“Cada pessoa tem a sua historia. - Cada pessoa tem uma familia. - Cada familia tem origems. - Você não é apenas o que você imagina que é!"

SEJA GENTIL !

CITE SEMPRE A FONTE QUANDO GOSTA E USA AS MINHAS INFORMAçÕES.

NAO COPIE AS FOTOGRAFIAS E PESQUISAS SEM DAR CREDITO Á AUTORA E O BLOG.

MUITO OBRIGADA !

sábado, 24 de setembro de 2011

Dr. Raphael de Aguiar Paes de Barros e a Avenida Paes de Barros no Mooca, o Jockey Club e a fazenda em Leme SP

a Avenida Paes de Barros

atualizado 30.05.2023 por Tiffany


A Avenida "Paes de Barros" na São Paolo, é um símbolo da memória e do desenvolvimento. A conhecida avenida no bairro de Mooca guarda fatos importantes em suas origens.Recebeu esse nome  para homenager o meu tio-trisavô, Dr.Raphael Aguiar Paes de Barros
Segundo o site Portal de Mooca, a princípio chamava-se  Avenida Dr. Raphael de Barros.


AVENIDA PAES DE BARROS, Sao Paulo



O protagonista



Raphael Aguiar Paes de Barros, filho de Bento Paes de Barros, 1° Barão de Itu, e de Leonarda Francisca de Aguiar (4°s avós de Tiffany)tinha posse de várias terras em Sâo Paulo que se estendiam da Vila Prudente até a Alpina. Foi casado com sua prima Francisca de Azevedo de Barros (neta do Dr. Miguel Antonio Azevedo Veiga e Escholastica Joaquina de Barros. Este ultima era irmã  mais velha do Barão de Itu)- O pai de Raphael, Bento Paes de Barros, recebeu o titulo de barão em 1846 e foi o primeiro ituano com um titulo de nobreza. 
[Mais sobre o 1° barâo de Itu aqui : Bento Paes de Barros, 1° Barão de Itu, 4° avô de Tiffany]

Sei de uns primos em Sâo Paulo que Raphael e o barão de Tatui (trisavô de Tiffany) foram muito pertos. Além de ser primos, foram também cunhados, sendo Gertrudes de Aguiar Paes de Barros - a esposa do barão de Tatui - a irmâ mais velha do Raphael.
Depois: alguns filhos e netos do Raphael casaram com seus primos, netos do barâo de Tatui....entrelaços entre os descendentes dos dois primos entre os meus parentes em São Paulo.

Raphael de Aguiar (Paes de) Barros nasceu em Itu (SP) em 28.12.1835. Ele era
 filho de Bento Paes de Barros 1° barão de Itu e de Leonarda Francisca de Aguiar. Este ultima era irmâ do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar de Sorocaba.


batismo de Raphael de Aguiar Barros em Itu SP, Nossa Senhora da Candelaria
em dia 13 de janeiro 1836 com 14 dias.





Raphael era  irmão:
- do Dr, Antonio de Aguiar Barros, o futuro  2°barão, conde e depois Marquês de Itu, (1823-1899)  casado com a sua prima Antonia de Aguiar (1838-1917), futura marquesa de Itu . Antonia era filha do tio de Raphael, do 1° barão de Piracicaba (que era irmâo do barâo de Itu) e de Gertrudes  de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Rafael Tobias).. 
- de Gertrudes Aguiar Paes de Barros, trisavó de Tiffany, (1830-1878) casada com seu primo, o barão de Tatui, filho do seu tio, Francisco Xavier Paes de Barros, o cap. Chico de Sorocaba (outro irmâo do barâo de Itu) e de Rosa de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Rafael Tobias)..
- do Dr. Francisco Xavier de Aguiar Barros, (1839-1890), casado com a sua prima Maria Angelica de Souza Queiros, filha do barão de de Souza Barros. Este ultimo era um filho de Genebra de Barros Leite, uma tia de Francisco, outra irmâ mais velha do barâo de Itu.
- de Leonarda de Aguiar, (falecida em 1856) casou com o seu primo o coronel Raphael Tobias de Barros, 2° barâo de Piracicaba, filho do 1° barâo de Piracicaba (ele irmâo do barâo de Itu). Depois viuvo o futuro 2° barão de Piracicaba casou com Maria Joaquina de Melo Oliveria, filha dos Viscondes de Rio Claro.
- de Anna de Aguiar Barros, falecida em 1927. Ela casou tambem com um primo, Joao Tobias de Aguiar e Castro; era o filho do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e de Domitilia de Castro Canto e Mello, a marquesa de Santos.

[Nota: 4 irmãs de Aguiar de Sorocaba casaram com 3 irmãos Paes de Barros de Itu. Mais sobre o duplo parentesco entre os Paes de Barros de Itu e os de Aguiar de Sorocaba aqui.Itu e Sorocaba, origens de familia]

Após os primeiros estudos em Itu, transferindo-se para São Paulo, Raphael matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo onde se tornou bacharel em direito no ano de 1858 (ano em que morreu seu pai, o barão de Itu,). Nesta mesma época seu pai o hàvia enviado para a Europa, mais precisamente para a Inglaterra, onde a intenção era a de buscar modificar o extremismo político do jovem Rafael.  
De lá ele acaba voltando entusiasmado com as corridas de cavalo,  e a história do Jockey Club de São Paulo tem então o seu início com o Clube de Corridas Paulistano. 


Raphael casou em Itu SP com dispensa para consangunidade, em 28.4.1863 com sua prima, Francisca Azevedo no oratoria particular na casa de sua tia Escolastica Joaquina de Barros.. Escolastica Joaquina, era irmã mais velha do barão de Itu, era tia de Raphael e era a avó de Francisca de Azevedo.(Escolastica Joaquina foi casada com Miguel Antonio de Azevedo Veiga, ouvidor geral. Tiveram um filho, Miguel, casado com Candida de Campos, pais da jovem Francisca de Azevedo )


3°s tio-avós de Tiffany, Raphael de Aguiar Barros e Francisca de Azevedo


Historia do Jockey Club de São Paulo

De um encontro que reuniu no salão do Club Paulista, na antiga rua do Rosário, ilustres representantes da sociedade paulistana da época, o nome de Rafael Aguiar Paes de Barros se sobressaiu como idealizador do Clube de Corridas Paulistano. A ata dessa reunião foi redigida por Antônio da Silva Prado, neto do Barão de Iguape e filho de Dona Veridiana – o futuro Conselheiro Antônio Prado. 

