevam as como donos de escravos e terras.


livro de batismo Cotia (SP)
 batismo em dia 27.05.1781 de Ursula, filha de icognito e de Tereza, escrava de Luzia Leme de Barros,
Padrinho Joao Soares de Barros




batismo em Itu, SP de Policena, nascida 06.de Maio 1800

 “Aos onze de maio de mil oitocentos nesta matriz da Villa de Itú, pus os santos óleos a Policena inocente que nasceu a seis do corrente, filha de pai incógnito e de Úrsula escrava preta do Tenente José (Paes)de Barros. Foram padrinhos João Baptista (forro) e Maria Ignácia ..”



inicio do testamento de Jose de Barros Penteado filho


[ nota por Tiffany: Se sabe muito pouco e é pouco pesquisada a historia dos escravos dos antepassados. Mas eles fazem parte da historia e da vida dos nossos antepassados. -  E sem  fazer polémica ou seguindo as varias tendençias e "politicas" sobre negros, indios e raçismo nos dias de hoje, achei historicamente muito interessante a descriçâo no censo de Itu do ano 1836 onde Policena, ( mulata, nascida em 1800, (filha da  uma escrava preta, Ursula Soares de Barros)   e seu 2ndo marido Miguel Scheuermann e os filhos, sâo registrados com descriçao das terras pertencente a eles e eles mesmos com escravos;  e onde Policena é descrita como "branca".  ]

Filhos de Policena com Francisco Antonio Romano, que foram todos herdeiros de Jose de Barros Penteado, alguns talvez faleceram jovens.
  •  Antonio Pereira de Barros(1816),
  •  Maria Soares (1819), 
  •  Anna (1822) 
  •  Francisco (1825),  
  •  Major Joao Soares de Barros  (1826 - 1887) João Soares de Barros , aparece como um dos fundadores de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, motivado pelas tropeiros e seus movimentos no passado, este acabou fixando residência no Rio Grande do Sul,
  • Jose (1828). 
Foi padrinho de todos estes filhos:  Jose de Barros Penteado II, 

Filhos de Policena com Miguel Scheuermann: 
  • Antonio Miguel (1834) casou em 1859 em Sorocaba com Idalina de Araujo Castanho
  • Rita Belisarda (1838),
  • Gertrudes, 
  • Susanna, 
  • Theresa, 
  • Ursulina

Policena Soares de Barros faleceu em 1870.


(na dissertaçao de mestrado de Aline Antunes Zanatta pode-se ler que no processo de divorcio que  Dona Maria Francisca Martins, a ex-mulher de Jose de Barros Penteado,  cita outros dois filhos da escrava Ursula Soares de Barros de nome, Carolina e Euzebio - irmâos de Policena, e que estes tambem foram filhos ilegitimos de José de Barros Penteado com a escrava Ursula.- ai talvez outros descendentes de Jose de Barros Penteado)

Fontes pesquisados: 
- dissertaçao de mestrado por Aline Antunes Zanatta, 2005
- varios censos de Itu (no familysearch e casa Pinhal)
- jornais da epoca
- livros de batismo, casamento e obito (Itu, Cotia)
- revista ASBRAP nr. 22, familia Medela (Soares de Barros)


  Muito obrigada 
Rubens 
pela  interessantissima pesquisa e a partilha !
e Bruno Guimarães 
para informações sobre Scheuermann !


na foto : Virgílio Castanho de Barros ao volante de um ford aprox. 1928/1930 em Itu.
era filho de Abrahão Lincoln de Barros.
descendentes de Policena Soares de Barros que parece ser filha de Jose de Barros Penteado, o filho, com uma ex-escrava, a Ursula Soares de Barros de Cotia.
fotocredits. Rubens Passaro.




foto de Miguel Scheuermann nascido em 1870. Ele era neto de Miguel Scheuermann e de Policena Soares de Barros.
Era  filho de Antonio Miguel Scheuermann e de Idalina de Araujo Castanha.

foto enviada por Bruno Guimarães



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5-4 )  Tenente Fernando Paes de Barros, nascido em 1783, filho de Jose de Barros Penteado e de Maria Dias Leite.
Nasceu em 1783,  falecido em 1851. Era ouvidor, cavaleiro da ordem de Cristo, proprietário de  fazendas de cultura em Itu e Capivari.  - Adquirí terras em Capivari, mas nâo deixou a residencia em Itu SP, onde ele hospedou o imperador em 1846 e onde faleceu em 1851.
Os seus filhos mudaram mais tarde para Capivari e Piracicaba.

Refere o Prof. Luiz Gastao Paes de Barros Leães no seu livro que o ouvidor, residente em Itu :

"explorou para subsistencia a fazenda Cruz proximo do Salto de Itu. Mais tarde em busca de terras virgens e mais produtivas, adquirí a sesmaria das Palmeiras no bairro de Capivari. Nâo deixou porém seu domicilio em Itu, situado no Largo de Matriz, esquina da Rua Direita. .....

.....Formaria nas terras de Capivari a sua fazenda em sociedade com um dos seus filhos, o José "Juca", que ali passaria a residir. "

Casou-se em 1807 em Itu com Maria Jorge de Almeida Barros (f.ª de Alexandre Luiz de Almeida Pedroso e de Anna Jorge de Barros.)  Faleceu em 1851. Teve 11 f.ºs. 

5-4-1 Anna Miquelina Paes de Barros (nascida 1808) c/c em 1820  Jose Ferraz Arruda

 5-4-2 José " Juca" Fernando de Almeida Barros (1811-1884) c/c em 1832  Anna Candida Corrêa Pacheco, que foi em sociedade com seu pai na fazenda em Capivari


5-4-3 Maria Joaquina de Almeida Barros (1809.1886) c/c em 1823 Pedro Domingues Paes Leme

5-4-4 Gertrudes Miquelina Paes de Barros (1814) c/c Antonio Diaz Ferraz Pacheco

5-4-5 Fernando Paes de Barros Junior  casado 1a vez com Antonia Leduina Ferraz e a 2a vez com Maria Xavier de Campos. 

5-4-6 Francisco Fernando Paes de Barros (1824-1902) , c/c em 1842 Angela Guilhermina de Mesquita (este ultima descende do ramo de Antonio de Barros Penteado, o tio paterno de Francisco ). 

Francisco e Angela Guilhermina foram pais de:

 5-4-6-1 Joaquim, (1845- 1901) que era deputado provincial em 1870/71 e juiz de paz em Barreto. Era casado com Maria Candida, filha do seu tio paterno 5-4-9 Bento, mais adiante.

um filho deles (de Joaquim e Maria Candida)  de nome Francisco (Foto embaixo) e nascido em 1868  casou  com uma prima  que tambem era descendente do ramo de Antonio de Barros Penteado, precisamente casou com Maria Paes de Barros, filha de Franicisca de Azevedo e do Dr. Raphael de Aguiar Barros o qual era neto paterno de Antonio de Barros Penteado, primo e cunhado do barão de Tatui. 

5-4-6-2 Francisco (filho), nascido em 1856 e falecido em 1918, engenheiro civil, formado nos EUA casado com sua prima Alexandrina, tambem chamado Barros Junior ou o "pai de Salto".

5-4-6-3 Fernando (1858 - 1925) tambem engenheiro civil e formado nos EUA, Era casado em 1880 tambem com uma prima do ramo de Antonio de Barros Penteado, precisamente com Maria Raphaela de Paula Souza, irmã do famoso Antonio Francisco de Paula Souza, ambos filhos do conselheiro Francisco de Paula Souza e de Maria Raphaela Paes de Barros., (este ultima era filha do 1° barão de Piracicaba, Antonio Paes de Barros). Maria Raphaela de Paula Souza e Fernando tiveram um palacete na Rua Florencio de Abreu em Sao Paulo, que ainda hoje existe. Era em frente do palacete do Barao de Tatui.  (Leia mais sobre Antonio Francisco de Paula Souza aqui : Antonio Francisco de Paula Souza )

5-4-7 Coronel Alexandre Luiz de Almeida Barros c/c Maria de Almeida Campos

5-4-8 Izabel Leduina Paes de Barros c/c Antonio Galvao de Almeida

5-4-9 Bento Paes de Barros, nascido em 1829 e falecido em 02.06.1890 com 61 anos em Rio de Janeiro onde estava para affares com seu filho Jose Bento.. Era casado em 1849 a 1a vez com sua sobrinha Maria Elisa de Almeida Barros, falecida em 1867. A 2a vez era casado com Maria do Amaral Andrade.Tive 18 filhos, 10 da primeira e 8 da segunda esposa.:
[Um dos filhos da segunda esposa  era o Dr. Renato Paes de Barros que foi procurador geral na epoca de 21-12-1938 a 19-01-1940.
Como Procurador Geral da Justiça, publicou vários trabalhos jurídicos e elaborou o Código do Ministério Público.
 O Dr. Renato nasceu em 02.12.1885 na cidade de Itu SP e faleceu em Roma na Itàlia em 18 de setembro de 1951. Segundo varios artigos nas jornais o seu corpo foi enterrado em Outobre do mesmo ano em Sao Paulo.
A rua Dr. Renato Paes de Barros em Sao Paulo é em homenagem dele. ver foto mais embaixo.
Seu filho Egberto Renato, nascido em 1917 e falecido em 1982 casou com Edith Debieux Rosa, bisneta do imigrante Suiço Pierre Jose Debieux, natural de Fuyens, Fribourg, Suiça que em 1855 era na fazenda Ibicaba do senador Vergueiro quando a revolta do Thomas Davatz. - Pierre Debieux aparece como um dos signatários do "Texto da Deliberação dos Colonos", elaborado pelos Suíços e Turíngios da Colônia Senador Vergueiro. Neste documento, os revoltosos associam-se para fazerem valer seus contratos e requerer uma sindicância que lhes avalie a situação pessoal na referida colônia.]


5-4-10 Antonia Eufrosina Paes de Barros c/c com Joao Baptista de Almeida Prado

5-4-11 Coronel Joaquim Fernando Paes de Barros, nascido em 1835  foi 1.º casado com sua sobrinha Maria Fernandina, f.ª de seu irmão Fernando Paes de Barros (n.º 5-5) e da 1.ª mulher; 2.ª vez era casado com Clara Candida da Motta f.ª de Luiz Thomaz Nogueira da Motta,  sem filhos com a 2a esposa. Terceira vez casou com Philomena Vaz de Mello. Ele faleceu em 1884 em Capivari..

                    Os filhos do Coronel com sua sobrinha e 1a esposa, Maria Fernandina:  

      • 5-4- 11-1 Antonia Fernandina,casado com Pedro Lourenço de Almeida Prado, f.º do tenente-coronel Lourenço de Almeida Prado e de sua 1.ª mulher Francisca Eufrozina Corrêa de Moraes.Sem geração.
      • 5-4-11-2 Maria Fernandina, casada com José de Almeida Prado f.º do capitão João de Almeida Prado, morador em Piracicaba em 1904, e de Carolina Ferraz do Amaral. Com geração.
      • 5-4- 11-3 Joaquim Fernando Paes de Barros Junior, nascido em 1860 que segue casou-se com Francisca Eugenia f.ª de Vicente de S.Paio Góes e de Gertrudes de Almeida Taques.
      • 5-4- 11-4 Fernando Eugenio Paes de Barros casou-se com Maria Emilia de Carvalho, f.ª de Antonio da Costa Carvalho. Com geração.
      • 5-4- 11-5 Anna Fernandina, solteira.
      • 5-4- 11-6 Francisca Fernandina casou-se com Vicente Lourenço de Almeida Prado, irmão de Pedro Lourenço do n.º 5-1 supra. Com geração 
      • 5-4- 11-7 Marcolina Fernandina, 

filhos com Philomena Vaz de Mello, terceira esposa :
      • 5-4- 11-8 Georgina Vaz de Barros.
      • 5-4-11-9 Gessia Vaz de Barros.
      • 5-4-11-10 Leonel Vaz de Barros (1891-1973)
      • 5-4- 11-11 Alexandre Paes de Barros.
5-4-11-3 Joaquim Fernando Paes de Barros nasceu cerca em 1860 e foi casado com Francisca Eugenia, nascida em 1868, filha de Vicente de Sampaio Góes e de Gertrudes de Almeida Taques.

Joaquim Fernando Paes de Barros, residente em Piracicabaestudou em Europa, mas foi doente e voltu apos 2 anos.
Em 1884 casou em Indaiatuba com Francisca Eugênia Sampaio  (foto embaixo), nascida 25.12.1868 e falecido 1970 bem idosa ao 102 anos em Campinas. Como referem o jornal "Estadao" nas ediçiões em 1957 e 1967 ; Joaquim Fernando Paes de Barros tive varias fazendas e mudou algumas vezes : Tive entâo a fazenda Bom Retiro em Capivari e depois em Piracicaba a fazenda Boa Esperança,   Em uma dessas fazendas em Piracicaba ou Capivari chegaram em 1902 bem 5 familias italianos (colonos) como consta no registro da hospedaria de imigrantes de Sao Paulo.  Suponho que estas 2 fazendas foram vendidas porque a familia mudou para Porto Feliz, Bocaina e depois Campinas e Jau.