A primeira competição aconteceu em 29 de outubro de 1876, com animais trazidos do Reino Unido e da França, que eram criados na fazenda Paes de Barros. Para atender a demanda do público, foi inaugurada uma linha de bonde com o percurso Mooca-Centro. O espaço foi importante para a popularização do bairro, por ter sido ponto de encontro da elite paulistana e dos barões do café, apostadores assíduos; o turfe permaneceu até 1941, quando foi transferido para Cidade Jardim; atualmente, no local está situada a Subprefeitura da Mooca. 
l

A primeira corrida oficial do Jockey Club de São Paulo aconteceu em 29 de outubro de 1876, no Hipódromo da Mooca, na rua Bresser. Com direito a apresentação de banda de música e presença de um grande público. Os dois únicos cavalos inscritos, Macaco e Republicano, tiveram a honra de inaugurar as raias instaladas nas colinas da Zona Leste da Capital. Apesar do favoritismo de Republicano, Macaco levou o primeiro prêmio da Província.


Hipodromo Sao Paulo


Hipodromo Sao Paulo, foto Illustração Brasileira em 1922

Hipordromo Sao Paulo, foto tirada do site Saudosa Mooca em facebook.


Vários foram os fatos que ajudaram a construir a história do Jockey Club de São Paulo. Uma das grandes passagens se deu em 10 de julho 1877, quando ocorreu a primeira vitória de um cavalo tendo uma mulher como proprietária. O animal vencedor foi Corisco, pertencente à Maria Domitila de Aguiar Castro, uma prima do Dr. Raphael, filha de Brasilico de Aguiar e neta paterna do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e da Marquesa de Santos. Maria Domitila foi prima em 2° grau de Raphael Aguiar Paes de Barros (o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar foi tio materno dele).

Atravessando altos e baixos causados pela Abolição dos Escravos, Proclamação da República e, mais tarde, com as Revoluções de 24, 30 e 32, o Jockey Clube sofreu sucessivas suspensões de suas corridas, mas, mesmo assim, foi se firmando dentro da rotina e da história da cidade de São Paulo. Foi de lá, também que, em 28 de abril de 1912, levantou vôo o aeroplano pilotado por Edu Chaves que ia tentar pela primeira vez fazer o percurso Rio-São Paulo via aérea. Já em 1920 passa a ter a capacidade de abrigar 2.800 espectadores e, em 1923, é criado o Grande Prêmio São Paulo, até hoje uma das disputas mais importantes do turfe brasileiro.No ano de 1875 na cidade de São Paulo fundou o Hipódromo Paulista, onde mais tarde passa-se a ser chamado de Jockey Club de São Paulo.

Recordações  em 1957  clique na foto para ler


Raphael Aguiar de Barros, além de fundador do Jockey Club foi também o primeiro presidente do clube, vale ainda salientar que este 1a sede do Jockey Club de São Paulo foi construído em terras de sua propriedade, localizadas no bairro da Mooca.
Devido à enorme paixão pelo esporte e principalmente pelos cavalos Raphael Aguiar Paes de Barros foi o iniciador da criação de cavalos puro sangue inglês na cidade de São Paulo.
Outro fato marcante na vida do Dr. Raphael de Barros era que ele apoiava o abolicionismo, do qual participou e assinou a famosa declaração da Convenção Republicana de Itu em 1873. Em pleno regime monárquico Dr. Raphael elege-se vereador pelo partido Republicano Paulista.
Em 1875 ele ajuda a fundar o jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”.
Dr. Raphael tornou-se Diretor do Museu Provincial no ano de 1877, e em 1878, juntamente com o senhor Joaquim Egydio de Souza Aranha, “O Marques de Três Rios”, unira-se para a abertura de uma empresa cujo objetivo era o de canalizar as nascentes da Cantareira para que fosse feito o abastecimento de água na Capital.



Um pouco mais tarde preside "a Sociedade Promotora da Imigração"(fundada em 1886)  junto aos muitos primos e tios entre as familias dos Paes de Barros e os Souza Queiroz e com os Silva Prados.  A Sociedade Promotora de Imigração se caracterizou como um projeto de uma elite de produtores de café que, ao se articular em torno dela, consegue tornar realidade seu intuito de trazer imigrantes europeus para trabalhar nas suas fazendas de café em substituição à mão-de-obra cativa, visto que, nos seus nove anos de atividade localizada, contrata e introduz 266.732[*7] imigrantes no Estado de São Paulo com colocação inicial total de 100% em fazendas. 
Raphael Aguiar de Barros foi também provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, fato esse ocorrido entre os anos de 1886 e 1889.

Em sua homenagem a cidade de São Paulo denominou como um símbolo da sua memória e do desenvolvimento. a conhecida avenida no bairro de Mooca: A Avenida Paes de Barros.

Dentro os muitos palacetes da familia Paes de Barros témos o palacete de Raphael de Aguiar Barros na entâo rua Brigadeiro Tobias que segundo os estudos por Eudes Campos foi costruido entre 1885-1887 por Mateus Häussler.

"uma ampla moradia de aparência neopalladiana, que se destacava graças ao pórtico suportado por quatro grandes colunas inteiriças de mármore branco existente na fachada (fig.37 a 39). Rafael, na verdade, fazia questão de acompanhar de perto as novas tendências políticas e culturais disseminadas entre os jovens de sua geração e com a mesma posição social, havendo-se tornado abolicionista e republicano. - ...Um edifício, enfim, à altura de nele ter funcionado o Tribunal de Justiça do Estado de 1915 a 1932. Internamente, ao que parece, também apresentava novidades, pois deve ter sido um dos primeiros edifícios residenciais paulistanos a abandonar o conceito de "andar nobre".

O Raphael de Aguiar Barros faleceu em 1889. Viveram no palacete para alguns anos a viuva e alguns dos filhos ainda menores na epoca.
Foi demolido na primeira metade do 20° seculo.





historia em LEME SP

Na cidade de Leme foi proprietário da Fazenda São Rafael, local este o qual ainda hoje mantêm o seu nome, porém sem ter mais sua bela sede e seus mais de um milhão de pés de café distribuídos pelos seiscentos alqueires do local.. F
oi uma das maiores propriedades da região, com uma área total de 902 alqueires de terra. O café foi a principal fonte de renda. Plantio e colheita do café que ele terica aprendido a cultivar com seu tio, o Barão de Piracicaba, grandes nomes do café no Brasil. Com a morte de Rafael a fazenda passou a pertencer a seu filho Annibal Paes de Barros e seus irmãos.

A fazenda desapareceu. 
A fazenda foi desativada e extinta ,virou plantação de cana de açucar.
Infelizmente não tem mais nada no local ,apenas ficou a capela em ruinas. No interior da fazenda existia uma casa sede, colônia de imigrantes (7 em total), escola primária e uma capela para os moradores, todo desaparecido.
Dr. Rafael é tambem homenageado pela cidade de Leme, tendo seu nome em uma das principais ruas da cidade, a qual ficou carinhosamente conhecida como “Rafael”.


fazenda São Rafael em Leme SP e, ca. 1920
foi uma das maiores propriedades da região, com uma área total de 902 alqueires de terra. O café foi a principal fonte de renda. 




Capela na fazenda São Rafael em Leme SP.
Foto tirada do site de João Corrêa historiador no facebook
Muito obrigada.

Fazenda São Rafael em Leme SP em 2008, foto tirada do video de Fonrosobrasil em youtube. Obrigada.


Raphael Aguiar de Barros e Francisca de Azevedo de Barros tiveram os seguintes 14 filhos .
Procuro mais informação sobre eles e seus descendentes, meus primos :

  • Lucia c/c Joao Ramos Penna Firme,

  • Fabio c/c Sylvia Almeida. pais de:  - Sylvia Paes de Barros que casou em 1937 com o jornalista Ità Ferraz de Campos filho de José Ferraz de Campos. e de Virginia Franco) . filhos de Sylvia Paes de Barros: - Candido, falecido solteiro com 25 anos em 15.2.1935; - Ulysses;  - Cassio II;  - Fabio filho;  - Maria José, casada com Dr. Carlos A. Maya;
  • Cassio I,

  • Silvio

  • Olavo, (ca 1887-5.5.1960)  c/c Angelina Tufanin (falecida em 1990). Foram pais de 5 filhos: - Nilza nascida em 1920, - Arnaldo, nascido em 1927, - Olavo filho nascido em 1936 (era padre/sacerdote em Rio de Janeiro), de Alcyr e de Orlando.  Olavo Paes de Barros foi para muitos anos director de corridas do Jockey Club em Sao Paulo e parece tambem do de Santos para algum tempo. Foi chamado "turfmen". Era thesoureiro do partido republicano de Leme SP. (ver foto embaixo em homenagem).

  • Lavinia,c/c Antonio de Mesquita de Barros

  • Annibal (1874-1957) c/c Hortencia Simoes. Tiveram : - Rafael (1903-1971) casado com Brasilia Ribeiro de Moraes e Silva;  - Antonio (1905-1907);  - Beatriz (1907-1984)  casada com Joao Baptista do Amaral; - Maria (nascida em 1909)  casada com Eward Charles Adler; -Raul (1913.1939), e - Lucilla (1902-1949) . Lucilia, casou em 1923 com seu primo,  o advogado Affonso Paes de Barros, filho do Dr. Bento Xavier de Barros e de Anna Maria Luiza Dauer. Ramo Tiffany. A filha deles, Lucilita, faleceu jovem em 1964 e era casada com Eudorico Gonçalves.- Annibal Paes de Barros ver foto embaixo.

  • Mario (1873- 1931) c/c Maria Egydio de Souza Aranha.  Uma filha deles, Maria Xavier Aranha, nascida em 1876, casou com Tito Paes de Barros, irmão de Affonso (supra) e tambem filho de Bento Xavier de Barros e Anna Maria Luiza Dauer.-     Mario e Maria Egydio de Souza Aranha tiveram tambem - Marcelo (1892-1939) casado com Olga; - Mario filho (1896-1981) casado com Alcina; - Marina (1901-1943) casada com Sergio Meira de Castro e Murillo (1904-1982) casado com Maria da Gloria..

  • Izabel c/c Dr Ernesto Rodrigues da Costa Vidigal, pais de Maria 1894 (ver foto embaixo. ela era casada com seu primo Marcelo, fiilho de Maria e Francisco Fernando (III), ramo Jose de Barros Penteado ) - Raphael de Barros Vidigal  1896 c/c  Maria do Carmo de Macedo Soares dos quais descende Gloria Rothman; - Helena 1900, Bento 1902 e Adalgisa

  • Maria c/c Francisco Fernando (III) de Barros (o tio de Francisco Fernando III foi o pai de Salto : Francisco Fernando Paes de Barros casado com Maria Alexandrina de Barros. com descendentes em Jau do ramo Jose de Barros Penteado....)

  • Candida (1868-1957) c/c com seu primo o Dr. Fernando de Sousa Barros, filho do comendador Luiza Antonio de Souza Barros e de Felicissima de Almeida Campos. [O dr. Fernando era irmão da memorialista Maria Paes de Barros ; mais sobre ela aquiMaria Paes de Barros

  • Raphael filho nascido em 1866.

  • Francisca c/c Francisco Xavier Paes de Barros III  (ele advogado. Ele foi o irmão do meu bisavô Bento, ambos filhos do barão de Tatui.  )

  • Leonarda c/c Max Erhart.. Um dos seus filhos ( Renato,casou com Ana Rosa Paes de Barros, uma filha do meu tio-bisavô, o advogado Francisco Xavier III (supra). 

  • Tenho assim 4 filhos (Annibal, Mario, Francisca e Leonarda) de Raphael de Aguiar Barros que são ligados com casamentos dos filhos ou / e netos do barão de Tatui, este ultimo primo e cunhado de Rafael.
Raphael de Aguiar Barros faleceu de febre remittente entorno a meia-noite no dia 12.03.1889 e foi sepultado na cidade de São Paulo, no Cemitério da Consolação.
 Hàvia somente 53 anos.
Diario da Noticidas, RJ, 13.03.1889



Raphael faleceu de febre remittente....
Registro de obitos, Nossa Senhora da Conceição em São Paulo (Santa Ifigenia)



Quando sua esposa Francisca Azevedo de Barros faleceu com 81 anos em 11.07.1929, ela tive 42 netos e 35 bisnetos !

------------------------------



Algumas fotografias


Leonarda de Aguiar e Bento Paes de Barros, barões de Itu (4°s avós de Tiffany).
 Foram o
s pais do Dr. Raphael de Aguiar Paes de Barros .




a esquedra : Francisca de Azevedo (duvida), Dr. Raphael de Aguiar Barros, Leonarda de Aguiar no meio, a direito: os trisavós de Tiffany: o Barâo de Tatui e esposa Gertrudes de Aguiar (Foto do primo Valerio em familysearch, OBRIGADA) 


Maria, filha de Raphael de Barros e Francisca de Azevedo, aqui com seu filho Marcello
Maria foi casada com Francisco Fernando de Barros (III), um seu primo, foto enviado de um seu descendente para mim. OBRIGADA..