Seria interessante saber mais sobre estas fazendas "Boa Esperança" em Piracicaba e as condições da vida de entâo dos donos e dos colonos italianos que em 1902 chegaram para a fazenda de "Joaquim Fernando Paes de Barros".

Escreve o seu bisneto, o Prof. Luis Gastao - que ainda o conheçeu-  em seu livro que Joaquim Fernando 
"moreu em Bocaina com seu filho - Joaquim Fernando JUNIOR  - que ai lhe arranjou uma sinacura como coletor estaudal, trasferinde-se depois para Campinas. Sofreu de neurastenia. ........que um revés fê-lo depender dos seus filhos e que era um profundo pessimista e que soffreu de depressâo. "

Isso poderia explicar porque a familia mudou muitas vezes de lugar e deixou ou vendeu as fazendas (descritas supra).

"A casa em Campinas era dividida em 2 pedaços e que do outro lado viveu a sua esposa, Francisca Eugenia, uma mulher "extroverdida, vivaz e arguta e que adorava receber os parentes e conversar"
(fonte : Exercicios de memorias, Gastão Paes de Barros Leães)


Joaquim Fernando Paes de Barros faleceu em 1942 e Francisca Eugenia em 1970 em Campinas. Foram pais de 15 filhos:
- Decio, - Gertrudes, - Jacyra, - Maria Zenaide, - Vicente, - Joaquim Fernando Paes de Barros Junior  que segue, - Eugenia, - Paulo, - Sergio Targino, - Tito, - Maria do Carmo, - Fernando, - Synesio e mais uma filha do qual nâo sei o nome.


Joaquim Fernando Paes de Barros JUNIOR , nascido em 28.0.1885 em Capivari, era casado com Anna Balbina de Almeida Prado (nascida 16.7.1888, filha de João de Almeida Prado junior (22.2.1847 em Porto Feliz - 24.3.1934 em Jau) e de Ana Gertrudes Ferraz (4.12.1852 em Piracicaba - 28.2.1928 em Bocaina). Faleceu em 1949 em Campinas.

Descreve Gastâo Paes de Barros  que seu avó - Joaquim Fernando junior-  "nâo conseguiu formar-se em Direito, por as dificuldades em que viveram seus pais, jà que precisva trabalhar. Foi professor estadual. Mais tarde comprou terras em Bocaina - com a ajuda de sua tia Marcolina Fernanda- e que em 1912  començou plantar café. "

 Joaquim Fernando Paes de Barros junior e Anna Balbina de Almeida Prado tiveram 7 filhos:

- 1) Joao Octavio (1911); -2)  Maria Cecilia (1914) ;  - 3) Sylvio  (1917),; -4) Gastao (1920);  
5) - Odila (1924);  e -6) o  "Dr. Quizinho" , o Joaquim Fernando Paes de Barros NETO nascido em 1911 e falecido em 1979. Ele era casado com Clara Ferraz de Magalhaes. Ver foto eembaixo.

(de 2) Maria Cecilia (nascida em 1914) descende o advogado, professor Gastão Paes de Barros Leâes, nascido 1936), autor de varios livros e memorias sobre a familia 


Tem um Blog da familia de Almeida Prado em Jau com muita historia e fotografias antigas, entre eles tambem informaçoes dos membros Paes de Barros de este ramo.  O blog convida-se a não copiar as fotos. Por favor, respeite
Link Foto com Francisca Eugênia Sampaio de 1947:



Obrigada primo Pedro e primos em Jau pelas informações!
e
obrigada a Roberto Paes de Barros Cintra 
para informações e fotografias !


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Maria Paes de Barros
(filha do Dr. Raphael de Aguiar Barros e de Francisca de Azevedo do ramo do 5° avô de Tiffany Antonio de Barros Penteado)
e o marido, Francisco Fernando Paes de Barros (o neto).
Este ultimo era filho de Joaquim Fernando Paes de Barros e de Maria Candida de Barros ( Joaquim e Maria Candida foram primos. Joaquim era filho de Francisco Fernando Paes de Barros -
Nr. 5-4-6-1 supra-  e Maria Candida filha do irmao de seu pai, o Bento )
Maria e Francisco foram pais de  Ramiro e Marcelo. Marcelo mais tarde casou com sua prima, Maria Vidigal. Maria de Barros Vidigal era filha do Dr. Ernesto Vidigal e Izabel de Barros, irmã de Maria supra e tambem filha de Rafael de Barros Aguiar e Francisca de Azevedo.
Uma hiperligação entre os descendentes de Jose de Barros Penteado e  os do seu irmão, meu 5° avõ, Antonio de Barros Penteado !
Foto enivada-me por o primo Roberto Paes de Barros Cintra


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Dr. Renato Paes de Barros nasceu em 2.12.1885 em Itu. Seus pais eram 5.4.9.
Bento Paes de Barros (este ultimo nascido em 1829 em Capivari, sendo o 9° filho do Tenente Coronel Fernando Paes de Barros e Maria Jorge de Almeida) e a sua segunda esposa Maria do Amaral Andrade. 
Foi procurador geral 21-12-1938 a 19-01-1940. (foto em Galeria dos procuradores do Ministério Publico do Estado de Sâo Paulo). 
A rua Renato Paes de Barros em São Paulo é em suo homenagem.

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Joaquim Fernando Paes de Barros (Neto), chamado doutor Quinzinho, filho de Joaquim Fernando Paes de Barros Junior (*1885) e Ana Blandina de Almeida Prado (*1888).
Ele nasceu em 21.4.1911 em Bocaina e faleceu em 30.9.1979.
Foto encontrada na 
Tribunal de contas do Estado de Sao Paulo, N. 125, Edição Historica 2009, aí a biografia)



Franisca Eugenia Sampaio, avó do Dr. Quizinho na foto acima (Foto encontrado no Estado de São Paulo,ediçao do 24.12.1967 em occasão de seus 100 anos de idade). Ela nasceu em 25.12.1867 em Indaiatuba e era filha de Vicente Sampaio Goes e de Gertrudes de Almeida Sampaio. Foi educada no colegio Nossa Senhora do Patrocinio em Itu SP.
Francisca Eugenia Sampaio casou com 16 anos em dia 12.2.1884 em Indaiatuba com Joaquim Fernando Paes de Barros. Nr. 5-4-11-3 supra.
 Morou em Capivari na Fazenda Bom Retiro, depois em Porto Feliz (fazenda Xiririca), em Piracicaba (fazenda Boa Esperença), em Itu, Bocaina e Campinas. faleceu em 1970 com 102 anos.