Sylvia Paes de Barros
, filha de Fabio Paes de Barros e Ità Ferraz de Campos no dia de casamento em 29.07.1937 na Igreja Santa Terezinha, São Paulo,




Francisca Aguiar Paes de Barros, filha de Raphael . era casada com o tio-bisavô de Tiffany, o advogado Francisco Xavier Paes de Barros III, filho do barão de Tatui.



Maria Xavier Aranha Paes de Barros, filha do Dr. Mario Paes de Barros e de Maria Umbellina Egydio de Souza Aranha com seu marido e primo o Dr. Tito Paes de Barros, meio-irmâo do avô de Tiffany e neto do barâo de Tatui






Olavo Paes de Barros, filho de Raphael de Aguiar Paes de Barros e de Francisca de Azevedo
o "turfmen" e thesoureiro do partido republicano de Leme SP





 

Annibal Paes de Barros e familia
foto encontrada no familysearch por olavo40





Obrigada à todos os primos
 pelas fotografias dos nossos parentes ou pelas informaçôes. 




terça-feira, 20 de setembro de 2011

do qual DE BARROS você descende ?

Sobrenome no Brasil - Confusão e difficuldades! 


attualizado 10.04.2019 por Tiffany 

Segundo algums descendentes nenhum Pais de Barros grafa o sobrenome dessa forma, mas sim Paes de Barros, que é uma grafia arcaica. Me escreveu um historiador que no Brasil, as normas ortográficas não são muito respeitadas e os sobrenomes muitas vezes são escritos de forma antiquada, como acontece por exemplo em inglês.  



Efeitivamente segundo o Formulario Ortogràfaico : 


"A grafia original do nome de biografados, , deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).

isso significa que nos estudos historicos o nome deve ser escrito PAIS de Barros e no foro privaod na forma arcaica PAES de Barros...

Quando eu comencei a estudar as arvores genealogicas dos vários de Barros, teria muitos diferentes sobrenomes como : Barros, de Barros, Barroso, mesmo Bayros ou Bairros etc. etc. A coisa mais confusional foi o que no Brasil e no Portugal os filhos e as filhas nao teriam sempre o sobrenome de familia paterna como na Europa. Depois na Europa não são permitidos os sobrenomes duplos.

Acredita-se que no Portugal só depois o século XIX, a maior parte das pessoas de qualquer nível social tinha um sobrenome, ou sobrenomes, hereditários, fixos só em alguns casos. Fora da cultura portuguesa, este sobrenome tendia a ser patrilinear, único, e identificava a família como primado de identidade masculina, provendo assim uma ligação com o passado, e preservando sua identidade no futuro. Por esse fato no mundo fora da cultura portuguesa não é surpresa o fato de que antigamente a prioridade das famílias mais importantes fosse ter filhos homens para manter o nome, afinal, os filhos homens eram quem passavam o sobrenome para as novas gerações, e por essa razão era preocupante para uma família não ter nenhum descendente masculino. 

Por isso,em primeiro, eu mesmo tinha que entender como funciona o sistema de sobrenomes em Brasil. Isso é a causa porque eu chamo meu Blog "os Paes de Barros de São Paolo, Itu e Sorocaba...." isso para diferenciar e encontrar possivelmente membros desse ramo dos de Barros e possivelmente fazer mais luz sobre outros ramos e seus descendentes que usam "Paes de Barros".

HISTORIA DOS SOBRENOMES

Desde a Idade Média e até ao século XVIII, em algumas zonas rurais portuguesas as pessoas eram conhecidas apenas pelo nome próprio, ao qual era acrescentado o patronímico (nome do pai), para os rapazes, e o matronímico, (nome da mãe), para as moças. Em casos mais raros podia o rapaz ser conhecido pelo matronímico, por exemplo, se não tivesse pai, ou a moça pelo patronímico, no caso, por exemplo, de o pai ser de uma família mais distinta do que a da mãe. A partir do fim da Idade Média, numa lenta transição das urbes (cidades) para o campo, e do litoral para o interior, os patronímicos tendem a fixar-se, transmitindo-se sempre o mesmo, já como sobrenome de uma determinada família que o usa em comum.

Nos documentos oficiais em Portugal por exemplo, na Chancelaria Régia portuguesa, os registros mencionam sempre o nome da pessoa, seguido do nome do pai dela, de forma a impedir confusões entre homônimos.

A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome próprio veio a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinônimo em português de alcunha ou sobrenome) por que os outros as distinguiam, ou então o nome da sua terra de origem:

Exemplos:

1º) João Anes, filho de um ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes.

2º) O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães.

3º) Este processo é paralelo e análogo aos membros da nobreza, que por serem muito conhecidos se assinam pelo nome das terras cujo senhorio pertence a sua respectiva família, explo: João Anes de Sousa, ou seja, João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa.

No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas, até então, pequenas cidades (urbes) medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas cidades subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas entre sí, que em alguns lugares era mal visto/considerado não se ter um sobrenome.
Atenção: mesmo tendo sido este fenômeno de explosão da população o motivo do começo para todos os sobrenomes que existem hoje, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registro civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911.

No século XIV é adotado em Portugal a língua portuguesa para os registros oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para os registros. Isto paralelamente a outras nações européias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra sobrenome em documentos, nas respectivas línguas locais.
Mas sobrenome significando ainda, e tão somente, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido e não necessariamente transmissível, ou seja, não era o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.

Note-se que, até ao séc. XVII, nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo os seus membros apenas tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos, lembrem dos reis de França que assinavam apenas o nome, como aparece no contrato de casamento de Maria Antonieta em pleno séc. XVIII.

Até 1911, a adoção dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o Sacramento da Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro.
Até 1911, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que passaria a assinar como adulto. Esses registros eram exclusivamente os da Igreja Católica que serviam oficialmente, quando preciso, na vida civil.

E assim : 

Não tem escolha senão verificar meticulosamente os nomes e sobrenomes dos pais para os indivíduos e os registros das igrejas para pesquisar !

Já em Portugal vigorava tanto entre a nobreza quanto entre o povo, o conceito de CASA, que era constituído pela noção de patrimônio familiar comum partilhado sob o comando do filho mais velho (no geral), na ausência de varões, sucediam as mulheres como senhoras da Casa que, em muitos casos transmitiram, e transmitem ainda, esse sobrenome da Casa à sua descendência. É o chamado sistema misto.
Este costume português explica porque é que, atualmente, são raríssimas, se é que ainda existem, as famílias portuguesas, ou de origem portuguesa, que mantenham a varonia do sobrenome, ou sobrenomes usados na atualidade.
Na cultura portuguesa é costume os filhos receberem um ou mais sobrenomes de ambos os progenitores.
Também assim se procede na cultura hispânica porém note-se que, enquanto na portuguesa os sobrenomes maternos precedem os paternos na disposição final do nome completo, na Espanha e na América hispânica a ordem é a inversa.