Leonel Vaz de Barros ou Leo Vaz
escritor, jornalista e bibliotecario
nasceu 1890 em Capivari, era filho de Joaquim Fernando Paes de Barros e sua terceira esposa Philomena Vaz de Melo. Faleceu em 1973 em Sao Paulo.
fotocredits "Estadão", onde foi redator para muitos anos.





Francisco Fernando Paes de Barros tambem
Barros Junior ou Pai de Salto.
Nasceu em 1856 em Capivari e faleceu em 1918 em Salto de Itu SP.
Era filho de Francisco Fernando Paes de Barros (1824-1902) e de Angela Guilhermina de Mesquita (sua prima, do ramo de Antonio de Barros Penteado).
Foi engenheiro civil, formado tambem nos EUA. Casou em 1879 com sua prima Alexandrina de Almeida Barros.
A fotografia aqui reproduzida foi doada ao Museu Republicano por Tancredo do Amaral [1866-1928] No verso da foto doada, de punho próprio, anotou: "Dr. F. F. de Barros Junior, propagandista da republica em Itú, que foi um industrial em Salto, gastando grande parte de seus haveres em dita propaganda e alli fundando o Correio do Salto. Foi deputado estadual após a Republica. Falleceu pobre ha 3 ou 4 annos como simples colletor federal no Salto. Offerta do seu companheiro de imprensa e propaganda, Tancredo do Amaral. Santo André, 16-4-1923."
Fonte do texto : Blog "historia de Salto" por Prof. Elton Frias Zanoni

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paes de Barros - Raizes de familia em Bruges, Belgica, ascendencia de Luzia Leme casada com Pedro Vaz de Barros

Esta attualizaçâo de hoje, 13.09.2017 sostitui o postagem do 6.10.2011


OS LEME família de mercadores de origem flamenga

Entende o caso : Pedro Vaz de Barros, 10° avó de Tiffany, foi casado con Luzia Leme ou Fernandes. Este ultima (segundo Silva Leme na genealogia paulistana) seria descendente da familia Leme de Bruges e Madeira.

A família Leme, de São Paulo, originária a partir de Pedro Leme (nascido no Funchal, Madeira), deixou um legado significativo para o Brasil colônia. Seus descendentes ajudaram a construir não apenas a capitânia de São Vicente, mas todo o estado de São Paulo, e as regiões Sudeste e Sul. Seus descendentes constituem-se em grande parte de brasileiros, de todas as origens.

A familia dos Leme no Brazil e na Europa ou seja as suas origens são objeto de estudo de muitos genealogistas e historiadores. Ainda existem mais de um aspecto que até hoje não e claro sobre os patriarcas dos Lemes brasileiros : Antão Leme (pai) e Pedro Leme (filho).


Tambem tem variàs pontos de polèmica sobre a ascendência de Antão Leme até os Lem, de Bruges (Flandres), hoje Belgica. As poucas fontes bibliográficas sobre as filiações em Portugal e Ilha da Madeira não deixam uma cronologia exacta. A origem flamenga ainda è claro, mas não há consenso entre histoiradores e genealogistas em Belgica, Olanda e Inglaterra e Lisboa entre as varias téorias sobre os 2 Martim Lem (pai e filho) ou Martim ou comerciante e Maertin o politico em Bruges.

Esta disscussão nasceu sobretudo após a publicação do ensaio em 2006 de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, Lisboa : “Os Lemes - a Percurso familiarizado de Bruges a Malaca “ , no qual ela escreveu de apenas um Maertin Lem em Portugal e Bruges.



1. Objecto da disscução: comerciante em Lisboa e Bruges no século XV

Martin I era um comerciante, nascido em Bruges. viveu a partir de ca 1450 em Lisboa e tive filhos com Leonor Rodrigues. Deixou Portugal em 1466 para Bruges.

Martin II (filho) viveu em Bruges, casou com Adrienne van Nieuwenhove e foi 'burchmeester' (burgomestre) de Bruges e em 1479 conselheiro de Maximilian da Áustria.

A grande questão é ; qual é a relação entre Martin o commerciante e Martin o burgomestre?


Teoria A : Martin  o comerciante e Martin o burgomestre  são pai (Martim I)  e filho (Martim II).
Martin Lem I nasceu antes de 1385 e foi filho de Willem. Por volta de 1440 entre a Bélgica e Portugal; casou com “Joanna de Barroso” e viveu na Bélgica .O seu filho Martin II nasceu em Portugal ou a Bélgica.
Após a morte de sua esposa “Joanna” em Bruges, Martin I voltou para Lisboa e tem 7 filhos para fora de sua relação com Leonor Rodrigues. Essas crianças foram legitimados em 1464; as cartas de legitimação estão descansando nos arquivos reais. Em 1466 Martin voltou para Bruges.

Seu filho Martin II deveria ter ficado em Bruges, após a morte de sua mãe, onde ele obteve sua educação. mas até hoje nenhuma fonte em Bruges foi encontrada por essa teoria.

Um Martin Lem foi menzionado pela primeira vez em Bruges, Bélgica, em registros do ano 1467 quando se casou com Adrienne van Nieuwenhove e diventou burgomestre/ prefeito de Bruges.

Este teoria diz que Martim Lem I o pai tive dois filhos do mesmo nome. Um Martim IIa com Joana em Bruges e outro Martim IIb com Leonor Rodrigues em Portugal. A teoria diz tambem que Martim IIa foi o burgomestre de Bruges. Não tem nenhuma prova para um casamento com Joana e nascimento de Martim IIa.

A1). Esta teoria baseia-se em uma única pessoa, “Joanna Barroso”
Mas uma pessoa com este nome não foi encontrada em outros documentos !

Nada é documentado em fontes primárias históricos. Toda a informação que temos em varias sites genealogicos vem de genealogistas e historiadores posteriores de Sueyro, cujas fontes são desconhecidas.Ele - Sueyro- foi o primeiro a escrever em 1625 sobre Martim e Antonio Leme, filhos de outro Martim Lem. Isso mais de 150 anos depois a morte do primeiro Martim Lem (1485).
A s suas informações foram copiados ainda em modo incorreto tambem por Taques e Silva Leme e depois de todos os outros. A confusao é ainda major porque também muitos filhos, netos, bisnetos etc. do primeiro Maertim Lem tem o seu mesmo nome e sobrenome.


A2). Mais tarde em 1850 Jean Jacques Gaillard, genealogista em Bruges no sec. XIX (!), escreveu a genealogia da família Lem em Bruges onde ele menziona que este Martim que foi em Portugal por algum tempo, foi casado com uma Jeanne, "natif de Portgual" = é frances e significa :Joanna natural de Portugal. Não se sabe nada sobre a fonte de Gaillard para este nome Jeanne, natural de Portugal !
E de seguro assim que outros pesquisadores após Gaillard, copiaram e ainda formaram este nome fantomatico de “Jeanne Barroso”.

Mas Sueyro nunca escreveu este nome.na sua obra "Anales das Flandres" !
Ele escreveu que a esposa de Maertim foi uma senhora do linhagem da família Barroso,

Isso nunca pode fazer dela Joanna Barroso com vem ainda hoje referido em muitos sites. Seguindo as genealogias portuguesas sabemos que em esta epoca não existiam sobrenomes….Em um linhagem encontram-se também hoje muitos sobrenomes differentes. Um linhagem significa ser membro de uma família com um ancestral comum, mas não siginifica ter o mesmo sobrenome.


Em Portugal até 1911, com efeito, a dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o sacramento do Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro. Até 1911, pois, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que iria assinar como adulto. Esses registos eram exclusivamente os da Igreja Católica, que serviam oficialmente quando preciso na vida civil.

No século XIV é adotada em Portugal a língua portuguesa para os registos oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para esse efeito. Isto paralelamente a outras nações europeias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra "sobrenome" em documentos, nas respectivas línguas locais.

Mas um sobrenome significando ainda e apenas, então, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido, não necessariamente transmissível. Ou seja, não o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.- 
A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome veio a partir de certa altura a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinónimo em português de alcunha) por que os outros as distinguiam, ou então a sua terra de origem, por exemplo. Assim, o João Anes, filho do ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes. O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães. Este processo é paralelo e análogo ao da nobreza, que em muitos conhecidos se assina pelo nome das terras de senhorio da respectiva família (João Anes de Sousa, ou seja: João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa), ou Afonso Vaz Correia (Afonso, filho de Vasco, da linhagem tornada conhecida pelo epíteto/alcunha/apelido Correia). - Assim há dois tipos básicos de sobrenomes, os que eram dados, ou chamados pelos de fora a alguém, para o distinguir (apelido, o mesmo que alcunha), e aqueles que são escolhidos pelo próprio para se afirmar, ou distinguir perante os outros (toponímicos).No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas até então pequenas cidades medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas urbes subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas, que em alguns lugares era mal considerado não se ter um sobrenome. Mas mesmo tendo sido este fenómeno o começo para todos os sobrenomes que existem atualmente, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registo civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911. Note-se que até ao século XVII nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo apenas os seus membros tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos.E com isso estou convencida que este „Jeanne ou Joana“ não tive o appelido Barroso , mas, era talvez membro ou descendente de nobre familia Barroso com outro appelido ou sobrenome que não sabemos. Attenção : a familia Barroso nao tem nada a ver com a familia de Barros !!

Teoria B -    Martin I, o comerciante em Portugal é também Martim II, o burgomestre em Bruges depois 1467.
Em esta teoria, Martin Lem I foi por volta de 1450 em Lisboa Portugal, Sobre um Martim Lem se podem encontrar documentos em Portugal que contam que ele a partir de 1456 tive o monopólio sobre a compra e venda de cortiça contra o pagamento de 2.000 ‘dobrões’ de ouro.. Obtive este monopoloio do rei D. Afonso V por um período de 10 anos, Metade da cortiça comprado foi exportada para a Flandres.. Os historiadores supoem que Maerten Lem I falava Português, bem como a idioma flamenga e francesa, e se tornou um porta-voz dos comerciantes ambulantes e capitães dos barcos flamengos, holandeses e da ZelândiaComo referem documentos registrados na Chancelaria de D. Afoso V ele tive activiade em Portugal sempre ligada ao comércio. Ao chegar a Lisboa, tras tambem uma procuraçao de Rombout de Wachtere , outrossim comerciante flamengo, para lhe resolver um assunto relacionado com a venda de joias. Mas tarde, em 1466-1567, terà uma questão juricial a este respeito em Bruges, com o dito Wachtere.
Não se sabe quando ele teve com Leonor Rodrigues os 7 filhos que foram legitimados em 1464, ano em qual ele tambem foi comdecorado com brasão cavaleiro da casa real portuguesa. ( Cartas de legitimaçao datadas de Tentugal, 6.9.1464, em ANTTT- Chancelaria de D. Afonso V, liv. 8, fls. 66v-67)
São 7 cartas, uma para cada um dos fihos, diferindo apenas o nome do respectivo legitimado, sem data de nascimento).

Martim I foi bem conhecido em Portugal porque havia emprestado também dinheiro ao rei.Em 1466 Martin regressa à Bruges e parece levar com ele o filho Antonio e talvez tambem o filho Martim . (Apenas Sueyro em 1624 (!) diz que Martim tambem vai com o pai para Bruges ). 
Em Bruges Martim Leme casa em 1467 com Adrienne van Nieuwenhoven . Nasceram outros filhos e ele toma parte na vida polticial e municipal em Bruges.
Até hoje não foi encontrada uma conexão entre Martin I e Martin II nas fontes em Bruges . Este téoria diz que Martim Lem o comerciante em Portugal e Martim Lem o burogmestre em Bruges são a mesma pessoa, Martim Lem I,pai de Martim Lem II que foi negociante, com registros na Ilha da Madeira, o qual ele tive com Leonor Rodrigues, dama solteira, em Lisboa no periodo entre 1450-1466.



Escudo de Martim Lem I ,concedido por D. Afonso V de Portugal em 1464,

A merleta (ave héraldica) não aparece na héraldica medieval portuguesa mas foi bastante comum na héraldica flamenga e inglesa.


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2. Antão Leme, o patriarca em Brasil

Alguns genealogistas, discutem se Antão Leme era filho de Catarina de Barros, em razão de uma suposta cronologia conflitante. Além disso, o Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, escrito em 1700, não apresenta Antão Leme descrito no título dos Lemes. Ambas as ressalvas, constam no site “Capitão Domingos da Silva e Oliveira”, indicado nas referências.