Entre 1580-1640 sob a dominação da Espanha vigorou em Portugal a praxe espanhola do sobrenome do pai anteceder ao sobrenome da mãe.
(isso tanto para complicar a pesquisa do Pedro Vaz de Barros, 10° avô de Tiffany que deu o nome aos muitos Paes de Barros em minha familia. Depois seu irmâo Antonio Pedroso de Barros tem outra composição com Pedroso... não se sabe se a variante dos sobrenomes era a hispaniola ou portuguesa e até hoje nâo se sabe nada da mãe e familia).

Em Portugal o número máximo de sobrenomes permitidos é 4, o que permite o uso de sobrenome duplo quer materno, quer paterno, enquanto que na Espanha é de 2, mas esses dois podem ser duplos, unidos por hífen, resultando na realidade em quatro sobrenomes como em Portugal.
Já no Brasil e nos restantes países de língua portuguesa não existe essa limitação para o número de sobrenomes.

A partir do final do século XIX, por influência da burguesia francesa, tornou-se comum às mulheres portuguesas acrescentarem o sobrenome (ou duplo sobrenome) do marido aos seus sobrenomes sem, no entanto, perderem os seus próprios sobrenomes de solteira.
Assim, como norma geral, os pais têm filhos com sobrenomes completamente diferentes entre si.

Pelo texto o uso dos apelidos em Portugal de Antonio Machado de Farias aprende-se que a confusão sempre foi muito complexa:
Pois muitas vezes os filhos não derivam o sobrenome do patronímico do pai, mas usam o próprio patronímico do pai, outras vezes tomam o mesmo patronímico do avô paterno, ou avô materno, ou bisavô paterno, ou bisavô sogro do avô paterno.
Por conta dessa prática fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia.

SOBRENOMES NO BRASIL:

Exemplo ilustrativo de um meu antepassado, tirado do Título: Penteado, Volume III, pg. 368 a 404, da Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), inspirada em Pedro Taques de Almeida Paes Leme (1714-1777):

Segundo escreveu Pedro Taques: >>A Nobre família de Penteado teve origem em S. Paulo em Francisco Rodrigues Penteado, natural de Pernambuco, para onde veio ser morador seu pai Manoel Corrêa  (9° avô de Tiffany) com casa, saindo de Lisboa; e em Pernambuco se estabeleceu com negocio grande. Tendo este filho Francisco Rodrigues Penteado (8°avô de Tiffany), já bem instruído em artes liberais, sendo excelente e com muito mimo na de tanger viola, e destro na arte da música, seu pai o mandou a Lisboa sobre dependência de uma herança que ali tinha, o filho, porém, vendo-se em uma corte das mais nobres da Europa e com prendas para conciliar estimação, cuidou só no estrago que fez do cabedal que recebeu, consumindo em bom tratamento e amizades: Refletindo depois que não estava nos termos de dar satisfação da comissão com que passara de Pernambuco a Lisboa, embarcou na frota do Rio de Janeiro com Salvador Corrêa de Sá e Benevides em 1648, o qual tendo de passar a Angola, como passou, para a restaurar dos holandeses, o deixou (Francisco Rodrigues Penteado) na cidade do Rio muito recomendado pelo interesse de instruir nos instrumentos musicais a suas filhas e ao filho mais velho Martim Corrêa com quem estava unido pela igualdade dos anos. Do Rio de Janeiro, pela demora em Angola do dito Salvador Corrêa de Sá, que ficou feito general daquele reino, passou para a vila de Santos Francisco Rodrigues Penteado; e já desta vila subia para S. Paulo contratado para casar com uma sobrinha de Fernando Dias Paes, que foi quem o ajustou para este contrato.<<

Pg. 368: Casou-se Francisco Rodrigues Penteado em S. Paulo com Clara de Miranda f.ª de Antonio Rodrigues de Miranda, natural de Lamego, e de Potencia Leite, à pág. 135. Faleceu Francisco Rodrigues Penteado em 1673 com seu testamento em Parnaíba e sua mulher Clara de Miranda em 1682. Teve (C. O. de S. Paulo) os 7 seguintes filhos com 4 tipos diferentes de sobrenome:
Cap. 1.º Francisco Rodrigues Penteado
Cap. 2.º Antonio Rodrigues Penteado (segue abaixo=cap. 2º)
Cap. 3.º Andreza Leite (*)
Cap. 4.º Manoel Corrêa Penteado (segue abaixo=cap. 4º) , 7° avô de Tiffany. que foi casado com Beatriz de Barros, a bisneta do Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme., o "Correa" vem do avó Manoel Corrêa, vindo do Portugal em Pernambuco e do qual não se sabe com quem era casado...
Cap. 5.º Paschoal Leite Penteado  (*)
Cap. 6.º João Corrêa Penteado
Cap. 7.º José Corrêa Penteado
 (* o "Leite" vem da avó, Potencia Leite. Niguém tem o "Miranda" da mãe no sobrenome)


Pg. 373: Cap. 2º) Antonio Rodrigues Penteado, foi morador em Sorocaba onde teve as rédeas do governo e casou-se com Maria de Almeida Lara f.ª do capitão-mor de Sorocaba Thomé de Lara de Almeida e da 1ª mulher Maria de Almeida Pimentel. Tit. Taques Pompeus. Faleceu em 1728. Teve os 11 f.ºs. seguintes com 7 tipos diferentes de sobrenome: (C. O. de Sorocaba).
1-1 Francisco Rodrigues Penteado § 1.º
1-2 Thomé de Lara Penteado § 2.º
1-3 Amaro Rodrigues Penteado § 3.º
1-4 José Rodrigues Penteado § 4.º
1-5 Clara de Miranda § 5.º
1-6 Maria de Almeida Pimentel § 6.º
1-7 Ignacia de Almeida § 7.º
1-8 Andreza Leite de Almeida § 8.º
1-9 Potencia Leite de Almeida § 9.º
1-10 Antonia de Almeida § 10.º
1-11 Anna de Almeida Lara § 11.º

Pg. 375: Cap. 4º) Manoel Corrêa Penteado, (ele é irmão do anterior Antonio Rodrigues Penteado) natural de S. Paulo, que foi morador em Araçariguama, adquiriu riqueza com a exploração de minas de ouro nas Minas Gerais, e foi proprietário de grande fazenda de cultura em Araçariguama termo de Parnaíba onde teve as rédeas do governo e foi pessoa de autoridade e veneração. Foi casado com Beatriz de Barros f.ª do capitão Pedro Vaz de Barros e de Maria Leite de Mesquita. Tit. Pedrosos Barros. Faleceu em 1745 e teve os 7 f.ºs todos os 7 filhos com sobrenomes diferentes: (C. O. de S. Paulo) . note bem :