Como “contra-argumento” ás indagações acima apresentadas, há apenas a petição de Pedro Leme, em 02 de Outubro de 1564, perante o desembargador Braz Fragoso. No documento apresentado por Taques, e, posteriormente, Silva Leme, consta:


'Diz Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de todas as pessoas que razão têm de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme, mulher de Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais outrossim são fidalgos, primos do capitão donatário da Ilha da Madeira; os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propínquo de Dom Diniz de Almeida, contador-mor, e de D.Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo de Cablera, f.° de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno Fernandes, veador do mestrado de Santiago, e dos filhos de Claveiro por ser a mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante, os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos; pede a Vmce. lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar todas as honras, privilégios e liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E. R. M.'

Primeiramente, devemos questionar: o que é “irmão direito”? De acordo com a enciclopédia Larousse Cultural, dentre as definições de “direito” (adjetivo), especialmente, em heráldica, significa “das armas do chefe de geração ou linhagem, sem quebra nem diferença; diz-se também do brasão apresentado em sua posição normal. Portanto, creio que podemos entender que Antão Leme foi apresentado como irmão “direto” dos demais.

Como reflexão, é importante revisarmos e enfatizarmos o parentesco com os irmãos Almeida, exposto por Taques. D. Diogo de Almeida, e D. Diniz de Almeida (contador-mor do reino), eram filhos do casal Antônio de Almeida (contador-mor do reino) e Maria Paes, sendo esta filha de João Rodrigues Paes (também contador-mor do reino) e Catharina Leme. Esta última era irmã de Antônio Leme, bisavô de Antão Leme, conforme exposição de Pedro Taques.


Além da citação de parentesco com os Almeidas, Pedro Leme, em sua justificação, apresentou como tias Antônia Leme e Leonor Leme, casadas respectivamente com Pedro Affonso de Aguiar e André de Aguiar, primos dos donatários da Ilha da Madeira. No Nobiliário das Famílias de Portugal (Felgueiras Gayo), no título dos Aguiares (arquivo 40102 – página 197), consta o casamento de André de Aguiar com Leonor Leme, sendo esta descrita como filha de Antônio Leme, neta de Martim Leme e bisneta de Antônio Leme, o flamengo. A descrição é compatível com a apresentada por Montarroyo in Pedro Taques. Quanto a André de Aguiar, o mesmo era, de fato, ligado aos Câmaras; sua avó era Isabel Gonçalves da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco.

É interessante notar que Pedro Leme comprovou sua nobreza não apenas pela ligação com os Lemes, e não descreveu com detalhes sua genealogia; sua comprovação foi totalmente embasada em parentescos relativamente recentes e colaterais, em especial, com os Almeidas, Aguiares e Câmaras.


De acordo com Montarroyo in Taques, Martim Leme II é o formador do tronco dos Lemes na Ilha da Madeira, citando, inclusive, o ano de 1483 como data de sua mudança para a ilha. Portanto, Antão Leme seria seu neto, e, Pedro Leme, seu bisneto.

Silva Leme, no título de Lemes, cita:


F-1 Pedro Leme, que passou da dita ilha a S. Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves, como escrevemos adiante. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme como o 1.º chegado a S. Vicente, porém frei Gaspar da Madre de Deus assevera ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de S. Vicente (não consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na dita vila em 1544; portanto, este (e não seu f ° Pedro Leme) deve ser considerado como o tronco dos Lemes em S. Paulo.

Há testemunhos de Antão Leme ser juiz em São Vicente em 1544 (conforme informação seguinte), sendo que Pedro Leme, seu filho, já estava em 1550 em São Vicente com sua mulher, Luzia Fernandes, e filha, Leonor Leme (neta de Antão), já casada com Braz Esteves, e justificou sua fidalguia em 02 de outubro de 1564, é possível supormos:

- Leonor Leme, talvez, seria nascida por volta de 1530, ou pouco depois.

- Pedro Leme seria nascido por volta de 1505-1510, ou depois [faleceu em Março de 1600]

- Antão Leme poderia ter nascido, por volta de 1485.


Se Antão Leme é realmente neto de Martim Leme, que imigrou para a Madeira em 1483, de fato, a cronologia só é pertinente se Martim Leme levou para a ilha seu filho Antônio, já com idade para casamento. Se Antônio nasceu na Ilha da Madeira, há equívocos na apresentação da linhagem.

No entanto, no magnífico trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme foi realizada a reconstituição da genealogia e cronologia dos Lemes
De acordo com suas ponderações, a linhagem correta dos mesmos seria :

1- Martim Lem, cavaleiro flamengo, mudou-se para Lisboa, em ca 1450. Com Leonor Rodrigues, dama solteira segundo Taques, tiveram 6 filhos que foram leigitimados em 1464. Em 1466 Martim voltou em Bruges onde ele casou com Adrienne Nieuwenhoven, com a qual tive outros 6 filhos.
Os filhos com Leonor Rodrigues são :
1.1. – Luís Leme;

1. 2 – Martim Leme, o moço….Negociante, com registros na Ilha da Madeira; talvez, participou da conquista de Tanger, em 1471. Falecido antes de 13/08/1485, mesmo ano do pai e isso tambem è ainda polemico. !!!!

1.3 – Antônio Leme, o flamengo. Assim como o irmão, participou da conquista de Tanger, em 1471. Obteve carta de fidalguia em 12/11/1471 com proprio brasão. Em 1483, foi para a Ilha da Madeira. Casou-se segundo Henrqiue Henriques de Noronha com Catharina de Barros, . Seus filhos seriam:

    1.3.1 – Antão Leme - imigrou para São Vicente com sua filha Leonor Jà casada com Braz Esteves. Antão faleceu 1560.
    1,3.2 – Pedro Leme - sem maiores informações.
    1.3.3 – Martim Leme - sem maiores informações.
    1.3 4– Aleixo Leme, casou com Mécia de Melo.
    1.3.5 – Ruy Leme; casou com Leonor Vieira (1º) e Maria Franco Cabreira (2º).
    1.3.6 – Antônia Leme, casou com Pedro Afonso de Aguiar.
    1.3.7 – Leonor Leme, casou com André de Aguiar da Câmara.

1.4.– João Leme. Foi para a Ilha da Madeira, sendo enterrado na Igreja do Convento de São Francisco.

1.5. – Rui (Rodrigo) Leme, testemunha, em 1497, do Tratado de Tordesilhas. Cavaleiro de D. Manoel em 19/09/1497. Rendeiro da Alfândega de Funchal em 1506.