  • 1-1 Padre José de Barros Penteado
  • 1-2 Capitão Fernão Paes de Barros  6° avô de Tiffany, que tem o mesmo nome e sobrenome do seu "famoso" tio-avó materno ,   que recebeu  " honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678" . Dele prende o nome e sobrenome este capitao Fernao Paes de Barros.
  • 1-3 Manoel Corrêa de Barros § 3.º
  • 1-4 Anna Pires § 4.º
  • 1-5 Maria Leite da Escada § 5.º
  • 1-6 Maria Dias de Barros § 6.º
  • 1-7 Luzia Leme Penteado § 7.º
Todos com sobrenomes DIVERSOS !

o 1-2 Fernâo Paes de Barros (supra) assumiu apenas o sobrenome de seu tio-avô materno, da familia de sua mãe Beatriz de Barros e nenhum  dos Correa Penteado, a sua família paterna !

Ele era casado com Angela Ribeiro ou de Cerqueira. Deles descendem o meu 5° avó Antonio de Barros Penteado  e seus filhos que sâo os meus 4°s avós : o capitão Francisco Xavier Paes de Barros e seu irmão Bento Paes de Barros (o barâo de Itu), meu tronco dos varios ramos Paes de Barros, todos com o sobrenome da familia de Beatriz de Barros, bisneta de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme e tambem bisneta do Pedro Dias Paes Leme, irmâo de Luzia Leme. Da familia Leme  vem o "Paes" no sobrenome Paes de Barros.

Assim sendo, eu concluo, mais uma vez que:
Por conta dessa prática aleatória de dar os sobrenomes fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia no Brasil.

Leia mais curiosidades sobre a união dos Penteado e Vaz (Pedrosos) Barros que sâo os antepassados do meu ramo Antonio de Barros Penteado:Beatriz de Barros e Manoel Correa Penteado


Fontes:

- texto em parte do meu primo: Anibal de Almeida Fernandes em historia genealogia

- Wikipedia sobrenomes portugueses / uso de sobrenomes na Europa (em alemão)

- nomes es sobrenomes Genealogia Freire

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Antonio Francisco de Paula Souza



Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917)

nasceu na fazenda do seu avô materno, ( 1° barâo de Piracicaba Antonio Paes de Barros), , em Itu, no Estado de São Paulo, em 6 de dezembro de 1843. 

Sua família, tanto do lado paterno como do materno, era constituída de ricos fazendeiros, com forte atuação política. 
Seu avô paterno, Francisco de Paula Souza e Melo (1791-1851) teve importante atuação política nos períodos anterior e posterior a independência do Brasil de Portugal (1822) e foi deputado e senador. Sua avó paterna era Maria de Barros Leite, filha de Antonio de Barros Penteado e Maria Paula Machado (5°s avós de Tiffany), e com isso ela era irmã do barão de Piracicaba, do 1° barâo de Itu (4° avô de Tiffany), de Genebra de Barros Leite e outros.

Seu pai, Antonio Francisco de Paula Souza (1819-1866), de quem herdou o mesmo nome, também nasceu em Itu e graduou-se em medicina, na Universidade de Louvain, Bélgica, no ano de 1842, foi ministro da agricultura (1864-66) e deputado. 
Sua mãe, Maria Raphaela Paes de Barros (1827-1895), era  prima materna do prorpio marido, sendo filha do primeiro Barão de Piracicaba e de Gertrudes de Aguiar (irmã do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.).  o 1° barao de Piracicaba, Antonio Paes de Barros (1791-1876)  introduziu a cultura do café no Estado de São Paulo e também foi político atuante e deputado).

Antônio Francisco de Paula Souza fez seus estudos fundamentais inicialmente no seio de sua família e depois em colégios de Capivari (cidade próxima de Itu), São Paulo e Petrópolis. 
Em 1858, Antônio Francisco, então com quinze anos, foi enviado, em companhia de seu irmão mais jovem Francisco e de seus dois tios Antônio e Diogo Paes de Barros (filhos do barâo de Piracicaba), para continuar seus estudos na Alemanha, em Dresden. Em novembro de 1860, adoentado devido ao clima rigoroso, retornou ao Brasil com seu irmão Francisco. 
Em julho de 1861, viajou para a Suíça e depois de alguns meses de estudos preparatórios, ingressou em outubro daquele ano na Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) de Zurique. Em Zurique, Paula Souza associou-se a sociedades estudantis revolucionárias e envolveu-se com o movimento de unificação da Itália, liderado por Giuseppe Garibaldi (1807-1882), chegando a viajar até Milão para alistar-se no movimento, o que acabou não se concretizando pois nesta época Garibaldi estava preso. Em Zurique ele envolveu-se em vários duelos, revoltas estudantis e acabou tendo que deixar a ETH, em julho de 1864.

Em Zurique Suiça, ele conheceu a familia Herwegh

Horace Herwegh, filho do poeta e revolucionario Georg Herwegh e de Emma Siegmund, tambem frequentou a politecnica em Zurique. Mais tarde Antonio de Paula Souza namorou  Ada Virginie (1849-1921), irmã de Horace,  com quem casaria e teria 14 filhos. 

o futuro sogro, Georg Herwegh, nasceu em Stuttgart, em 31 de maio de 1817. Depois de estudar no Maulbronner Seminar (1831) e na Theologischen Fakultät der Universität Tübingen (1835), de onde foi excluído, Georg Herwegh iniciou uma carreira literária como tradutor, jornalista, poeta (Gedicht eines Lebendigen) e revolucionário. Viveu a maior parte de sua vida no exílio, principalmente em Paris e na Suiça em Zurique e Basle. Herwegh foi contemporâneo e amigo dos mais importantes intelectuais de sua época, tais como Michail Bakunin (este foi testemunha de seu casamento com Emma Siegmund, em 1843), Bruno Bauer, Friedrich Engels, Ludwig Feuerbach, Heinrich Heine, Victor Hugo, Ferdinand Lassalle, Franz Liszt, Karl Marx, Felice Orsini, Francesco De Sanctis, Iwan Turgenjew, Richard Wagner e muitos outros. Faleceu o 7.4.1875 em Alemanha, mas foi enterrado em Basel, suiça.

a futura sogra, Emma Charlotte Siegmund, tambem teve intensa vida cultural e politica. Nasceu em 10.05.1817  e faleceu 1904 empobrezida em Paris. Até hoje é considerada uma heroina pelo movimento feminista. Tem alguns livros sobre ela.
Ela era filha de Johann Gottfried Siegmund, um importante comerciante de Berlim que havia enriquecido com o comércio de seda e que era fornecedor da corte, e de Henriette Wilhelmina Cramer (viuva Schiffer). Emma  cresceu em circunstâncias prósperas em Berlim. Ela tinha um irmão (Gustav August), uma irmã mais velha (Minna Caspari) e uma irmã mais nova (Fanny Piaget). Ela teve uma excelente educação, dominou várias línguas estrangeiras (francês, polonês, italiano) e era musicalmente talentosa; ela compôs, desenhou, traduziu, atuou no teatro e escreveu poesia. Mas apesar de sua casa paterna liberal e aberta, onde convidados importantes entravam e saíam, e apesar de uma troca animada com amigos, os diários de sua juventude mostram como ela achava a vida de uma filha e mulher burguesa convencional e limitada. 
A lua de mel de Georg e Emma Herwegh levou os dois para a Itália (!) e a partir de setembro de 1843 moraram em Paris, onde nasceu o primeiro filho Horácio. Seus vizinhos lá em Paris eram Karl e Jenny Marx. Como foi moda na epoca ela tambem tive "salão" onde se reuniram artistas e entre eles foram Heinrich Heine, Karl Marx, Michail Bakunin, George Sand, Victor Hugo e outros......
Quando em março de 1848 começou na Alemanha a revolução, Emma Herwegh também participou da Legião Alemã de Paris. Como batedora e enviada, ela viajou várias vezes da Alsácia a Baden-Baden (Alemanha) para negociar com Friedrich Hecker sobre a implantação da Legião. Os Herwegh queriam apoiar militarmente a Revolução de Baden-Baden. Após o infeliz resultado da revolta, Georg e Emma Herwegh foram perseguidados e fugiram para a Suíça, onde se estabeleceram em Zurique de 1851 a 1866. O casamento teve crises; às vezes o casal vivia separado.Em Zurique,  socializou com Gottfried Keller (autor e poeta Suiço muito conhecido) e manteve contatos estreitos com emigrantes italianos e social-democratas alemães.Emma. trabalhou como tradutora de literatura revolucionária (inclusive de Giuseppe Garibaldi), promoveu o trabalho do marido e manteve-se democrática, sempre fiel aos ideais.
Foi entre 1861-1864 que Francisco Antonio de Paula frequentou a casa dos Herwegh e onde ele conheçeu téorias "revolucionarias" da Europa.
Em Zurique, ele se juntou ao Corps Rhenania e com a família Herwegh também entrou em contato com o movimento pela unificação da Itália liderado por Giuseppe Garibaldi.

Durante a sua permanência na Suiça entre 1862-1863, Antonio Francisco estagiou em Lucerna na construção das estradas de Ferro da linha "Nordostbahn" que ligou Zurique com Lucerna.

Quando após a guerra de 1866 em Alemanha foi concedida amnésia a todos os exilados por motivos políticos, o casal herwegh voltou a Baden-Baden no mesmo ano, onde viveram até a morte de Georg em 1875. 
O filho mais velho, Horace, havia sido excluído da ETH em 1864 para votos pessimos e porque ele duelou, o que era proibido segundo as regras da escola, e mudou pelos EUA.
Tambem  Antonio Francisco mudou para a Alemanha. Dexiou a ETH Zurique. Ele havia sido expulso para pouco desempenho segundo consta dos protocolos da ETH. ( Paula Souza aus Brasilien, früher Schüler unserer Ingenieurabteilung ist wegen Nachlässigkeit und Unfleiss auf den Antrag der Lehrerkonferenz  mit dem Antrag der Wegweisung bedroht worden") .
Ele mudou-se para a Universidade de Karlsruhe ! Ai entrou na "Corps Franconia". Esta Franconia era collegada com a da Rheniana em Zurique. Parece que ele estou entre os primeiros membros. Seu nome está imortalizado na mesa de um lugar de reuniãona taverna do castelo de "Wachenburg".. Seu irmão mais novo, Francisco, também estudou em Zurique e Karlsruhe e, como ele, ingressou no Corpo de exército da Renânia e da Francônia. Continou a frequentar a familia Herwegh em Alemanha. A epoca Ada Virignie Herwegh tinha 17 anos de idade e 4 anos mais tarde se casaria com Paula Souza em Liestal,(perto de Basel) em Suiça.

Em Carlsruhe entre 1864 e 1867. 

No ano escolar de 1864/65 ele matriculou-se na Faculdade de Química (Chemischen Schule; Fakultät im heutigen Sinne) e nos anos escolares de 1865/66 e 1866/67 ele matriculou-se na Faculdade de Engenharia Civil (Bauingenieurschule). Nos cerca de oito anos que viveu na Europa, em Dresden, Zurique e Carlsruhe, Paula Souza além de fazer muitos amigos, adquiriu sólidos conhecimentos científicos e técnicos e fortaleceu suas convicções republicana e antiescravista. Na sua correspondência da época também já pode se observar a importância que Paula Souza dava à educação para o desenvolvimento do Brasil.

Ao retornar ao Brasil em 1867, Paula Souza trabalhou na construção de estradas de ferro. Em 1869 viajou aos Estados Unidos, onde trabalhou em estradas de ferro, de lá viajou para a Suiça, onde casou-se com Ada Virginie Herwegh em Liestal,. Os esposos voltam juntos no Brasil em 1871.
Tevem 14 filhos dos quais somente 7 filhos sobreviveram:- Maria Raphaela, - Virginia de Paula Sousa c/c Maximiliano de Sousa Rezende,- Ada de Paula Sousa, - Antonio de Paula Sousa, -Elsa de Paula Sousa, Gertrudes de Paula Sousa, -Geraldo Horacio de Paula Sousa.

Em 1873 participou com os primos e tios (Rafael de Aguiar Barros e muitos outros) na convenção de Itu, para o fim da escravidão (1888) e para a proclamação da república (1889). Foi deputado e ministro das relações exteriores e da agricultura. Foi  o criador e o primeiro diretor da Escola Politécnica de São Paulo por mais de 20 anos, desde a sua fundação até a sua morte, em 1917. Morreu trabalhando como educador, em sua casa, à noite, preparando a aula do dia seguinte.

Foto enviada á avõ e madrinha
Antonio Francisco de Paula Souza, estudante em Carlsruhe.

Fiquei curiosa e pesquisei tambem na historia de ETH Zurique (Universidade Politécnica). Encontrei documentos dos avenimentos na Politecnica de Zurique do 1864.
Trata-se dos provedimentos e um Rélatorio para o departamento Suiço do Interior sobre os revoltas studentescas na ETH 1864, ano em que o nosso antepassado deixou essa Universidade.