1.6 – Catarina Leme. Casou 1 vez com Fernão Gomes da Mina, cavaleiro de conselho, 2.vez com João Rodrigues Paes (2º), contador-mór do Reino. Deste casamento, foram descendentes os irmãos Almeidas, citados na justificação de Pedro Leme.

1.7. – Isabel ou Maria Leme casou com Martim Dinis – mãe de Henrique Leme, este ultimo nomeu toda a sua familia no seu testamento que foi......


3. Antonio Leme, patriarca dos Leme no Brasil.




Para a ingestão de Arzila em 24 de Agosto 1471e a ocupação de Tânger em 29 de Agosto 1471, Antonio Leme foi condecorado pelo príncipe D. João I, por o seu heroísmo, de acordo com um documento que está localizado na Torre do Tombo, ANTT – Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90.

Na carta de armas do 1471 o rei D. Afonso V de Portugal declara que concede as referiias armas:

Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90
>>Amtonio Leme carta por que lhe foy dado huum escudo tymbrado d’armas novas
“”e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio”” (é o nosso caso).
Dom Afomso etc. A quamtos esta nossa carta virem fazemos saber que comsiramdo nos em como ho principe meu sobre todos muito preçado e amado filho de seu propio querer e vomtade por seus serviços fez Antonio Leme cavaleiro de sua cassa nos avemdo respeito aa sua booa vomtade e desejo com que nos veo de Framdes servir em a tomada da nossa villa d’Arzilla e çidade de Tamger com çertos espyngardeyros e homens em huuma hurca em a quall o seu pay Martym Leme o enviou a nos servir na dita guerra e queremdo mais aimda honrrar como theudo somos fazer aos que nos no semelhante bem servem como elle dez desy querendo lhe fazer graça e merçee de nosso propio querer vomtade e poder absoluto queremos e a nos praz darmos lhe huum escudo timbrado de novas armas .s.
huum escudo do quall o campo he d’ouro com çinquo merlletas de sable em santoir segundo he comtheudo em este escudo aquy em esta nossa carta patente blasonado e pyntado posto que nos bem em conheçimento somos que elle da parte de seu pay pode trazer armas com deferença mas porque elle verdadeiramente as tenha e possa trazer como chefe dellas sem deferença alguma como aquelle que por seus serviços e mereçimentos gaanhou nos lhe damos as dittas armas novamente para elle e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio.
E por esta nossa carta mandamos ao nosso primeiro rey d’armas e ofiçiaes dellas que assy o notefiquem e em seus livros registem porque assy he nossa merçee e vomtade e por sua guarda e memoria e seer notorio para sempre como todo passou lhe mandamos dar esta nossa carta por nos asynada e scellada do nosso scello do chumbo.>>

Se trata de uma concessão muito honrosa sob a original forma de evitar - segundo as regras de héraldica - que o armigéro Antonio Leme tenha de usar as armas paternas (veja o escudo de Maertem Lem I) com a respetiva diferença do segundogenito e possa ostentar armàs proprias como verdadeiro chefe de linhagem. A diferença são os cores e o numéro das figuras, as merletas.

A conceder a Antonio Leme o brasão das cinque merletas (o que do pai tive três) D. Afonso procedia conforme o melhor conhecimento das regras héraldicas medieval e ao mesmo tempo como acrescimento honroso.

Segundo Margarida Ortigão, António Leme, foi o terceiro filho de Maertem Lem I e Leonor Rodrigues, seguindo as cartas da ordem das legimitações (Torre de Tombo).

Sobre Antonio Leme, filho de Martim Lem I 
" Durante os anos 80, encontramo-lo plenamente fixado na Madeira, para onde terá ido possivelmente como representante dos interesses da família naquela ilha vocacionada para o comércio do açúcar. Segundo notícias que nos chegam por via do cronista dos feitos de Cristóvão Colombo, Bartolomeu de las Casas, um dos informadores do descobridor da América foi “un Antonio Leme, casado en la isla de la Madera [que] le certificó que habiendo una vez corrido con una sua carabela buen trecho al poniente, había visto tres islas cerca de donde andaba...”
António instala-se no Funchal como cultivador de açúcar e toma parte na vida municipal, tendo sido vereador por diversas vezes entre os anos de 1485 e 1491. É, nos documentos que nos chegaram, chamado de “homem bom” e “cavaleiro”, o que o mostra plenamente integrado nos extractos superiores da sociedade madeirense.
Na Madeira Antonio Leme casou com Catarina de Barros, filha de Pedro Gonçalves da Clara e de sua mulher Clara Esteves de quem teve, pelo menos, sete filhos
1) Martim (III), 2) Antão, 3)Pedro, 4) Aleixo, 5) Rui, 6) Antónia e 7) Leonor.

Não sabemos quando Antonio morre, mas terá sido depois de 1514, ano em que assina um conhecimento de dívida de 15.000 rs de um moio de trigo recebido do feitor da terça parte da renda das Ilhas".

Sobre Pedro Leme, patriarca dos Leme em Brazil, e seu pai, Antão Leme, é referido em "Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil", outro trabalho por Margarida Ortigão Ramos Paes Leme o seguinte:

" Em novmebro de 1542, em Lisboa, Pedro Leme e sua mulher Luzia Fernandez vendiam algumas propriedades que possuiam em Sáo Mamede, termo da vila de Obidos, Portugal, com o intuito de partir para o Brasil na companhia do pai dele, Antão Leme, que testemunha o ato, lavrado em Lisboa a 22 de novembreo de 1542. . (Torre de Tombo, Colegiada de Santa Maria de Obidos, mç, 17, doc 80, fl1 - Revista ASBRAP nr.22).Alguns dados preciosos nos transmite o documento que pai e filho partiram de Lisboa (e não da Madeira como se acreditava) para o Brasil, em finais de 1542, o mais tardar em principios de 1542. Em seguida sabemos que Luzia Fernandes não era madeirense (como todos os antigos genealogistas pretenderam) mas natural de São Mamede, termo de Obidos, onde vivera com o marido e onde a sua familia (mãe e irmão, pelo menos) ainda vivia. Leonor Leme, a filha de Pedro e Luzia (à data da escritura com cerca de dois anos) confirma aliàs, ter nascido em Obidos, quando em 1622, com mais de 80 aos, foi interrogada em Sao Paulo, no àmbito do processo de canonizaçáo do padre José Achieta..Entre as testemunhas que assinam a escritura da venda, encontra-se Roque Dias de Aguiar, expressamente designado <genro do dito Antão Leme>. Considerando o sobrenome de Roque, parece-nos que ele pertenceria aquela familia madeirense de que dois membros jà tinham casado com as irmãs de Antão, a saber: André de Aguiar com Leonor e Pero Afonso de Aguiar com Antonia..Antão Leme, pai de Pedro Leme, era filho de Antonio Leme e de Catarina de Barros, neto paterno de Martim Leme e de Leonor Rodrigues e materno de Pedro Gonçalves da Clara e de Isabel de Barros, todos moradores na Madeira. Tal como Pedro Leme, seu filho, informarà na petiçao que fez ao rei em 1564 para lhe ser justificada a fidalguia, Antão era irmão de outro Pedro Leme, do Aleixo Leme, de Antonia Leme e de Leonor Leme, mas tambem de Rui Leme e de Martim Leme. Antão não é referido entre os filhos de Antonio Leme, como tambem não o é este seu irmão Martim. (sabe-se da existencia deste Martim por um documento designado "Relação dos fidalgos e cavaleiros que aompanharam João Gonçalves da Càmara na expediçao a Azamor" - Torre do Tombo, Fragmentos, cx, 9, mç1, n° 18, publicado por FARINHA, Antonio Dias 1986).Antão Leme poderà ter vindo novo para o continente e portanto não ter deixado memoria nas genealogias da ilha. Pelo documento que é referido (ABRASP) ficamos a saber que de Lisboa partiu para o Brasil, na companhia do filho, da nora e certamente a neta ainda criança, reinava em Portugal D. João III e havia poucos anos que a Martim Afonso de Sousa fora doada a capitania de São Vicente, para onde Antão se dirigiu e onde em 1544, jà era juiz ordinario. (MADRE DE DEUS, Gaspar de) "

(fonte: Texto do trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, "Antão Leme e Pedro Leme rumo ao Brasil")

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4. CURIOSIDADES: As armas de Antonio Leme em Brasil:


4.1)  escudos do marquês de São João Marcos e do marquês Quixeramobim.

Eles foram ambos:

- trisnetos do "caçador das esmeraldas" Fernão Dias Paes Leme (filho de Pedro Dias Paes Leme e Maria Leite),

- bisnetos de Garcia Rodrigues Paes que em 1702 foi agraciado com o fora de cavalheiro fidalgo da casa real,-
- netos de Mestre de Campo Pedro Dias Paes Leme o qual tirou brasão de armas em 1750, que é o mesmo dos Lemes, (genealogia paulistana Silva Leme, e nobiliarquia paulstiana Pedro Taques).

escudo do Marquès de São João Marcos (Pedro Dias Paes da Câmara)
por decreto do Rei D. João VI de 5 de Fevereiro de 1818 :

escudo do Marquês Quixeramobim (Pedro Dias Paes Leme), Barão com grandeza por decreto de 12 de outubro de 1825. Visconde com grandeza por decreto de 4 de abril de 1826. Marquês por decreto de 12 de outubro de 1826 e primo do Marquês de São João Marcos

Escudo: Em campo de ouro, cinco melros negros, sem pés, sem bicos, póstos em santor. coroa: a do Marquês.Alvarã de 1471, confirmado em 20-XII-1750.
(fonte: Anuario genealogico brasileiro - titulares do Império)


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4.2. Na Fonte Luminosa de Belém, Lisboa, Portugal, tem a pedra de armas de Antonio Leme. Segundo informações na Internet, todos os 32 brasões em essa fonte rapresentam provincias do império de Portugal.

a minha pergunta é: porque o brasão de Antonio Leme ésta para uma provnincia (Madeira) ?

CoA de Antonio Leme, Fonte Luminosa, Belém, Portugal

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4.3Existe hoje em Sao Paulo este brasão da Rota de São Paulo e 1° batalhão choque de Tobias de Aguiar.


Este brasão foi criado por decreto Nº 20986 de 1º de Dezembro de 1951. 
Não tem nada a ver com nobreza ou genealogia. 
Encontramos aqui o escudo de Antonio Leme, alvarà 1471....

....talvez porque segundo a genealogia Paulistana por Silva Leme, a avó materna do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar 
 foi descendente de Leonor Leme,  (irmã de nossa Luzia Leme ) e tambem filha de Fernando Dias Paes e Lucrecia Leme a qual veio com seu pai Pedro da ilha Madeira para o Brasil ?

Gostaria, por meio deste texto, de incentivar discussões e investigações sobre as origens de uma família tão ilustre na história de São Paulo e do Brasil e de approfondir as pesquisas em nova forma sobre a descendencia em Brasil. Uma familia a qual entre muitos outras familias se ligou por casamento de Luzia Leme ou Fernandes aos antepassados dos Paes de Barros, o cap.Pedro Vaz de Barros,
Sobre este ultimo não foi encontrado NADA que poderia confermar ou elucidar o que escreveu Silva Leme na genealogia paulistana. !




OBRIGADA
Wil Lem, Maastricht, Lem family association com
(Margarida Ortigão (Uni, Lisboa), Jacques Paviot (Uni  Paris-Est Créteil),
Anibal de Almeida Fernandes (website genealogia historia)
Ruud Lem, Inglaterra
André Claeys



Fontes:

- Os Lemes – um percurso familiar de Bruges a Malaca. Margarida Ortigão Ramos Paes Leme. Seminário de História Política do Mestrado em História, área de História e Arqueologia Medievais, no ano letivo de 2005-2006. SAPIENS - Revista de História, Património e Arqueologia, n.º 0, 2008. Página 27. 

- Famílias da Madeira e Porto Santo. Câmaras de Lobos. AUTOR: Compilação de Carlos Agrela.

- Martin Leme, La Carte du Duc, le contrat de blé, Bruges e Madeira, Philppe Garnier

- Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil, Margarida Ortigão Ramos Paes Leme
- Anibal de Almeida Fernandes, website« Genealogia historia »
- Wil Lem, Maastricht, Lem family association

- GAIO, Felgueiras, 1750-1831,Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm; Digitalizado e disponível em: http://purl.pt/12151

- Genealogia Paulistana - Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)Vol II - Pág. 179 a 229 - Tit. Lemes (Parte 1)

- Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. Pedro Taques de Almeida Paes Leme. Tomo III. Título LEMES. Editora: USP. Ano: 1980. OBS: A obra original, é do Século XVIII.

- Ruud Lem, Inglaterra

- André Claeys

- Capitão Domingos da Silva e Oliveira (website)

- http://genealogiaeorigens.blogspot.it/2016/01/os-lemes-e-ligacao-aos-barros-e-camaras.html