Naquele ano, os alunos da Politécnica de Zurique ( fundada em 1855) , mudaram-se para o novo prédio chamado " Sempre". Eles haviam sido ensinados em salas de aula improvisadas em toda a cidade. As oportunidades de supervisão pela administração escolar e os professores aumentaram repentinamente. Além disso, uma ala do prédio foi usada pela Universidade de Zurique, cujos alunos eram invejados por sua liberdade acadêmica pelos alunos da politecnica.
Diferentemente da maioria dos estudantes universitários os alunos da Politécnica foram empenhados em programas de estudo, com exames ao final de cada ano académico. O estudo foi um "treino para profissões". Ele preparou os jovens para a aquisição de tarefas de engenharia.A liberdade acadêmica inicialmente não estava previsto em esta escola e não era tão aceito dos varios alunos.

Em 1864, chegou para um primeiro grande confronto entre os "estudantes" e a diretoria do Politecnico:
Os estudantes do Politecnico praticavam duelos entre si. O ritual figurou para eles uma expressão digna de soberania. O diretor Pompejus Alexander Bolley proibiu explicitamente este ritual, que era incompatível com as regras da escola.

A escalada dos "movimentos" foi acionada por um aviso do Diretor Pompeu Alexander Bolley, com o qual ele lembrou o corpo dos estudantes que ele não encomenda uma nova instalação, a qual (tambem nova) havia jà sendo danificado por parte de muitos estudantes.
O aviso foi arrancado.
Em seguida, o diretor Bolley colocou o aviso em uma caixa de vidro, mas o aviso também foi removido da caixa de vidro durante uma noite. As negociações entre o corpo dos professores com uma delegação de estudantes foram retomadas e interrompidas.


O diretor da Politécnica ameaçou expulsar os alunos.
Finalmente, o presidente do conselho escolar reconheceu a necessidade de convocar uma conferência geral com os professores.
A agitação culminou que cerca metade dos alunos ameaçou de deixar a escola se o diretor Bolley não renunciar ao cargo de diretor. As autoridades escolares contestaram com o argumento de que a saída coletiva não seria reconhecida e que a saída individual também exigiria o consentimento dos pais. 325 alunos, então, enviaram o cancelamento da matrícula da escola e comemoraram isso com uma viagem de barco de Zurique a Rapperswil, descrito em varios jornais da epoca.


O conselho escolar suíço assim foi forçado a explicar a situação em um "relatório" ao Departamento Federal sobre os incidentes na Politécnica Federal em muitas paginas.


"......Regras da casa removidas do quadro de avisos, interiores danificados, pichações contra as autoridades, reuniões de estudantes, Sit-ins durante, palestras,coletiva encenado
Saída em massa dos estudantes......"


 
 
ETH-Bibliothek, Archive, SR2: 1864
Relatório oficial do conselho escolar da Suíça 
para o Departamento suíço do Interior
 sobre os incidentes na Politécnica Federal de 1 Agosto, 
1864, p. 53


O que soa como uma revolta estudantil de 1968 são, de fato, processos na Politécnica Federal (ETH Zurich agora) de 1864 dos qual fazia parte Antonio de Paula Souza, seu irmâo e muito provavelmente tambem os seus tios maternos Diogo e Antonio Paes de Barros (filhos do 1° barâo de Piracicaba)..
 

Existem tambem varias cartas do Georg Herwegh sobre a expulsão do seu filho Horace Herwegh, o qual frequentou os mesmos cursos com Francisco Antonio de Paula Souza.
Pouco antes do Natal de 1864, o estudante de engenharia Horace Herwegh foi expulso da Politécnica Federal (hoje ETH Zurique). A exclusão ocorreu em duas etapas: Herwegh duelou no verão de 1863 e, portanto, violou a proibição de duelos da universidade. Diante do bom desempenho do aluno, o então Presidente do Conselho Escolar, deixou por ora uma severa advertência. Mas quando Herwegh recebeu notas ruins por desempenho e comportamento de vários professores no último trimestre de 1864, a expulsão imediata da escola tornou-se um fato.
Curiosamente, Georg Herwegh não protestou contra a reprimenda de seu filho Horace por violar a proibição de duelo. O que denunciou foi a acusação de "indolência" e as notas baixas do trimestre, por trás da qual suspeitou um ato de vingança pelo fato de seu filho nunca ter revelado ao diretor da escola Pompeu Alexandre Bolley com quem havia duelado. Para Georg Herwegh, o depoimento foi baseado em inverdades e foi a expressão de um abuso de poder:


Resumindo :

Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917), filho de Francisco de Paula Souza  e de Maria Raphaela Paes de Barros, casado com Ada Virginie Herwegh (1849- 1921), filha de Georg Herwegh e de Emma Siegmund.
Francisco Antonio de Paula Souza e Ada Herwegh tiveram 14 filhos dos quais somente 7 sobreviveram : 

14 Filhos: 
  1. Maria Raphaela nascida 1871, solteira
  2. Virginia, 1872, a unica filha que se casou. Foi seu marido Maximiliano de Souza Rezende.
  3. Jorge 1873-1875
  4. Adinha 1875, ela tive aulas com Anita Malfatti, faleceu na idade de adulta.
  5. Antonio 1876, Tonico, engneheiro, casou com Claire Leonardos. sem filhos.
  6. Elza 1877, solteira
  7. Gertrudinha 1879, solteira
  8. Sizinha (1) 1881
  9. Sizinha (2) 1882
  10. uma menina 1883
  11. Carlotinha 1885-1886
  12. uma menina 1887
  13. Jose 1888-1888
  14. Geraldo Horacio 1889, gradou-se em farmacia e medicina, cursos de especialicaçao em Europa 1911, doutorando em Baltimore, EUA, na universidade John Hopkins. Casou Com Evangelina Fonseca Rodrigues e tive um unica filha: Ada Celina.
  15. um menino morto 1891

fontes
  • History Archiv ETH Zürich, 
  • Staatsarchiv Bern, 
  • Staatsarchiv Zürich
  • Dichter- und Stadtmuseums Liestal
  • Historisches Lexikon der Schweiz
  • Barbara Rettenmund, Jeannette Voirol. Bern: "Emma Herwegh" Limmat Verlag 2000
  • Cristina de Campos USP, Brasil, tese de doutoramento 2007, "ferrovias e saneamento em Sao Paulo". 
  • Rodrigos Bastos Padilha (Pontifica Universidade Catolica Sao Paulo), Brasil, mestrado em Historia de Ciencia, 2009